Mancini explica nova escalação e fala sobre reconstrução: “Essa reconstrução tem data limite para terminar”

(Foto: Marcelo Hazan/Globoesporte.com)

O São Paulo foi a campo neste domingo (24), contra o Red Bull Brasil, é empatou a partida em 0 a 0. Após o jogo o técnico interino Vagner Mancini foi até a sala de imprensa do estádio Cícero Pompeu de Toledo (Morumbi), e falou sobre as mudanças que ele fez na escalação e conversou sobre os objetivos que almeja que o São Paulo alcance.

Escalação com três zagueiro, expulsão mudou a partida e a liberdade dos jogadores de ataque

“A expulsão, de certa forma, mudou o panorama do jogo. Se nós acreditávamos que a entrada do terceiro zagueiro ia nos dar uma liberdade maior para que os laterais apoiassem, para que os dois meias e os dois atacantes tivessem sempre mais atletas por perto, e consequentemente a gente chegasse com mais atletas na frente, a expulsão acabou fazendo com que o jogo tivesse uma leitura diferente.”

Mudança tática do São Paulo e busca por um time ideal que contagiem os torcedores para ir ao estádio ver um time leve dentro de campo

“Eu, sinceramente, acho que a mudança do sistema vem em um momento importante, um momento que o São Paulo está buscando uma nova identidade, é uma reconstrução mesmo estando ao término do mês de fevereiro. Mas já é uma reconstrução, para que a gente tenha um time que possa ser a cara do torcedor. Que o torcedor venha ao estádio e goste do time leve, que chegue rápido e bem. Infelizmente hoje temos de falar de superação, entrega, dos atletas entendendo o sistema e se dedicando, e ainda de pouco futebol em virtude desse tempo todo, acho que foram 75 minutos jogando com um a menos diante de uma equipe bem montada.”

Técnico fala que 3-5-2 foi feito para ser ofensivo e comenta sobre intensidade da equipe

“O que eu acho que o torcedor gostaria de ver é exatamente isso. É um time leve, intenso, que vai bem na frente. Hoje tivemos muita intensidade no jogo para marcar, porque tínhamos um a menos. Eu quero essa intensidade para chegar ao gol adversário, uma posse de bola sempre objetiva, que te possibilite toda hora romper linhas de marcação. Acho que a cara do São Paulo é essa. A mudança de peça não vai pela idade, vai pela característica. A gente tem de ver aquilo que se encaixa, a partir do momento que utilizo a entrada de mais um zagueiro, eu estou fortalecendo um sistema que vinha tomando muito gol e dando a possibilidade para que essa equipe possa atacar melhor com os meias, com os alas e com os atacantes. Eu preciso de jogadores que tornem o sistema leve. O 3-5-2 nasceu para ser ofensivo.”

Escalação do São Paulo com apenas um volante de marcação e com meias leves

“Eu quero que o São Paulo jogue com um volante de marcação, como vocês viram hoje, com dois meias leves, que possam chegar bem e que saibam jogar pela lateral do campo. A partir do momento que o adversário marcar nossos alas eu vou ter de usar os meias por fora. É sempre pensando nesse sentido.”

Mancini fala que mudança na escalação foi conversada com Cuca

“Foi uma ideia minha. É lógico que eu sentei com o Cuca na segunda-feira passada, falamos sobre sistema, de como havia semelhança na maneira de a gente enxergar futebol, mas não tinha ficado definido nada. Foi uma mudança minha. Pode ser que quando o Cuca chegar ele opte por outro sistema. Eu acho que para a situação do São Paulo, esse sistema agora é o mais apropriado.”

Vagner Mancini comenta sobre emocional do São Paulo e frisa falando sobre expulsão de Gonzalo Carneiro

“Hoje a gente tem de analisar de uma forma um pouco diferente da do último jogo. Eu acho que o São Paulo ainda necessita de um melhor equilíbrio. Porém, o lance do Carneiro na expulsão foi de bola, uma disputa que de onde eu estava não vi direito. É difícil eu dar uma opinião mais precisa. Mas acho que o equilíbrio emocional perfeito vai voltar a partir do momento que você tem um sistema que te ofereça a possibilidade do jogador se sentir confortável no jogo. Aí ele não se preocupa com algumas coisas e passa simplesmente a jogar futebol. A função de um técnico é organizar a equipe e dar ao jogador a chance dele entrar em campo e se sentir confortável. Se ele estiver desconfortável não vai render. Aí você começa a ver queda de rendimento, e o fator emocional joga contra.”

Disse que não fala mais sobre negociação, nem de transferência e comenta sobre o caso de Diego Souza

“Não notei nada de diferente. O Diego Souza tem sido 100% comigo. Eu, sinceramente, desde que assumi a equipe interinamente meu foco não é mais esse tipo de coisa, negociações e mais. Isso fica com a diretoria. Até pedi para eles que não me passassem esse tipo de coisa para que eu pudesse focar somente no futebol, no campo e nos treinamentos. Tem muita coisa para ser feita. Não é simplesmente escalar uma equipe. Você tem de elaborar o treinamento, passar para o jogador, mostrar vídeos de acertos e erros. Isso está entregue para a diretoria.”

Mancini explica sobre relacionamento com os atletas

“Desde que eu cheguei no São Paulo, não só o Diego, mas todos os atletas, tenho ótimo relacionamento com todos. Havia dito já que eu tenho um relacionamento muito estreito com atleta porque eu olho no olho. Eu procuro entender aquilo que o jogador sente, eu também passei por isso, eu vivi situações semelhantes. Procuro ponderar sempre para que eu tenha o atleta focado no treinamento e nos jogos. Aquilo que foge disso daí eu chamo o atleta, sento e converso. O Diego tem sido comigo 1005, não notei nada de diferente. Volto a dizer, essa parte de negociação não estou neste momento fazendo parte dela.”

Vagner relembra apoios da torcida e fala sobre o protesto dos torcedores que aconteceu antes da partida

“Eu vi momentos que a torcida jogou junto com a gente, ela conseguiu fazer com que atletas tirassem um pouco mais. Se em alguns momentos houve uma vaia ou outra, ao longo do jogo eu vi a torcida incentivando. Acho que essa conquista, ou reconquista, está muito da nossa parte do que deles. O torcedor tem sofrido muito, não só com as atuações, mas com o início do ano. Temos de reconquistá-los. Como? Jogando futebol, nos entregando em campo, mostrando que estamos a fim de mudar e fazer um ano vitorioso em 2019. Para isso, essa entrega tem de ser a tônica do time. Não pode ser exaltada quando tem um jogador a menos. Tem de ser um quesito sempre elogiável para fazer a diferença.”

Paciência com Volpi e para Mancini foi a melhor partida do goleiro

“Desde que eu assumi interinamente tenho falado muito com os atletas. O Volpi foi um desses casos. Me vi nessa última semana, muita gente achava que nós deveríamos tirar o Volpi, e ele fez um grande jogo. O melhor, sem dúvida. Fez cinco, seis defesas espetaculares. Foi muito exigido pela falta de um atleta, que foi expulso. Tenho certeza que a decisão tomada de minha parte foi a correta. Porque se tivéssemos substituído o atleta, e o goleiro é uma peça diferente do jogador de linha. Quando o segundo não vai bem você tem dois problemas. A paciência com goleiro tem de ser maior. Conhecemos o Volpi, assim como conheço o Jean. Eu sei que o São Paulo está bem servido de goleiros, mas era necessário que ele fizesse essa boa atuação. Não só para ele e para o clube, mas para o torcedor entendesse que todas decisões são tomadas pelo bem do São Paulo.”

Vagner fala que o São Paulo passa por uma reconstrução: “Acho que o São Paulo hoje, se não tivesse a expulsão, teria começado a mudar isso aí. Estamos em um período de reconstrução, é necessário que tenhamos o torcedor ao nosso lado, embora eu tenha dito aqui e vou repetir que a gente entende a insatisfação do torcedor. Mas estamos em um momento que alguém tem de estar aqui fazendo o trabalho. Os atletas tem de entrar em campo e fazer melhor. Eu vejo entrega. Às vezes falta um toque de efeito, uma bola tecnicamente melhor enfiada, um cruzamento melhor executado, não falta luta. Quando quer mudar algo tem de dobrar o turno, dormir mesmo, ir para o campo. Essa reconstrução tem data limite para terminar, e aí vamos voltar a ter uma temporada da grandeza do São Paulo.”

São Paulo volta a campo no próximo domingo (03), o Tricolor vai até Bragança para enfrentar a equipe do Bragantino. Vagner Mancini terá a semana inteira para preparar o time para o fim de semana!

Matheus Miguel

São-paulino desde que nasci. Comecei a frequentar o Morumbi quando tinha 13 anos de idade. Aos finais de semana vou ao CT de Cotia para ver os novos talentos que vem surgindo no São Paulo. Tenho 16 anos, nasci em São Paulo e resido em Osasco. Amo escrever sobre o São Paulo, e sou Fanático por futebol. Sonho em ser Jornalista Esportivo!

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