Queiramos ou não, é nítida a evolução de espírito no time de Fernando Diniz

Saudações TRIcolores!

Por uns bons meses, me abstive de escrever sobre o trabalho de Fernando Diniz, pois parecia que minha percepção não condizia nem um pouco com os fatos.

“Larga esse ódio e vem me amar”, esse bordão viralizou nas redes sociais. Fonte: Divulgação

Pois bem, depois de sair da minha cidade de Campo Grande/MS, passar alguns dias pela capital paulista, tive a oportunidade de ir ao Morumbi, no dia da 1ª Partida contra o Lanús-ARG, e conversar com alguns dos profissionais que ali trabalham, para entender qual a realidade que se vive no clube, ratifiquei aquilo que eu imaginava. E é sobre isso que falarei nessa pequena coluna.

No dia 28/10/2020, data do primeiro confronto contra a equipe argentina, pela Copa Sul-Americana, fiz uma visita ao Morumbi, e junto com o tour guiado, pude conversar com alguns funcionários do clube e pude descobrir que o trabalho de Fernando Diniz vai muito além das quatro linhas.

Diniz é um profissional que preza pela unidade dentro do clube, juntando elenco e os profissionais dos bastidores. Essa postura agregadora pode parecer besteira, mas justifica o motivo de ser o único treinador a atingir a marca de mais de um ano de trabalho desde 2013, quando Ney Franco, detentor do último título oficial do SPFC (Copa Sul-Americana 2012), foi desligado após um ano à frente da comissão técnica.

É certo que as eliminações deste ano trouxeram feridas difíceis de digerir, como a derrota para o desmantelado Mirassol, a eliminação precoce na fase de grupos da Libertadores, e a indigesta eliminação para o Lanús-ARG na Sul-Americana, pelo critério do gol fora de casa, sofrido aos 48 minutos do 2º tempo, após uma virada histórica. Apesar disso, desde a partida contra o Lanús, passei a perceber que Diniz não está nem um pouco acomodado e isso tem se refletido em campo.

Diniz tem, até o momento, 58 partidas oficiais no comando do Tricolor Paulista. São 28 vitórias, 15 empates e 15 derrotas, com 98 gols marcados e 74 sofridos. Mas o que importa são os números de 2020.

Em 2020, Diniz comandou o SPFC em 41 partidas, sendo 20 vitórias, 11 empates e 10 derrotas. 82 gols marcados e 59 sofridos. Destaque para o ano invicto nos clássicos, fato raro nos últimos anos, são 3 vitórias e 3 empates em 2020.

O grande ponto fraco do SPFC dos últimos anos se tornou a maior arma. O Tricolor tem uma média de 2 gols marcados por jogo. E logicamente, time que ataca muito, se expõe muito defensivamente e sofre mais gols, é normal, mas ajustável.

Devemos ressaltar que Diniz pediu apenas uma contratação para a temporada, que é o atacante Luciano, negociado em troca com Everton junto ao Grêmio. De resto, trouxe uma nova cara ao São Paulo, ao bancar a permanência de nossas joias da base no time titular, mesmo a contragosto de diretoria e torcida.

Vejamos, do time base titular do São Paulo, metade do plantel é formado por jogadores formados na base: o zagueiro Diego Costa, o volante Luan, os meias Gabriel Sara e Igor Gomes e o atacante Brenner, artilheiro do clube na temporada, com 16 gols. Há muito não víamos um elenco formado predominantemente por jogadores de base.

Outro dado importante a se observar, é o poder de reação do time. O São Paulo não tem mais a apatia a qual estávamos acostumados. Apenas para ressaltar, das 20 vitórias na temporada, 7 delas foram conquistadas após sair perdendo no placar, viradas contra Ferroviária (2×1) e Santos (2×1) pelo Paulistão, Lanús-ARG (4×3) pela Sul-Americana, Fluminense (3×1), Goiás (2×1) e Flamengo (4×1) pelo Campeonato Brasileiro.

Vejamos, o São Paulo está, a passos lentos, voltando a ter um espírito de time vencedor. É uma evolução gradativa, que só se concretizará com a continuidade do trabalho.

Cabe-nos observar, também, que o grande foco dos candidatos à próxima gestão, Rogério Ceni, não virá ao SPFC em 2021, após acertar com o Flamengo para ser o treinador. Logo, não há mais motivos para seguir pedindo a cabeça de Fernando Diniz.

É indiscutível que Diniz está longe de ter o naipe de gabarito para treinar o SPFC, mas se com ele o clube como um todo tem criado esse espírito, é nele que vou confiar e acreditar em bons frutos.

Que venha o 2º Jogo da Copa do Brasil e o 2º turno do Brasileirão!

Avante, TRICOLOR!

 

Heitor Franco (@titofranco_spfc)

Heitor Franco

25 anos, Bacharel em Direito pela Universidade Católica Dom Bosco. São-Paulino fanático por estatísticas e curiosidades dos bastidores institucionais. Apaixonado por música, viagens e fotografias.

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