Dramático e Histórico! Tricolor está na final do NBB!
Em jogo de teste para cardíaco, o São Paulo venceu o Minas por 80×79 no jogo 3 e está na final do NBB. A partida deste sábado (15) entra para a história do tricolor e do basquete nacional, porque esta é a primeira vez que o time profissional de basquete do São Paulo chega à final do Novo Basquete Brasil. O adversário tricolor será o hexacampeão Flamengo. Brigado e disputado até o fim, os comandados de Cláudio Mortari deixaram tudo dentro da quadra e enchem de orgulho toda a nação do clube mais querido e aguerrido!
Primeiro Período – São Paulo 19 x 18 - Parcial no quarto (19 x 18 - Total) Minas Tênis Clube
O jogo 3 da série começou como esperado. As duas equipes intensas, acertando bolas de 3 pontos em sequência e claro, o Minas demonstrando que a facilidade dos jogos 1 e 2 não iria se repetir. Com poucos erros (2 do São Paulo, 3 do Minas), o 1º quarto se encerrou muito equilíbrio, inclusive nos números. Foram 3 acertos de 9 tentativas no arremesso de 3 pontos para o São Paulo, 3 de 5 para o Minas, além do Minas liderando os rebotes pela primeira vez em toda a série (8 do tricolor, 10 do Minas).
O grande toque dramático do jogo foi dado quando restavam pouco mais de 2 minutos para o término do período. Shamell saiu de quadra lesionado, sentindo o tríceps do braço esquerdo após sofrer uma pancada. Logo foi substituído por Isaac, este um dos destaques da equipe tricolor na partida.
Segundo Período – São Paulo 19 x 24 - Parcial no quarto (38 x 42 - Total) Minas Tênis Clube
A ausência do experiente ala-armador condicionou maior ímpeto ao Minas no segundo quarto. Apesar da liderança momentânea, o quinteto tricolor viu o pivô Ronald e o armador uruguaio Parodi dominarem o jogo dentro e fora do garrafão. Vantagem do Minas. Nessa altura do jogo, a comissão técnica deu maior rodagem para o banco de reservas. Renan Lenz, Isaac e Dawkins participaram bem do confronto nos dois lados da quadra. Ao final do 1º tempo, o jogo seguia equilibrado. Estatísticas idênticas nos arremessos de 2 pontos, 9 acertos de 14 tentativas para ambas as equipes e nos rebotes, 15 para cada lado.
Terceiro Período – São Paulo 25 x 20 - Parcial no quarto (63 x 62 - Total) Minas Tênis Clube
Para os basqueteiros de plantão, a importância do 3º quarto é mais que conhecida. A volta do intervalo é o período crucial dentro de uma partida de basquete, e ter a intensidade correta pode encaminhar o restante da partida. Foi isso que aconteceu, o São Paulo começou a 3ª etapa com a garra que demonstrou ao longo de toda a competição, chegou a abrir 7 pontos de vantagem, com os jogadores vindo do banco (Renan e Isaac) muito bem e Corderro Bennett assumindo o protagonismo. Na reta final, novamente Luciano Parodi, armador do Minas, equilibrou o confronto coordenando as ações ofensivas com notável frieza.
Quarto Período – São Paulo 17 x 17 - Parcial no quarto (80 x 79 - Total) Minas Tênis Clube
Se o 3º quarto é o mais importante, o 4º é o mais emocionante. Coloca emoção nisso. Marcação pesada de Gui Santos em Georginho, Lucas Mariano e Bennett perdendo oportunidades de ampliar o marcador e um alto nível de basquete, tanto na defesa como no ataque. Tudo isso acelerou ainda mais o ritmo do jogo e o ritmo cardíaco do torcedor tricolor. Restando 2 min no relógio, o São Paulo liderava o placar por 78 a 72, David Jackson, ala do Minas, acerta uma bola de 3 cortando a diferença para apenas 2. Faltando pouco mais de 1 min, Bennett erra um lance livre, 79 a 77. No ataque do Minas, Jefferson faz a falta e coloca Parodi na linha de lance. Jogo empatado em 79 pontos.
Posse de bola para o Minas. O arremesso para evitar a prorrogação e forçar o 4º jogo sai, mas na disputa de rebote, Rafa Moreira comete falta no pivô tricolor, Renan Lenz. Emoção na ponta dos dedos, 1.2 segundos no relógio e o polivalente camisa 44 na linha de lance para fazer história. Converte o primeiro, 80 a 79, festa no banco. Basta forçar o erro e comemorar, sem chances para o Minas. E assim foi, num ato de malandragem e estratégia que um jogo de basquete precisa, Renan Lenz erra o segundo tiro livre de propósito, zera-se o cronômetro e fim de papo. O São Paulo é finalista do Novo Basquete Brasil pela primeira vez em sua história!
NOTAS
Georginho: 7.5 – importante como sempre, pouco conseguiu se destacar.
Bennet: 8.5 – em fase aguda do jogo, mostrou frieza e coordenou a equipe dentro de quadra.
Shamell: 5.0 – começou bem, mas logo saiu lesionado.
Jefferson: 6.0 – acertou bolas importantes, mas perdeu a condição de quadra para o Renan Lenz.
Lucas Mariano: 7.0 – foi bem nas duas tabelas (defesa e ataque), porém, foi muito bem marcado e saiu de jogo por cometer 5 faltas.
Kenny Dawkins: 7.5 – entrou pouco mas cometeu poucos erros.
Renan Lenz: 9.0 – fez a diferença no jogo, não só pelo lance livre da vitória, mas pela entrega e intensidade.
Gerson: sem nota – entrou pouquíssimo.
Isaac: 9.0 – excelente marcador, arremessou bolas de 3 decisivas, muito bem.
Igor Araújo: sem nota – poderia ter entrado!
Danilo Penteado: sem nota.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Épico! Não tem palavra melhor para definir o que foi esse jogo 3 entre São Paulo e Minas. Mais que grandes jogadores, uma excelente comissão técnica e um projeto muito bem estruturado. O São Paulo basquete conquista uma vaga na final da elite do basquetebol nacional pela primeira vez e mostra que sua grandeza está no plantel, na raça e na intensidade.
Escrever essa crônica de pós-jogo é uma honra indescritível e inenarrável. Se me perguntarem: “E aí, como foi?”, vou responder com extrema dificuldade, tamanha é a emoção. Ser São Paulo, ser tricolor é isso! É lutar até o fim, é persistir, é manter o foco! Que esse coração de 5 pontas que nos une bata mais forte para essa final. Porque o basquete do São Paulo ostenta dignamente o nome que tem!
Por: Bruno Picciarelli
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