A Libertadores começou pra valer. O Inter conseguiu uma boa vitória no Beira-Rio e eliminou a Universidad de Chile. Já o Corinthians sucumbiu diante de sua torcida e, mesmo vencendo o Guarani/PAR por 2×1, deu adeus à competição.
Agora, resta apenas uma fase eliminatória para que a Libertadores chegue ao seu início “de verdade”. Nos próximos dias, traremos informações gerais dos nossos adversários da primeira fase – Binacional/PER, LDU/EQU e River Plate/ARG.
Começaremos com o campeão peruano de 2019.
Fundado em 2010, o Escuela Municipal Deportivo Binacional, adversário da estreia do São Paulo na competição, é um dos times mais novos a participar da Libertadores. Conhecido como “El Puma del Sur”, a equipe se consagrou campeã do Campeonato Peruano em 2019, após vencer o torneio Apertura e derrotar o Alianza Lima na grande final.
Sua campanha foi marcada por um futebol ofensivo. Um dos destaques da equipe, o meia-atacante colombiano Donald Millán, de 33 anos, foi o vice-artilheiro artilheiro da competição com 23 gols. Apesar do desempenho, o Binacional não conseguiu manter o jogador, que acabou se transferindo para o Universitário no começo do ano. Mas a equipe conta também com outros jogadores perigosos como Marco Aldair Rodrigues, que já tem dois gols marcados em 2020. Outro destaque importante é Andy Polar, que completa 23 anos no próximo dia 17. Jogador insinuante, com boa finalização e frieza, é considerado uma das maiores revelações do país nos últimos anos.
Fora de ritmo
Uma das vantagens que o São Paulo pode aproveitar é o ritmo de jogo. Enquanto a equipe realizou cinco partidas pelo Paulistão, o Binacional fez sua estreia no último dia 3 no campeonato local, quando derrotou o Real Garcilaso por 2×0. Antes disso, a equipe foi derrotada pelo Atlético Grau, da segunda divisão, pela decisão da Supercopa do Peru.
No último domingo, a equipe perdeu em casa para Melgar por 4×2. Para piorar a situação, o técnico Cesar Vigevani, contratado neste ano para a disputa do torneio, pediu demissão do cargo. Veículos locais apontam que o treinador recebeu ofertas dos Emirados Árabes Unidos. Até o momento, a direção do clube não apontou nenhum substituto.
Reformas no estádio
Apesar disso, os peruanos possuem uma carta na manga muito tradicional. O estádio Guillermo Briceño Rosamedina, às margens do famoso Lago Titicaca, comporta 20 mil pessoas e assusta pelos 3.800m de altitude. Porém, com o novo regulamento da Conmebol sobre a iluminação nos estádios, o estádio se tornou inviável para a competição. Em janeiro, clube e governo iniciaram uma reforma milionária para garantir que conseguiriam jogar em casa na estreia contra o tricolor. Segundo o responsável pela obra, Valerio Sucasaire, as obras estão 70% feitas. A previsão é que, até a próxima semana, esteja completa.
Além de um estádio acanhado, a cidade conta com estruturas precárias de hospedagem e alimentação. A direção do São Paulo enviou dois representantes para fazer um reconhecimento geral do local.
Drama
Dias antes da final contra o Alianza Lima, o Binacional teve que lidar com uma enorme tragédia. Juan Pablo Vergara, um dos principais jogadores de meio-campo da equipe peruana, sofreu um acidente com seu carro e morreu. Outros dois jogadores estavam no carro e sofreram alguns ferimentos. Mesmo com a situação, a equipe optou por não adiar os confrontos da final. Na primeira partida, fora de casa, os jogadores demonstraram muita garra e venceram por 4×1, encaminhando o título. O jogo de volta, com diversas homenagens a Vergara, terminou 2×0 para o Alianza Lima, resultado que confirmou o título para o Binacional.
Conclusão
O Binacional está longe de ser um time capaz de bater de frente com o São Paulo. Os problemas encontrados no começo da temporada apenas agravam a situação. Mas todo cuidado é pouco. Há bons jogadores do outro lado que já mostraram se superar em momentos de dificuldade. A equipe pode ser uma zebra no grupo.
Gabriel Luna
SPFC 24 horas
@_gabriel_luna