Depois de Bruno Rodrigues, Orejuela, Miranda e Éder, é a vez do São Paulo anunciar a contratação do volante William. Polivalente canhoto que está com 34 anos e estava atuando no futebol mexicano nos últimos sete anos…
Destaque na base
Com passagens pela base do Juventus e Corinthians, foi na base do Palmeiras que o William surgiu muito bem. Canhoto, habilidoso, era tido como um grandes destaques em tempos complicados para o nosso vizinho.
Artilheiro da Copinha, com moral, chamado para o profissional, William vivia um sonho no início da carreira. Era tido como um dos principais jogadores da geração dos anos 2000.
Problema de saúde
Pois na subida ao profissional, realizou exames e ‘foi detectado um bloqueio de ramo esquerdo, seguido de arritmias e isso me impossibilitava a fazer exercícios’, e de 2004 até 2006 foram de tratamento…
Foram dois anos em tratamento de muita paciência, visitas aos melhores cardiologistas, sem remédios e sem cirurgia, o organismo reagiu bem, arritmias sumiram, sim, sumiram… Como explicou William em entrevista para o Trivela em 2014: “Parece loucura, mas não tomei remédios, não fiz cirurgias. A única coisa que fiz foi confiar e acreditar que Deus poderia me curar e me proporcionar uma nova oportunidade de realizar meu sonho”.
A projeção de muitos era da aposentadoria precoce, gerava insegurança, e o meio-campista ficou bem depressivo, perdeu 9 kilos, mas não precisou.
Recomeço da carreira
Com Tite no comando do Palmeiras em 2006, William entrou em campo na derrota para o Grêmio no Parque Antartica e na ansiedade do retorno, acabou expulso por dois cartões amarelos. Mas foi em 2007 que começou ganhar mais espaço, marcou dois gols contra o Paulista na estreia do estadual, porém não consolidou no elenco e começou a ser emprestado…
Empréstimos e nova chance no Palmeiras
Durante o contrato com o Palmeiras, William foi emprestado para Ipatinga, Náutico, Vitória, Goiás e Goianiense, atuava, mas não com grande destaque, chegou a ganhar o Baiano pelo Vitória em 2009. Chegou até a voltar ao Palmeiras em 2010, fez 7 jogos e voltou a ser emprestado.
Outro recomeço na carreira
Com o contrato encerrado com o Palmeiras em 2012, foi em definitivo para o Joinville disputar a Série B e em 23 jogos, marcou 7 gols, teve destaque, além do título da Copa Santa Catarina neste mesmo ano. Foi o passo que precisava na carreira, despertou interesse do Busan IPark da Coréia do Sul, e fez 28 jogos na equipe, marcou dois gols e teve uma passagem interessante.
Desafio no México e começa reescrever carreira
Depois de um ano na Coréia do Sul, o meio-campista chegou no Queretaro do México e começou reescrever sua carreira. Foram 69 jogos no Queretaro, 14 gols e 6 assistências, muita força física e intensidade, atuando em diversas funções em campo, teve destaque na equipe. Chegou a dividir clube com Tiago Volpi e Ronaldinho Gaúcho em 2014-15.
Negociado com o América do México, um dos principais clubes do futebol mexicano, foi um salto na carreira. Foram 108 jogos no clube, 7 gols e 1 assistências, mas consolidou atuando como um segundo volante, jogador muito útil nas três temporadas no clube. Atuou até de lateral-esquerdo, foi titular no Mundial de Clubes, inclusive na derrota de 2×0 para o Real Madrid em 2016.
Em seguida foi negociado com o Toluca, outro clube de tradição no México, foram 73 jogos e 4 assistências. Chegou no meio de 2018, com moral, era o titular da equipe, mas foi perdendo espaço no início de 2021.
No geral a passagem pelo México foi o melhor momento da carreira, consolidado, virou um jogador muito tático, físico e era elogiado pela polivalência útil no grupo. O melhor momento segundo os mexicanos foi mesmo no Queretaro.
Sobre a idade
Para o Trivela, em 2014, William com 30 anos – ainda no América do México – falava sobre não retornar ao Brasil por conta do ‘preconceito’ com a idade: “Estou feliz, a minha família também, tenho dois anos a mais de contrato. Termino meu contrato com 32 anos, é uma idade complicada para voltar ao Brasil, aquela conversa que está velho… E aqui no México eles têm o respeito mais pelo jogador, aqui você vê jogador com 35, 36 anos que tem condições, como se fosse o Zé Roberto nos dias de hoje, com 42 anos, que saiu campeão brasileiro. Então você vê que a idade não faz o jogador, é o jogador quem faz a idade, como ele conduz a carreira dele”.
Companheiro de clube, Volpi foi consultado sobre o jogador, e elogiou bastante seu empenho, revelou inclusive seu apelido ‘Tartaruga Ninja’, falam que quando não está no campo, está na academia, é um atleta com histórico de muita dedicação depois de tudo que passou na vida e carreira.
Ponto forte |
Fator físico. Elogiado pelos companheiros, imprensa mexicana, o William é um polivalente de muita força física, trabalha para isso e ao longo da carreira ganhou músculo.
Outro fator é ser polivalente, atuando em diversas posições do meio de campo, tanto defensiva quanto ofensiva, e também já atuou pelo lado do campo, também na lateral, ala ou meio de campo, portanto é uma opção de variação.
Um adendo que deixo particularmente, é que o William surgiu bem no futebol, lembro ainda como um pequeno torcedor do São Paulo, de ver o drama dele e me emocionar com o caso, entrevistas, mesmo ele atuando no Palmeiras, então acredito que queira dar a volta por cima no Brasil, é uma boa chance na carreira!
Ponto fraco |
No futebol fala-se muito em ‘aposta de risco’, até mesmo grandes nomes, estrelas, muitas vezes deixam a desejar. A questão do William é que está muito tempo longe do futebol brasileiro, que contém estilo diferente do México como ele cita: “No Brasil, o jogo é um pouco mais cadenciado. Aqui no México é mais intenso, mais dinâmico. Os times aqui correm muito, não têm muita variação de ritmo como no Brasil”.
Outro detalhe é a incógnita realmente do seu momento tecnicamente, já que fisicamente é muito elogiado e aparenta que não vai ter problemas. Saiu do América do México, começou bem no Toluca, mas durante 2020 e começo de 2021 teve uma queda, a ver como será no Morumbi…
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Fábio Martins (@fbiomartins1)