No ‘Bola da Vez’, Jardine fala de mágoa do Mancini e cita sobre temporada do Hernanes

(Foto: Reprodução | ESPN Brasil)

O ex-técnico do São Paulo e atual treinador da seleção brasileira sub-20 e olímpica, André Jardine, foi o ‘Bola da Vez’ da última semana na ESPN Brasil e relembrou chance como treinador principal do São Paulo no início de 2019.

Jardine declarou que não gostou de atitudes do então coordenador Vagner Mancini e seu ‘substituto’ no Tricolor: “Sou obrigado a dizer que não gostei de algumas declarações pós-jogos. Ele fez algumas críticas indiretas, se referindo a evoluções, sendo que ele fazia parte também do trabalho anterior. Você não pode falar em evolução se também é parte do problema, mas entendo, porque o Mancini é um treinador e agora tem certeza disso. Naquela época talvez ele vivesse um dilema, se queria ser treinador ou ficar na coordenação, e acho que ele resolveu isso dentro dele, deixou claro para todo mundo e inclusive saiu por não ser efetivado no cargo”.

Na sequência, Jardine falou sobre a aprovação pelo nome na coordenação: “Como coordenador, ele seria um cara com experiência de campo, um cara para trocar ideia de jogo, mas fundamentalmente um cara para fazer essa aproximação entre treinador e diretoria. Eu queria ter, ao lado da direção, uma pessoa que tivesse 100% de consciência daquilo que a gente estava fazendo, das ideias, porque eu sabia que em algum momento iria fazer coisas não triviais e o pessoal poderia dizer: “ih, será?”.

Pois o atual técnico da seleção brasileira de base completou: “Eu queria que alguém defendesse o trabalho e o Mancini surgiu como essa alternativa. Ele não queria vir, eu acabei ligando pessoalmente explicando a importância. Eu dei o aval. Não sei (se ele defendeu o trabalho), quero acreditar que sim. É uma pessoa que eu gosto, um amigo que eu tenho. Não temos tanta relação, mas eu respeito bastante. Ele estava ali, sabe tudo o que aconteceu, sabe o por quê de cada escalação e de cada estratégia, então tinha condição de defender”.

Sobre Hernanes, Jardine avaliou: “Ele chegou em uma pré-temporada que praticamente não existiu (na Florida Cup), e não porque a gente quis, mas porque o calendário espremeu. Quando se aceitou o convite, não se imaginou a situação de pré-Libertadores. No momento que eu assumo, não tem mais a escolha de ir ou não ir, a gente tinha que ir por efeito de contrato. Sabíamos que ia atrapalhar um pouco, mas resolvemos lutar com a adversidade e fazer daquilo ali uma coisa positiva. O Hernanes teve pouco tempo, a gente entendia que ele tinha que jogar porque precisava de ritmo. Julgamos ideal que ele jogasse 45 minutos (por jogo), para não esticar demais e nem de menos”.

O ex-treinador são-paulino completou do caso Profeta: “O prazo da pré-Libertadores era o meu prazo, mas era o dele também. Naqueles jogos ele tinha que estar bem para fazer a diferença. A gente conduziu tudo na ponta dos dedos, mas no último dia de pré-temporada ele sentiu um desconforto na posterior. Foi uma pena. Nem foi um treino forte, era leve, mas ele diz que em uma das últimas finalizações ele chutou e a musculatura deu um “oi”. Ali atrasou um pouquinho, a gente teve que segurar no início do Paulista, ele perdeu ritmo, não treinou com a mesma força que os outros. Ele continuou lutando o ano todo para chegar no seu ideal e ainda não conseguiu, mas eu não tenho dúvida de que vai produzir ainda e dar muita alegria para a torcida do São Paulo”.

Jardine durou pouco no comando técnico do São Paulo, assumiu interinamente no fim de 2018, foram 7 jogos e 3 vitórias. Para assumir de vez o time em 2019, porém durou somente 8 partidas, 3 vitórias, e eliminação precoce na 2ª fase da Libertadores contra o Talleres.

Fábio Martins

Formado em jornalismo, ADM do SPFC 24 Horas desde 2012 e principal responsável pelo site e redes sociais desde 2014. Twitter: @fbiomartins1

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