O técnico Vagner Mancini conversou com a imprensa logo após a vitória de 2 a 1 sobre o Ituano no jogo de ida das quartas de final do Paulistão 2019 e explicou a oportunidade para os jovens jogadores, a opção do Hudson na lateral, mudanças no decorrer da partida…
Melhora de atuação do time
“Eu aposto que sim. Certeza a gente não tem. Nós fizemos um tempo inteiro excelente contra o Palmeiras. Hoje vimos um time arrumado, um time que estudou o Ituano no começo, mas na hora que botou intensidade no jogo foi dono da partida. O estádio jogou junto com o São Paulo na maior parte do tempo. Acho isso muito significativo. A certeza que tenho hoje é falar que estamos no caminho certo. Hoje foi a estreia do São Paulo no ano em termos técnicos e táticos. Mas ainda depende de mais 90 minutos em Itu para que a gente possa chegar na semifinal. Diante disso tudo que nós vimos, o que importa dizer é que a equipe tem condições de jogar dessa forma. A única coisa que fiz questão de alterar após a minha entrada foi a intensidade na vertical. Algumas peças hoje foram fundamentais para isso”
Igor Gomes
“O Igor é um atleta que eu vi agora, recentemente. Ele voltou da Copinha [na verdade estava na seleção brasileira sub-20] e foi reintegrado. Eu vi uma maneira de jogar que me chama atenção. É muito importante falarmos sobre isso. As pessoas acham que a posse de bola vai dar o que o Barcelona de Guardiola deu. O Barcelona dele tinha uma hora, em determinado momento, que existia o um contra um. Eu estou quebrando um pouco isso dentro do nosso esquema, para que a gente possa ser mais agressivo, para que o adversário não jogue compacto. A partir do momento que você joga mais vertical, você quebra as linhas. O Igor faz isso. Acho que tem muito a evoluir ainda, como também pode oscilar, já que é um jovem jogador. Hoje eu chamo atenção que, muitas vezes a gente escuta que um time precisa ter um meio que suporte tudo. Hoje tínhamos quatro jovens que sustentaram a parte técnica da equipe”.
Vantagem e mudança tática
“A vantagem é pequena. A grande vantagem é o São Paulo recuperar sua autoestima e confiança. O resgate acaba gerando uma serie de convicções daquilo que o atleta está vendo. Hoje tínhamos uma estratégia, e dentro dela eu desloquei o Hudson para marcar o Martinelli. Os atletas entenderam isso e executaram muito bem. Todos estão de parabéns por tudo o que vi em campo, pela entrega e dedicação. E digo mais, não só dentro de campo, mas fora também. A mudança hoje é significativa”.
Hudson lateral
“Eu posso seguir com o Hudson na lateral. Ele fortaleceu o sistema defensivo em termos de marcação, e ele ainda apareceu na frente. Passa a ser uma peça muito interessante.”
Time veloz
“Para esse momento o São Paulo precisa de um time rápido. Pelo o que eu conheço do Cuca, sei que ele também gosta. Quando eu assumi o time vi que tinha uma dificuldade na transição. Acho que hoje já estamos mais leve, mais velozes. Hoje fomos mais intensos. Talvez não ainda os 180 minutos, até porque, para isso, precisamos de mais treinamentos. O futebol é muito limpo, ainda mais com o VAR. A partir do momento que você tem isso, tem que buscar mais o gol, que é o que eu peço ao atleta”.
Falha no gol
O gol sofrido para o Ituano foi em bola parada com ‘pane geral’: “Eu vi o lance no vestiário agora, e eu achei que foi um erro setorizado. A bola passa baixa no primeiro pau, o Tiago espera a bola para encaixar, e o Everton acaba deixando o jogador desgarrar dele. Se o Everton agarrasse, talvez poderia ter sido marcado o pênalti. Esse é um lance que, óbvio que qualquer pessoa que assistiu, vai achar que teve falha, e teve mesmo. Mas não conseguimos cravar qual foi o erro, foi setorizado. Normalmente isso não acontece. Acho que isso mostra que não podemos perder a concentração em momento nenhum”.
Completou falando que o 2 a 0 seria muito melhor para a volta na quarta-feira em Itu: “O 2 a 0 seria uma vantagem mais confortável. Mas ao mesmo tempo eu imagino que o São Paulo entre ainda mais comprometido por conta desse gol. Eu fiz questão de dar parabéns aos atletas no vestiário, a mudança significativa está neles”.
Everton Felipe
“A entrada do Everton Felipe é fruto do que eu tenho visto no treinamento, ele vem tendo uma performance boa nos treinos. A partir do momento que eu assumi, sentei com ele e conversei. Contra o São Caetano ele já entrou diferente. Achei que, com a lesão do Carneiro, seria o momento de ele entrar”.
Nene
Nene não atua desde o começo de março e Mancini falou: “O Nenê, no caso, depende da liberação do Departamento Médico. Eu gostaria, porque é um atleta que pode ajudar em jogos decisivos. Você pegar o Ituano em quatro dias, é preciso ter algo diferente. Mas não sei se o Nenê estará apto a jogar”.
Liziero
O volante vinha lesionado desde o fim de janeiro, e Mancini relatou: “O Liziero é um atleta que vinha muito bem, mas acabou sentindo uma lesão. Isso fez com que a gente tivesse a mesma característica em todos os volantes. Quando eu tive a certeza que ele havia sido liberado, eu vibrei. Dentro do jogo vertical ele passa a ser uma peça chave, ele tem esse passe e o arremate. Ele é determinante para que a gente também tivesse uma circulação de bola frontal”.