Muito se cobra do São Paulo, pouco se pergunta o que querem do clube.
Por uma gota d’água após sofrer uma década inteira, o são-paulino se encontra, sobretudo, perdido. Ora, a cada ano vemos novas mudanças no futebol, mas em paralelo, o mesmo clube que comete os mesmos erros. Qual a saída desse labirinto?
Entre inúmeros problemas, muitas dúvidas, e poucas soluções, no meio do tiroteio encontra-se um cego: o torcedor tricolor. Essa torcida que salvou o clube diversas vezes, quase não tem voz nos caminhos do SPFC. Pergunta-se: Por que?
Vejo que uma parcela de culpa é da administração do clube, que só recorre a torcida em momentos de desespero, como na ameaça de rebaixamento, em 2017. Porém, não abre espaço para a voz dos sócio-torcedores em seu processo eleitoral, por exemplo.
Agora, parece que uma outra parcela de responsabilidade pertence a nós mesmos torcedores. Não cobramos o que deve ser cobrado. Falta orientação. Afinal as críticas da torcida se resumem a dois pontos: raça e contratações. Mas veja bem, em 2016 e 2018, em alguns momentos, tivemos raça. Em 2019 tivemos contratações. Aonde chegamos? Talvez o buraco seja mais embaixo.
Quem sabe o caminho passe por observar os campeões. Os atuais dominantes do futebol brasileiro passaram por uma reestruturação financeira, o que trouxe estabilidade econômica. E quem vai ser o torcedor tricolor que vai negar que um dos grandes vilões são as exaustivas trocas de elenco e comissão técnica, causando assim, adivinhem: instabilidade. Quem sabe este é o verdadeiro inimigo. Mas isso é apenas um palpite.
Talvez, eu digo, apenas talvez, nós torcedores também temos responsabilidade nessa situação. Mas não há tempo para culpa, irmãos. É preciso arregaçar as mangas e botar a mão na massa. Ou no teclado. Assim mataremos os verdadeiros monstros. Saudações!
Luiz Miron