O ET não é o Messi

Quando queremos expor ideias, precisamos organizá-las e pensarmos na construção de cada argumento. Comparo o raciocínio com a criação de uma jogada. É preciso pensar, olhar, tabelar ou driblar. Hoje, o São Paulo é, no mínimo, pouco inteligente. Às vezes, dá aquele branco na prova. Muitas outras, falta o estudo mesmo.

Por que o São Paulo não vai?

Em jogadas de criação e ataque, tomamos as piores decisões possíveis. Não falo de pensar certo e errar o passe ou a finalização. Digo dos casos que pensamos errado: bola pra chutar que cruzam; bola que um jogador de um gigante como o São Paulo teria que partir pra dentro do marcador e, na consciência de sua incapacidade, dá um passe curto pra trás de 2 metros de distância. Pontuando a crítica, Marcos Guilherme é atacante que chuta menos que deveria. Tréllez nunca parte pro drible, pois falta recurso. Militão tem poucos avanços ofensivos e nossos homens de frente são incansáveis em desperdiçar chances. E sendo minucioso, reparem como nossos primeiros passes quando recuperamos a bola nunca são no ponto que o jogador chegará, é onde ele está ou pra trás do atual posicionamento. Essa demora nos primeiros atrasa o contra-ataque e desanima nossa expectativa de saída rápida e evolução inteligente com a bola. O pênalti de Hudson contra o Bahia ilustra a pouca inteligência descrita neste parágrafo.

Vamos falar sobre ETs

Foto: EFE / Andreu Dalmau

Dizem que o Messi é um extra-terrestre. Discordo, plenamente. O argentino está mais do que ligado nesse planeta e no jogo. Quem anda em outra órbita, outra galáxia é o Hudson, esse sim, um ET. Que pênalti infantil e pouco inteligente. O jogo rolando e o Hudson parece o Bobby do desenho “O Fantástico muno de Bobby”, em outra rotação. Hudson pouco marca, pouco combate e nada cria de ofensivo. Ofende apenas nossa esperança de uma jogada boa na meiuca.

Não é uma crítica pontual. E sim, conceitual. Nunca o achei credenciado a ser jogador, ainda mais do São Paulo. Assumo que, na chegada no início do ano, dei certo voto de confiança pela campanha da última temporada no Cruzeiro. Depois de alguns jogos, compreendo o porquê os mineiros azuis não fizeram tanta questão de mantê-lo.

Calou minha boca

Ao ver Shaylon à beira do campo pra entrar, minha vontade foi desligar a TV. Sabe aquela sensação de que nada vai acontecer? Bravamente, desacreditado, resisti. Shaylon meteu um golaço e calou minha boca, ou melhor, me fez gritar alguns palavrões ao vibrar na comemoração.

Tite esqueceu dos Tricolores

Alô Tite, você esqueceu o Edimar e o Hudson. Será que na Colômbia vão chamar o Tréllez? Ajudem-nos.

Acompanhe esta coluna sempre às terças!

Twitter: @diegolocutor

Diego Machado

Locutor, jornalista, mestre de cerimônias. Autor do livro 'Nem Tudo é Poesia. Ou é?'. Sambista/ cavaquinhista (horas vagas)

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