Bem-Vindo ao SPFC24HORAS

Para jornal inglês, Daniel Alves cita que futebol brasileiro precisa criar identidade coletiva

(Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net)

O camisa 10 do São Paulo, Daniel Alves, deu entrevista exclusiva para o The Guardian, jornal inglês, e falou sobre o seu retorno para o futebol brasileiro.

Um dos assuntos abordado foi a falta de planejamento e a constante troca de técnicos no Brasil: “Se você tem uma ideia clara, é menos provável que mude de técnico todos os anos. Existem clubes que têm dois ou três treinadores em um ano. É loucura. Você nunca cria estabilidade. É preciso haver um planejamento melhor. Você tem que fazer escolhas importantes e realmente apoiá-las. É isso que gera estabilidade dentro de um clube”.

Daniel Alves fez comparação da estabilidade dos times no Brasil com as dos europeus: “Deveríamos refletir sobre os clubes europeus, que criam uma identidade. É raro ver um grande clube europeu que um ano luta pelo título e no outro luta para evitar o rebaixamento. Porque os clubes são estáveis. O São Paulo tem uma ótima identidade de clube que realmente se preocupa com a base, mas não se preocupa em nível coletivo. Quero trazer um pouco da experiência que tive no exterior de como você pode melhorar um clube”.

Em outro momento, Daniel Alves falou da importância em criar uma identidade coletiva: “Os clubes devem tentar criar uma identidade de jogo coletiva. O futebol brasileiro precisa se reinventar nesse sentido. Para a qualidade individual, nunca vi um país como esse. Todos os anos, existem inúmeros jogadores de qualidade. Mas você vê muita individualidade. Não há clubes que são brilhantes por muito tempo por causa de suas jogadas coletivas”.

O camisa 10 revelou uma conversa com o Lugano: “Ele veio e me perguntou: ‘Como é que esse corpinho, essas pernas finas, ganharam mais títulos do que qualquer outro na história do futebol?’ Minha resposta é que não é meu corpo, é minha alma. Meu corpo pode parecer frágil, mas está aqui e aqui – ele aponta para a cabeça e bate a palma da mão direita sobre o coração”.

Mesmo com possibilidades de prosseguir na Europa, Daniel Alves explicou escolha: “Eu amo desafios. Amo quando ninguém acredita que as coisas vão dar certo e você vai lá e faz isso. Essa é minha paixão, isso acende uma chama dentro de mim”.

E completou falando sobre a vontade de provar que segue em grandes condições: “Eu vou atrás desse sonho de ser campeão, fechar uma era com a seleção brasileira, ajudar meu país a voltar ao topo. Você sabe o que mais me motiva? Quando todo mundo para de acreditar em mim. Quando eles dizem: ‘Esse cara não vale nada, ele não pode jogar no meio-campo, não pode fazer isso ou aquilo’. Espere. No caminho, vou trabalhar como um filho da p***, como fiz toda a minha vida. Por isso vim aqui. Eu estava confortável na Europa, mas eu gosto de desconforto. Nada na vida é fácil. Se você deseja alcançar seus objetivos, precisa se esforçar. A menos que seu pai seja o dono do time – quando meu pai dirigia nosso São Paulo, eu sempre jogava e jogava na frente.”

Fábio Martins

Formado em jornalismo, ADM do SPFC 24 Horas desde 2012 e principal responsável pelo site e redes sociais desde 2014. Twitter: @fbiomartins1

Deixe um comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.