Nós da torcida tricolor, infelizmente não sabemos o quanto Raí tem de carta branca dada por Leco. Se é que tem. Se não tem, se prestaria a esse papel?
O quanto Raí pode fazer? Pode contratar quem quiser e ao preço que quiser? Parece que não. Esse é a primeira questão levantada.
A segunda é quanta experiência Raí tem em administrar o futebol de um time de futebol. Pouca. Raí é sócio de Leonardo na ONG Gol de Letra. É uma ONG não um time de futebol. Ele tem experiência em administrar uma empresa. São duas coisas diferentes.
Algumas contratações foram boas, outras péssimas. Embora Pinotti tenha iniciado, Raí finalizou a vinda de Jean. Primeiro erro. Diego Souza, segundo erro. Foi se o tempo em que era fininho e atlético. Virou um jogador pesado, que a idade pesa. Tem uma inteligência para ficar na área e fazer uns golzinhos. Muito pouco.
A permanência de Nenê no clube é mais um. Ele não agrega, é bom de “panela”. E não tem jogado em bom nível, só por isso merecia banco. Só que sabemos o que acontece quando ele fica na reserva. Desagrega. lembre-se da cena ridícula do Brasileirão do ano passado, em um jogo que não lembro qual foi, em que foi marcado um gol; e ele e o Brenner passaram direto por Aguirre, em um flagrante desrespeito. Esse é Nenê.
Comparem ele com Cerezo. Não, não dá para comparar. Só em termos de idade. Porque em futebol e em aspecto pessoal, Cerezo está anos-luz a frente.
O SPFC desde o terceiro mandato de JJ, ficou “aproveitando as oportunidades” de mercado e fechando com jogadores em fim de contrato, daqui ou da Europa.
E nem sempre acerta.
Ah, que falta faz os velhos olheiros…
Um time que quer ser campeão tem que gastar.
Tem que dar os “tiros” certos. Outra questão: Como o Santos tem dinheiro? Se está ferrado… E o Corinthians? Mais fálido impossível…com um estádio cujos juros são impagáveis…como tem dinheiro?
Gastou se 27 milhões aproximadamente no Pablo, mas foram parcelados. Gastou no Hernanes, mas não foi tanto. Volpi foi empréstimo, Igor também, Biro Biro estava livre, Leo não foi tão caro (não seria minha opção para a LE), W. Farias estava livre. O SPFC gastou bem menos do que aparenta. E ficou devendo. Um bom lateral direito, um segundo volante que saiba jogar, um armador e um atacante de primeira linha.
Deixei como última questão o técnico atual. Percebe-se agora, base é uma coisa, profissional outra.
Soube ontem que Jardine demorou para implantar sua ideia de jogo nos juniores. Só que aqui no Brasil, não existe esse tempo no profissional. Acho que ele avaliou mal ao aceitar o desafio de treinar o time de cima. E por mais que ele se mostre positivo para quarta, acho que ele está se enganando.
Se o time mostrasse alguma evolução, longe disso. Não há pressão alta ou pressão na linha da bola, não há infiltrações ou tabelas, não há um sistema de marcação (nesse ponto, ele desmontou o que Aguirre tinha montado, que era uma defesa mais segura).
Não mostra nem compactação. Fica Nenê isolado numa ponta, Everton isolado em outra, sem um apoio ou ultrapassagens dos laterais. É tudo desconectado, espaçado. A tática é cruzar, abusar de cruzamentos.
Comparando com Sampaoli, que chegou outro dia, de outro país, de outra cultura futebolística, a gente vê uma diferença abissal.
Percebe-se no Santos um pouco dos conceitos implantados.
E no São Paulo?
Tudo bem que Sampaoli é “macaco velho”…mas Jardine não mostrou nada. Está cru para o profissional.
Por último, acho que o mundo anda perdido, por causa das ganâncias das pessoas. Em vários níveis diferentes: bandidos matam por celular; deputados que ganham 30 mil se corrompem; alojamentos de clube feitos de materiais inadequados e mais baratos; mineradoras que só se preocupam com seus lucros. E por aí vai… É poder e dinheiro. Não importa o aspecto humano.
Porque eu falei isso? Porquê Leco não quer largar o clube. Não importa que desde que assumiu não tenha dado certo. A soberba, a arrogância de ser presidente, de decidir, é isso que importa. Foi a mesma soberba e arrogância demonstradas por JJ e depois por Aidar. “Dane-se o clube. Sou o presidente, penso assim e assim vou administrar.”
Não adianta fazer um estatuto novo, se não conseguem separar o clube social do futebol.
Essa é a filosofia de nossos diretores e conselheiros, com raras exceções à regra. Leco é a regra.