Rodrigo Caio fala sobre sua trajetória no São Paulo e expectativas para 2018; Zagueiro completou 260 jogos pelo tricolor na última quarta

Rodrigo Caio acumula oito temporadas na equipe profissional do São Paulo. (Foto: Divulgação)

Em entrevista concedida ao Globo Esporte, antes da partida contra o Bragantino na quarta-feira passada (7), o zagueiro Rodrigo Caio falou sobre sua história no clube, os incômodos com as últimas temporadas e o desejo de ser campeão. O atleta, natural da cidade de Dracena, no interior do Estado de São Paulo, tem 24 anos, dos quais 12 dedicados ao clube.

Jogador a mais tempo no São Paulo de todo o elenco atual, Rodrigo Caio acumula oito temporadas com o time principal e 260 jogos oficiais pela equipe. No entanto, as últimas temporadas tem sido difíceis para o camisa 3 tricolor. Rodrigo falou sobre as eliminações frustrantes e ameaças de rebaixamento na entrevista.

“É triste demais. Ainda mais por eu ser torcedor do São Paulo, querer o São Paulo sempre sendo protagonista. Pra mim é uma frustração muito grande”

Campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior em 2010 e da Copa Sul-Americana em 2012, Rodrigo Caio também comentou sobre a situação desesperadora que o tricolor enfrentou em 2017, passando 14 rodadas do Campeonato Brasileiro na zona de rebaixamento.

“A gente jogava mal, perdia. A gente jogava bem, perdia. Chegou um momento que eu pensei que a gente não ia conseguir sair”

Perspectivas para 2018

O zagueiro acredita que o ano de 2018 será melhor. Focado em ajudar o time, recusou uma proposta da Real Sociedad, da Espanha, no último dia da janela de transferências. Rodrigo Caio também avaliou que permanecer no Brasil aumentaria suas chances de disputar a Copa do Mundo na Rússia, no meio deste ano.

A nova diretoria formada por Raí, Lugano e Ricardo Rocha, agrada Rodrigo Caio, que vê o trio capacitado para ajudar nos bastidores, transmitir experiências ao elenco e principalmente auxiliar em contratações.

“Nos últimos anos a gente não fez bem (contratações). Isso fez com que influenciasse dentro de campo, sem dúvida nenhuma. O São Paulo sempre foi exemplo nisso e hoje não é mais […] As contratações serem estudadas, como nesse ano foi muito bem, deu um salto de qualidade ao elenco que já temos. Acho que a gente está no caminho certo”

Rodrigo Caio também revelou um pacto do elenco em somar 10 dos próximos 12 pontos disputados (3 deles já foram conquistados, após o triunfo sobre o Bragantino). O zagueiro se sente na obrigação de passar sua experiência de clube aos outros jogadores e mostrar que, em conjunto, eles precisam mudar a situação do São Paulo.

“Os últimos anos foram vergonhosos para a Instituição e para os jogadores. Precisamos mudar esse cenário”

Jogador que divide opiniões

Por se declarar são-paulino e estar há oito temporadas jogando pelo profissional, Rodrigo Caio tinha todos os atributos para ser um ídolo inquestionável da torcida tricolor. No entanto, o zagueiro é amado por alguns, mas odiado por outros, devido a alguns episódios transcorridos ao longo de sua carreira.

Falhas em momentos decisivos, falta de personalidade e o polêmico episódio do “Fair Play” envolvendo o atacante Jô do Corinthians. Estes são alguns dos argumentos de quem não é fã de Rodrigo Caio. Mas a verdade é que o destino não foi o mais gracioso com o zagueiro são-paulino. Sucessivas temporadas com times fracos, comando impotente e diretorias desastrosas. Esse é o cenário que Rodrigo enfrentou ao longo de seus oito anos como profissional.

Rodrigo Caio: Ídolo do São Paulo ou “jogador de condomínio”. (Foto: Rubens Chiri/Saopaulofcnet)

Desde cedo identificado com um talento acima da média para a posição, Rodrigo pecou pelo excesso de confiança. Inicialmente na posição de volante, foi recuado para a zaga e em alguns momentos não desperta a confiança que o torcedor espera de um beque são-paulino. Mas é um jogador rápido e que tem bom tempo de bola no jogo aéreo.

As falhas foram mais frequentes no início de carreira. É verdade que o primeiro semestre de 2017 foi desastroso para Rodrigo, que acabou abalado emocionalmente pela pressão das más atuações e do fantasma do rebaixamento. No entanto, no fim do ano o zagueiro se mostrou mais seguro e determinado.

Outro fator que abalou o camisa 3 do São Paulo foi o episódio envolvendo Jô no clássico majestoso, ainda no início do ano. O caso tomou uma proporção inesperada e Rodrigo foi duramente criticado pela própria torcida são-paulina. A verdade é que acreditar que a tal atitude foi responsável por eliminar a equipe no Paulistão, é no mínimo, ingenuidade. Atitudes limpas no futebol são cada vez mais raras e Rodrigo mostrou ter caráter. Pensar apenas que a tal ação jamais seria recíproca também é inocência (afinal, é do Corinthians que estamos falando!). O correto deve prevalecer sem que algo seja “dado em troca”.

Portanto, atribuir à Rodrigo Caio a alcunha de “jogador de condomínio”, como fez o ex-presidente Carlos Miguel Aidar, certa vez, é infeliz e desproporcional. Assim como também é incorreto personificar no zagueiro, o fracasso recente do tricolor. Rodrigo cometeu, sim, falhas no passado, mas nunca deixou de ser comprometido com a Instituição e, como todo jogador jovem, evoluiu. Se tivesse jogado em uma época mais gloriosa do São Paulo, talvez fosse eternizado como ídolo. Entre alguns erros, também teve azar.

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Álvaro Logullo

Álvaro Logullo

21 anos, estudante de jornalismo e devoto do São Paulo FC. Filho, neto, irmão e sobrinho de são-paulinos. Apaixonado por estádios de futebol, pretendo ir a todos os jogos do Tricolor, no Morumbi, em 2018. Porque se a fase é ruim, o amor é eterno!

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