Análise do adversário: Destrinchando o Puerto Cabello na Sul-Americana 2023

(Foto: @la_academiapc)

 

Na Sul-Americana 2023, o São Paulo volta a campo para enfrentar o Puerto Cabello, clube venezuelano que tem sido sensação no seu país, líder absoluto. Mas que fará sua estreia em uma partida fora do seu país, e apenas o segundo jogo internacional.

O clube

O jovem clube venezuelano, Academia Puerto Cabello, fundado em 21 de janeiro de 2011. Mas somente em 2014 começou as atividades profissionais. Logo no primeiro ano de disputa, na terceira divisão, conseguiu subir para a segunda divisão em 2015, depois da segunda para a elite em 2017. Ou seja, disputa a primeira divisão venezuelana desde 2018.

Como o nome diz é uma Academia e tem filosofia de formar o cidadão e o esportista, algo semelhante ao que tem no São Paulo e também no Del Valle. Chegou a disputar a Copa Libertadores sub-20, e busca sempre manter um plante jovem.

Novato em competição sul-americana

Um clube que é profissional somente desde 2014, é claro que não tem grandes experiências internacionais, no caso, nenhuma experiência. O primeiro jogo foi na Sul-Americana 2021, enfrentou o Metropolitanos, clube venezuelano e perdeu nos dois jogos, sendo eliminado na primeira fase. Pois retornou na Sul-Americana 2023 contra o tradicional Caracas, clube gigante da Venezuela, e superou o rival por 1a0 e garantiu vaga na fase de grupos.

Nos grupos, na estreia, perdeu em casa para o Tolima, 2a0 dentro do La Bombonerita, e seguiu que internacionalmente ainda tem um longo percurso para percorrer.

Estádio

IMG_20201013_193839.jpg

O Estádio La Bombonerita tem capacidade para 6 mil pessoas, é um estádio bem ajeitado, mas não foi lá a estreia com o Tolima. Tiveram que jogar no Estádio Misael Delgado, do Carabobo.

Mas vale ressaltar as infraestrutura do clube venezuelano são excelentes e fortalecem muito o trabalho futebolístico no país, é um projeto que pode auxiliar bastante no crescimento do esporte local. Afinal, sabemos que o futebol não é o principal esporte na Venezuela.

O atual momento

Viveu seu pior momento após derrota de 2a0 para o Tolima, em casa, empatou em 2a2 no Venezuelano, quebrando sequência de nove vitórias consecutivas no Venezuelano. Mas voltou a vencer na rodada seguinte, 2a0 no Hermanos Colmenarez. Na temporada foram 12 jogos, dez vitórias, um empate e uma derrota, marcou 23 gols e sofreu 5. São números excelentes e por isso lideram o Venezuelano com folgas, em busca do primeiro título.

Somam absurdos 86% de aproveitamento na temporada, mas ainda não venceram uma partida contra uma equipe de fora da venezuelana, único jogo foi com o Tolima e também não marcaram gol.

CONFIRA ⇒ Os 48 inscritos pelo São Paulo na competição

Comandante experiente

O clube é novato, mas o técnico é bem experiente, Noel Sanvicente, 58 anos, já foi treinador da seleção da Venezuela. Conduziu os venezuelanos na Copa América de 2015, mas sem grande sucesso. Além disso, treinou o Caracas por muitos anos, e em diversas edições da Libertadores e Sul-Americana. Foi do Caracas de 2002-03 até 2003-04, sendo que em 2000 comandou o time B e nos anos seguintes foi auxiliar no clube. Também teve uma passagem pelo Zamora em 2012 até 2014, e retornou ao clube recentemente em 2022. Outro clube que defendeu foi o Real Esppor em 2010 até 2012.

Voltou para o Caracas após passagem pela seleção da Venezuela entre 2013 até 2016, e ficou no clube que mais treinou de 2017 até 2021. São 18 jogos de Sul-Americana na sua carreira, venceu 5, empatou 4 e perdeu 9 partidas. Pois na Copa Libertadores foram 66 jogos, grande maioria pelo Caracas, inclusive nos dois jogos entre São Paulo e Caracas na Libertadores 2006, duas vitórias do time de Muricy Ramalho. Na Venezuela, 2a1 para o Tricolor, e no Morumbi, vitória de 2a0, com direito a gol de Rogério Ceni.

O time

A escalação do Puerto Cabello contra o Tolima foi um 4-5-1 sem bola que vira um 4-2-3-1, o time: Romero, De la Hoz, Rivero, Peraza e Granados; Zuma, Cedeño e Lugo; Guerrero, Pérez e Hernández.

Atacam em um 4-2-3-1, com Danny Perez, Raudy Guerrero e Lugo chegando ao ataque para ajudar o centro avante Luifer Hernandez. Entretanto, quando o rival resolve apostar em cruzamentos, comumente Danny Perez vira um segundo atacante de área.

O time venezuelano, aposta bastante na posse de bola, porém em jogo vertical, sempre buscando jogo ofensivo. As principais jogadas da equipe são pelo meio, como citado realizam muitos cruzamentos, principalmente pelo lado direito.

O nome principal e a estratégia

Imagem

A referência do time é o Luifer Hernández, jovem atacante de 21 anos, mas que atua no profissional da equipe desde 2018. Ou seja, um jogador diferenciado e que vive sua melhor fase, são 6 gols em 10 partidas na temporada. No total são 88 jogos pela equipe, marcou 22 gols e deu uma assistência.

Vale destacar também, o nigeriano Gideon Zuma, apesar de segundo volante, é um jogador de muita mobilidade, e que ajuda muito no setor ofensivo. Clube que ainda tem outros dois africanos, o também nigeriano Jacob Adebanjo e o ganês George Ayine, ambos atuam no meio de campo. Outro nome estrangeiro é do panamenho Alfredo Stephens, que atua pela seleção do seu país, teve passagem pelo futebol português, mas não é sempre titular.

Além do panamenho, outro jogadores que tem velocidade e força pelo lado do campo é o ponta Danny Pérez, que teve passagem pela seleção de base da Venezuela, também explora a velocidade.

Representantes na seleção

O único convocado recente foi o goleiro Diego Gil que não tem sido titular da equipe, o lateral-esquerdo Granados fez seis partidas pela seleção lá em 2009. Enquanto o zagueiro experiente Rivero fez apenas uma partida na seleção.

No Sul-Americano sub-20, o zagueirão Santiago Gómez defendeu a seleção da Venezuela, mas ele é reserva na equipe, fez apenas dois jogos no ano. Já no sub-17 que está acontecendo, Ángel Borgo e Rai Hidalgo representam o clube na competição.

Ponto forte

É uma equipe que tem força pelo jogo coletivo, e podemos destacar quando estão sem bola, fechando os espaços pelo meio de campo com cinco jogadores no setor. Ou seja, congestionam e atrapalham um pouco com sua compactação no setor.

Ponto fraco

A parte defensiva, é um ponto a ser explorado, pois quando ultrapassa a primeira linha, se torna frágil e suscetível a finalizações. Além disto, as laterais, principalmente pelo lado esquerdo defensivo rival, é outro ponto que pode ser explorado, pois foi desta maneira que na estreia da Sul Americana, o Deportes Tolima fez seu primeiro gol.

Fique de olho

Luifer Hernández é o principal jogador do time, vive uma ótima fase, muito das vitórias do seu time vieram através de seus nesta temporada. É um jogador de área e que aproveita as oportunidades que surgem, assim como foi contra o Retegui, do Tigre, é preciso ficar atento contra o venezuelano.

La Pizarra del DT (LPDT) on Twitter: "Luifer Hernández 🇻🇪 es un proyecto  interesantísimo en el Futve. Lo viene demostrando hace un tiempo en la  Academia Puerto Cabello. Son 4 goles en

Curiosidade

O São Paulo nunca foi derrotado por uma equipe venezuelana em partidas oficiais. A única derrota veio na Pequena Taça do Mundo de 1955, 4a1 para o La Salle. Foram cinco vitórias em seis partidas oficiais.

Agradecer a colaboração do Willian Matheus que acompanhou a partida do Puerto Cabello contra o Tolima e ajudou nas informações.

Tem alguma informação ou correção? Pode subir nos comentários, agradecemos!

Abraços

Fábio Martins

Fábio Martins

Formado em jornalismo, ADM do SPFC 24 Horas desde 2012 e principal responsável pelo site e redes sociais desde 2014. Twitter: @fbiomartins1

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.