O São Paulo e a Política: Juntos desde 1940!

Com todas as polêmicas envolvendo o São Paulo e opiniões politicas, surgiu  a seguinte fala: O São Paulo não deve se posicionar”. Será que moralmente e historicamente falando, é o certo a se fazer?

Vamos para 1940, conhecer uma história que mostra que esse relacionamento é antigo, forte e tem seu lado bem definido.

Contextualizando a época

Em 1930, Julio Prestes venceu as eleições contra o candidato da “Aliança Liberal”, o Getúlio Vargas. Getúlio alegou fraude na votação, mesmo tendo perdido por uma enorme diferença. Logo nesse momento surgiram as primeiras desconfianças do até então Deputado Federal, que tinha fortes ligações com o exercito Brasileiro.

Pouco tempo depois, João Pessoa, que havia se candidatado para o cargo de vice-presidente de Getúlio Vargas, foi assassinado por um advogado Paraibano, cobrando questões politicas do Estado. Vargas, porém, tratou aquele acontecido como um ataque nacional. Assim, em outubro daquele ano, Getúlio Vargas, com o apoio dos militares tomou o governo do então presidente Washington Luís.

“Mas o que isso tem a ver com o São Paulo, meu Deus?”

Em 1937, Getúlio Vargas, em um ato de autoritarismo, ordenou a queima de todas as bandeiras dos estados do Brasil, Incluindo a do estado de São Paulo. Ficou proibido então o uso de qualquer símbolo estadual.  Foi nesse contexto que em 1940, o Estádio do Pacaembu foi inaugurado!

O evento contava com mais de 60 mil espectadores e tinha como roteiro um desfile com milhares de atletas. Entre os convidados estavam clubes e associações de diversos estados e países, além de atletas Brasileiros e estrangeiros de diversas modalidades.

Por lá passaram o Coritiba, Paulistano, Gramiora, Ypiranga, entre outras federações. Porém, os principais nomes da noite eram os 3 grandes clubes da capital Paulista, o Corinthians, Palestra Itália e o São Paulo.

Fica agora um relato de Conrado Giancomini, em seu livro “Dentre os Grandes, És o Primeiro!”, sobre a chegada da delegação tricolor ao estádio do Pacaembu:

“As representações de Corinthians e Palestra Itália foram ovacionadas pelas suas torcidas ao entrarem em campo. Todavia, nada igual à recepção tricolor. O estádio veio abaixo com a entrada da delegação do São Paulo, que, além do nome, trazia na camisa as cores da Bandeira Paulista. Era uma resposta do público ao Presidente Getúlio Vargas, odiado em São Paulo desde a revolução constitucionalista de 1932. As manifestações de apoio ao São Paulo vinham de todas as partes, das camadas populares nas arquibancadas ao setores mais nobres do estádio. A multidão em peso se levantou aplaudindo e gritando entusiasticamente:

– SÃO PAULO! SÃO PAULO! SÃO PAULO!

Apontando para a tribuna de honra onde estava o presidente Getúlio Vargas.”

Diz a lenda que após presenciar esses atos, em uma atitude irônica por parte de Getúlio Vargas, ele comentou com os que o acompanhava:

– Ao visto, este é o clube mais querido da cidade?

Se era ironia ou não, não sabemos, mas a resposta para aquela pergunta era simples. Sim, nós éramos O Clube Mais Querido da Cidade! Em meio a tantas censuras e proibições, os Paulistanos se apegaram a imagem do tricolor. Sua Bandeira, suas cores, o seu nome!

Thomaz Mazonni escreveu uma frase BELÍSSIMA envolvendo o torcedor São-Paulino: “Brasileiro de São Paulo: O São Paulo F. C. é o teu Clube, pois tem o nome de tua terra e a alma de tua gente.”

Opinião

Portanto torcedor tricolor, sem essa de “futebol e política” não se misturam, principalmente quando se trata de São Paulo. Nosso clube tem fundamentos e honras, ele foi criado assim! Lembre-se sempre dos primeiros jogadores, dirigentes e torcedores, aqueles que nunca deixavam de se posicionar. Esses sim poderiam ser chamados de “Raiz”.

Toda vez que você nega o direito de um representante tricolor expressar a sua opinião, principalmente no contexto em que vivemos, você está negando a honra, a moral e os fundamentos pelos quais este clube sempre lutou para manter.

Um ídolo se constrói pelo que faz em campo, mas também pelo que é fora dele. De nada adianta para um jogador os gols e os títulos se a sua moral é falha. O Raí é e sempre será ídolo. Seja como jogador, seja como dirigente, torcedor ou como pessoa!

Gustavo Marinheiro

Gustavo Marinheiro

Meu nome é Gustavo Marinheiro, sou estudante de Jornalismo, fotógrafo e professor. Escrevo há 3 anos, sendo sobre o São Paulo há 2.

Este post tem um comentário

  1. Getaldo Tadeu dos Santos

    A controvérsias meu caro neste caso foi uma resposta popular ,e não a de um dirigente.
    O clamor do torcedor a democracia em forma de aplauso.
    Rai escrachou o presidente em forma de apelo unico um tecalwue politico unico seu herdado talvez pelo irmão,me desculpem é b diferente do que foi mostrado.

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