Lucas Mariano eleva a expectativa e faz uma de suas melhores temporadas no São Paulo

(Foto: byarrosfoto)

Não há dúvidas quanto a empolgação do torcedor são-paulino quando o clube de forma oficial, anunciou a contratação do pivô Lucas Mariano. Vindo do Botafogo obtendo médias expressivas de 15,6 pontos na última temporada e um título de expressão que foi a Liga Sulamericana de Basquete, Lucão como é conhecido sempre foi visto como uma das promessas de sua geração e muito cogitado para defender a seleção brasileira.

Começando sua carreira na cidade de Franca, o pivô teve sua primeira aparição no NBB já na temporada 2009/10 com apenas 17 anos, e ficou na cidade francana até a temporada 2014/15 aumentando gradativamente seu número de jogos e minutos deixando a capital do basquete já consolidado no mercado nacional, com médias de 12,4 pontos em sua última temporada.  De lá, teve uma passagem relâmpago pelo Mogi Basquete onde jogou menos minutos e desembarcou em Brasília onde até então obteve seu maior sucesso no certame nacional, sendo um dos pilares do time do técnico Bruno Savignani obtendo uma excelente média de 18,1 pontos, sendo o maior cestinha da equipe com 580 pontos e fazendo uma ótima parceria com Fúlvio e Deryk  sendo eliminado do  Novo Basquete Brasil para o Bauru nas quartas- de-final, clube que viria a ser campeão daquele torneio.

Após sua passagem pelo Distrito Federal,  passou de forma discreta pelo Vasco e pelo Bauru, mas reencontrou seu basquete no Botafogo. Pelo time carioca,  foi um dos grandes destaques da equipe no título sul-americano, e obteve uma média impressionante no NBB de 42,5% na bola três pontos, anotando 51 bolas triplas de 120 tentadas, números que para um pivô são deveras impressionantes.

Com o encerramento das atividades do basquete botafoguense, o tricolor paulista aproveitou a oportunidade de mercado que lhe aparecera e contratou Lucas Mariano mesmo após ter adquirido Gerson, pivô que foi contratado com status de titular após uma excelente passagem pelo Rio Claro e convocação para o jogo das estrelas. Apesar da  evidente boa aquisição para o elenco de Cláudio Mortari, muitas duvidas pairavam sobre a cabeça dos especialistas e torcedores sobre o desempenho do mesmo  e como seria seu encaixe na equipe, pois na última temporada a equipe era bastante intensa em seu ataque e o pivô que sempre teve problemas com sua parte física levantava bastante questionamentos se veríamos denovo aquele atleta que brilhou com a camisa do Brasília.

Tendo chegado ao clube do Morumbi, já em sua estréia do Campeonato Paulista deu seu cartão de visitas diante do Pinheiros e mostrou que fisicamente estava em ótima forma e ajudaria muito a equipe no certame estadual. Sendo considerado por muitos o destaque da equipe na competição, em muitas partidas carregou a pontuação do time e foi premiado pelo técnico Aleksandar Petrovic com a convocação para as eliminatórias da Americup para os duelos diante de Panamá e Paraguai ,e foi muito bem anotando 12 pontos diante dos Panamenhos e 10 diante dos Paraguaios , gerando elogios do técnico do selecionado nacional não só a ele mas ao técnico são-paulino por elevar o nível do pivô.

Após ser o principal jogador da equipe no estadual, o NBB 2020/21 começou e a expectativa sobre o desempenho de Lucão aumentou muito após seu desempenho no Campeonato Paulista. Com um jogo que o favorece muito, até o momento em 15 partidas disputadas, vem fazendo uma de suas melhores temporadas da carreira e sendo o pilar da equipe ao lado de Georginho. As excelentes médias de 17,5 pontos , impressionantes 60,6% na bola de 2 pontos e ótimos 33,3% na bola três, apenas confirmam o ótimo momento na carreira do jogador que se encontrou no esquema do muito experiente treinador tricolor.

Para o jornalista Lucas Rocha especialista do meio e setorista do Bauru Basket na Rádio Jovem Pan News Bauru, a melhora física, o tempo em quadra e o sistema de jogo da equipe é que potencializa esse desempenho acima da média do atleta. ” Melhorou fisicamente, está ficando mais tempo em quadra, está sendo mais envolvido pelos companheiros e o próprio sistema de jogo do Mortari potencializa o rendimento de cada jogador, para que eles também consigam dar frutos para a equipe.” 

Já para o jornalista Felipe Souza, do Blog do Souza, que inclusive o entrevistou recente para um quadro de seu canal no Youtube chamado ”Fala jogador” o foco durante a pandemia, a passagem pelo Botafogo, e a liberdade dada pelo treinador são-paulino foi ponto de virada para a carreira do atleta. ” No meio da pandemia ele decidiu focar na própria carreira dele, investir em treinos, investir em treinadores, um investimento na sua própria carreira e ele mesmo trata isso como uma grande mudança para ele chegar aonde ele está hoje, chegando na seleção, fazendo uma ótima temporada pelo São Paulo com médias acima das que ele obteve pelo Brasília. O Lucas é um cara que talento ele tem, o que ele precisava era foco e dedicação e tudo isso ele ressalta no papo que tive com ele no ”fala jogador”. A própria ida para o Botafogo ajudou nesse processo, com o Léo Figueró sendo fundamental para que ele crescesse no sentido de pontuação e a partir dali ele muda mesmo a carreira sendo um grande ponto de virada para ele.  Outro ponto é o próprio Cláudio Mortari dar mais minutos e deixar ele livre para fazer seu próprio jogo”

Vale muito a pena inclusive acompanhar esse bate papo que o jornalista teve com o jogador, onde abordaram diversos pontos como a sensação de ser convocado novamente para a seleção brasileira, convocação que para Lucas é fruto do seu esforço. ”Passei por uma tempestade muito grande, sempre tive bons números, mas o contexto do time não era bom e acabava meio apagando o que eu fiz. Nessa temporada o time todo está bem, e quando as coisas vão bem as coisas acontecem, são vários fatores. Então viver esse momento hoje é muito gratificante , ver que meu trabalho, minha alegria está dando certo , meus esforços estão dando certo.”

O pivô também na entrevista abre o jogo sobre como foi o acerto com o basquete tricolor e rasga elogios a estrutura do basquete profissional. ”O Rossi diretor do São Paulo , entrou em contato com meu agente e perguntou como é que eu estava, e ele falou de muitas coisas e eu também tive que abrir mão de muitas coisas é claro, ninguém hoje está recebendo aquilo que deveria receber por causa da pandemia, então a gente acabou falando vamos aceitar , acho que o mínimo pra poder pagar as contas, ficar bem, poder jogar e fazer um bom ano. Então por isso que o São Paulo me deu uma ótima oportunidade de realizar o meu trabalho e eu só tenho  a elogiar o São Paulo , a gente joga dentro do Estádio do Morumbi, a estrutura é surreal , a gente vê qual que é a diferença do futebol com o basquete , você vê o estádio, com não sei quantas quadras, restaurantes, lanchonetes , a nossa quadra de basquete, então é surreal, o suporte que eles dão pra gente é muito bom e eu fico muito feliz pela oportunidade de estar fazendo um bom trabalho no São Paulo .”

É inegável a importância do técnico Cláudio Mortari na temporada acima da média que Lucas Mariano vem fazendo. O treinador conhecido por elevar o potencial dos atletas já demonstrou toda a sua competência nesse quesito ao potencializar Georginho de Paula ao papel de MVP ,aumentar o nível de Léo Meindl, elevar os números de Renan Lenz e não vem sendo diferente com o pivô, que  na entrevista frisa como foi seu encaixe na equipe, as dificuldades encontradas por ele no início, e a liberdade que Cláudio dá para os jogadores em quadra . ” Quando soube do time, da proposta que eu tinha do São Paulo eu analisei muito e pensei como eu iria conseguir jogar com jogadores tão bons e com o volume tão alto. Tem Jefferson, tem Shamell, tem Georginho, tem Renan, e são caras que jogaram bem a temporada passada e com muito volume, e fiquei imaginando meu Deus onde é que vou encaixar nesse time agora? Aí eu pensei, se Deus quiser vai dar tudo certo, só vamos. Então quando cheguei no início, nos primeiros treinamentos, eu lembro que o Paulista foi um campeonato muito bom pra mim poder me adaptar ao time. Inclusive me lembro que o São Paulo não tinha um pivô específico pois eles jogaram bastante com Jefferson e Renan na temporada passada, e eu mostrei desde o primeiro treino o meu trabalho, os meus recursos e o que eu sei fazer de melhor no poste baixo e no Pick and Roll e foi onde acabou dando certo, eu consegui um espaço e uma moral com o time, eles confiaram em mim e até hoje tem muito volume, mas na hora que as coisas apertam sempre me procuram embaixo para poder causar um desequilíbrio, poder mudar o ritmo do jogo, mudar a forma de jogar, a gente foi a cada jogo se entrosando, ganhando os espaços e acabou que cada um tem uma bola pra chutar, acho que nosso time hoje tem média de quase 100 pontos por jogo e a gente vê que cada um tem seu momento e isso deu muito certo. O jeito que o Cláudio trabalha, esse jeito que ele faz a gente jogar, esse jeito mais solto, com mais liberdade, é onde a gente se encontra mais em quadra, a gente tem liberdade para falar, vamos fazer isso, ou vamos fazer aquilo, a gente chegar no jogador e falar que isso está dando errado, ou está dando certo, então é o que eu sempre falo sobre a união do time, todos pensando no mesmo objetivo e não pensar na individualidade, pois no final a vitória e o título são os mais importantes e sairão todos valorizados”. 

Com certeza um dos grandes responsáveis por esse grande momento vivido na carreira do pivô o preparador físico do basquete tricolor Murilo Drago enfatiza o trabalho de Mariano nas suas férias, e o modelo de alta perfomance que é trabalhado dentro do São Paulo.”O Lucas chegou para a pré temporada no São Paulo próximo ao peso ideal . Nas férias ele se cuidou dando foco na dieta e trabalho de condicionamento geral, isso ajudou muito para que suportasse a pré-temporada . Este ano conseguimos realizar uma pré-temporada com duração de 6 semanas e isso com certeza contribuiu para que a condição física dele melhorasse nesta temporada . O modelo de treinamento adotado no São Paulo preconiza a melhora da força explosiva e velocidade dos atletas e preparamos todos com o mesmo modelo . O objetivo da preparação Física é preparar os atletas para que consigam suportar as cargas de treino e período competitivo em alta performance. A todo momento menciono a importância de trabalhar sempre em alta intensidade , isso fará com que se mantenham em alta performance em todo período competitivo , além de prevenir de lesões. Já havia trabalhado com o Lucas na seleção brasileira , no preparatório para Olimpíadas de Londres . Ele tem um grande potencial físico, explosivo e veloz , isso faz muita diferença na posição que ele joga, o que fazemos dentro do São Paulo, é potencializar estas características dele , utilizando meios e métodos para otimizar estas características.”

Quarto colocado do Novo Basquete Brasil, o São Paulo de Lucas Mariano volta a quadra pela competição nacional apenas no dia 25 de janeiro para enfrentar a equipe do Caxias do Sul já pelo segundo turno. Porém disputa a Copa Super 8 entre os dias 15 e 23 de janeiro ainda sem chaveamento definido.

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