Lembranças tricolores 4

No túnel do tempo, chegamos a 1975, final do Paulista. São Paulo e Portuguesa no Morumbi.

Os times eram:

Portuguesa: Zecão; Cardoso, Mendes, Calegari e Santos; Badeco e Dicá; Carlos Alberto, Enéas, Tatá e Wilsinho.
Técnico: Oto Glória.

São Paulo: Waldir Peres; Nelson, Paranhos, Samuel e Gilberto; Chicão, Pedro Rocha e Terto; Muricy, Serginho e Zé Carlos Serrão (Silva).
Técnico: Poy.

O São Paulo tinha ganho o primeiro jogo por 1×0 e perdeu este segundo porque Muricy foi expulso no meio do primeiro tempo por Dulcidio Wanderley Boschillia. No tempo normal a Lusa ganhou com um gol de Enéas. O jogo foi para a prorrogação e ficou no 0xo.

Foi para os pênaltis e o SPFC tinha um trunfo: Waldir Peres. O tricolor ganhou por 3×2, gols de Chicão, Pedro Rocha e Terto.

Mais um dia de explosão dos tricolores na arquibancada, reverenciando o mito Waldir Peres. Foi um dia inesquecível para uma pequenina criança, eu, que vibrou com seu time de coração.

Em novos tempos

Vivemos dias inusitados. Hoje no Jornal A Tribuna 1. Edição, o repórter mostrou a estrada vazia. Parecia uma estrada fantasma. De ontem para hoje, houve ressaca e o mar invadindo o asfalto, a reportagem mostrava uma praia novamente fantasma. Fui no Hipermercado Extra fazer compras e quando cheguei havia fila e senha para entrar. Entravam só 300 clientes por vez. Entre uma pessoa e outra distância de 2m. Como fica perto de casa, voltei a pé. Ninguém andando nas ruas.

Acho que tudo leva à reflexão, principalmente em uma Páscoa mais de Jesus do que de ovos de chocolate. Tempos de solidariedade. De ajudar os vizinhos idosos. De doações de cestas básicas para os mais carentes. Não sou “Doriano”, mas acho que a quarentena é necessária. Hoje mais um médico morreu de Covid-19, aqui em Santos. Outro que é famoso por entrevistas na tv, um infectologista, está internado. A coisa é séria. E tem gente egoísta que fica passeando de bike na ciclovia, não para trabalhar, para passear, como se estivesse no feriadão ou de férias. Há de haver mais consciência e conscientização.

De Alcolumbre ao Príncipe Charles, o vírus passa por pobres, ricos, famosos, desconhecidos, enfermeiros e médicos.

Vivemos uma época de incertezas, onde quem saiu ganhando foi a Natureza, que ganhou umas férias dos vis seres humanos. Por aqui, vejo mais pássaros cantando e voando, vejo uma praia mais limpa, se desfazendo dos horrores humanos.

A Natureza vive e nós é que estamos trancafiados. Que ironia! Serve para pensar e refletir. Na sociedade que nos transformamos. Uma sociedade de seres humanos egoístas, que só pensam no próprio umbigo. Estamos buscando novas formas de trabalho, o home working e dessa forma ficamos mais com a família, pai e mãe durante o dia na casa e com os filhos. Empresas fazendo da internet e do delivery suas salvações e preservando empregos. E até governos pelo mundo afora mais preocupados com saúde e com sua gente. O que seria antes uma alternativa – afinal eram governos que não se preocupavam nem um pouco nem com seu povo nem a saúde do próprio- agora virou uma obrigação.

Pena que os seres tiveram que se render a um vírus ao invés de se renderem ao amor, solidariedade, abnegação para se tornarem um pouco mais humanos.

Que nos sirva de lição. Afinal, estamos pagando com o afastamento de pais e filhos, avós/avôs de netos, para preservar os mais velhos, quando estes tem menos tempo para conviver.

Que sejamos melhores. Melhores como sociedade. Melhores para com o próximo. Melhores com a Natureza, envolvendo fauna e flora. Melhores como seres humanos que deveríamos ser. Precisamos mais SER do que TER(bens).

E para terminar, anteontem à noite, revi (já tinha visto em 2013) o filme Contágio, onde um morcego infectado come uma banana e a derruba em um chiqueiro de porcos, onde um come a banana e se infecta. O porco é abatido e vai para um restaurante e começa a saga. A ação é passada em Hong Kong (China). E começa uma pandemia que “abate” 6,5 milhões de pessoas, até surgir a vacina. A vida imita a ficção ou a ficção imita a vida??? Detalhe: o filme é de 2011, do diretor Sodenberg.

É ou não para refletir???

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.