Torcida bipolar???
Quase 9 anos do último brasileiro, 13 do paulista e 5 da sul-americana, fazem da torcida tricolor uma torcida bipolar. Cheia de agitação, de ansiedade, de agressividade, desânimo, de tristeza, enfim de falta de prazer. Essas alterações de humor vêm de anos de gestão turbulenta, desde o nefasto terceiro ciclo de Juvenal Juvêncio. A torcida está no ponto que qualquer nome “jogado ao vento” vira um fio de esperança. Se a diretoria sofre pressão, se o CT sofre, se os jogadores sofrem, imaginem a torcida… me incluo nesses milhões de sofredores, que tem que aguentar as gozações e piadas dos arquirrivais. É duro, para quem era do time a ser batido, o “bendito soberano” do país. Nos perdemos na soberba, mas há tempo de virar o jogo. Há um ingrediente necessário e primordial: Paciência! Mal entramos em fevereiro, chegaremos no quinto jogo e boa parte da torcida acha que o ano está perdido, que Diego Souza não dá como centroavante, que Edimar é o pior lateral da história… e não é por aí…
Um time é feito de ajustes, de sincronismos, alguns técnicos fazem isso de forma mais rápida, outros gradualmente. Dorival sempre soube trabalhar com os meninos, então há de se dar um voto de confiança pelo menos até o final do Paulista. Importante lembrar que Raí pode não ter experiência como diretor de futebol, mas sabe “gerir”; não é nenhum ‘empresário’ do ramo de perfumaria. Raí também sabe a importância de Jardine, assim como a ambição de chegar ao time principal. E deve estar pensando, planejando para que Jardine chegue ao seu objetivo em 2019, no máximo em 2020; porque não irá querer perder uma de nossas estrelas, importante para o ambicioso projeto de futebol do clube.
Enquanto não chegamos ao Jardine, hoje estamos com Dorival e devemos apoia-lo. Temos Nenê e Tréllez para estrear, Hudson e Reinaldo para reestrear e talvez mais alguma novidade. Brenner está encorpando, Petros está melhor que em 2017 e Marcos Guilherme voando pela ponta direita. São pequenas amostras, pequenos sinais positivos, mas há de se ter… paciência. Vovô dizia que o “apressado come cru”. E Vovô sempre estava certo. E foi Vovô quem me levou pequenina quase de colo para conhecer o Morumbi, para conhecer Pedro Rocha. E Vovô sabia o que falava.
Adriane Falcão