Jogo na pressão

Montagem: Alexandre Drumond

O São Paulo conseguiu sobreviver a primeira decisão do ano. Poderia ser exagero deste texto afirmar que o clássico contra o Palmeiras que aconteceu no último domingo, 26/01, em Araraquara – com mando do Palmeiras – válido pela segunda rodada de um campeonato estadual foi a primeira decisão para o técnico Fernando Diniz. Mas foi.

Se esse texto tivesse sido escrito antes do clássico, ponderaríamos que o Diniz necessitava não perder o clássico para obter um pouco de paz para desenvolver seu trabalho no tricolor. Hoje, vendo a repercussão do empate, afirmo que seria bom se tivesse vencido.

A pressão de imprensa e torcedores é desumana sob o trabalho do técnico são paulino, e não apenas do atual, de todos que por aqui passaram desde 2008 (lembrando que em 2009 o Muricy, tricampeão brasileiro 2006,2007 e 2008 e vice da Libertadores 2006, também foi hostilizado por causa do chamado “Muricy ball”). Porém, veio o empate que, ao menos, deu argumentos para quem defende que se dê paz no início de temporada ao técnico.

Não vou analisar o jogo, isso já foi feito aqui, e claro que vi um Palmeiras mais incisivo no ataque. Um São Paulo com pouca expressão ofensiva (o mau deste time há muitos anos) e que melhoras necessitam ser feitas e o técnico também percebeu isso, falou na coletiva, um bom sinal. Porém, o São Paulo não jogou mal. A melhor chance de gol foi do Daniel Alves. Em lances reais de perigo foram quatro do time verde e três do time tricolor. O Palmeiras acertou a trave duas vezes. Hernanes só não fez o gol por causa de um desvio do zagueiro adversário.

Então porque esse desespero? O Diniz está indo na direção certa, impor o estilo de jogo que ele quer é demorado. Deem o que não se deu ao Osório, Rogério Ceni, André Jardine, Dorival, Bauza, Aguirre, Muricy e tantos outros que foram fritados no desespero e não conseguiram desenvolver um trabalho completo.

Diniz agora vai para outra decisão contra a Ferroviária. Não pode perder, nem empatar. Negado o direito de errar. Imagina como é difícil trabalhar assim.

Alexandre Drumond

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