Juanfran é apresentado, arrisca no português e diz sobre São Paulo: “É o melhor das Américas”

(Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net)

Nesta sexta-feira (9) foi a vez do Juanfran ser apresentado no São Paulo. O lateral espanhol chegou no Brasil na quarta-feira (7), treinou nesses dias e foi para a coletiva de apresentação nesta sexta (9) no Morumbi.

Lugano falou sobre reforço e filosofia do clube: “Achamos que o nosso clube e nosso vestiário precisa se globalizar mais um pouco com a filosofia que ele vai trazer. É uma escola de futebol que é a melhor do mundo na última década. (…) Precisamos ser campeões, a cobrança é grande, então precisamos de jogadores com maturidade para absorver tudo isso. Agora é a bola e o campo que vão falar a verdade”.

Primeiras palavras

“Vou tentar falar um pouco português. Quero agradecer ao presidente, Raí, Alexandre e Lugano. A todos por terem confiado em mim. Estou muito feliz em ser Tricolor. Quero dizer à torcida que vou deixar minha vida por eles, agora são todos da minha família. Obrigado a todos por virem. Agora terminou meu português (risos)”

Anos na Europa e São Paulo melhor da América

“Fiquei muitos anos na Europa, conquistei tudo que podia, só faltou a Champions, que conquistei dois vices. Fui campeão com a seleção, que é algo grande. Quando surgiu a oportunidade do São Paulo, não pensei um minuto. Para mim, é o melhor das Américas.”

Futebol brasileiro

“Não penso que o Brasil está atrasado. Acredito que as coisas estão indo mais lentas que na Europa. Mas estamos vendo que está mudando. O futebol brasileiro (e sul-americano) está ficando mais forte, as equipes podem competir contra os europeus. O que eu mais queria era vestir a camiseta do São Paulo.”

Diferença do Espanhol para o Brasileirão

“Vemos, da Europa, o futebol brasileiro bastante difícil. Tem muitas equipes que ganharam os campeonatos nos últimos anos, e na Espanha é diferente. O torcedor desfruta muito mais aqui. Falta isso na Europa.”

Conhecimento sobre Raí e mira ser tido como exemplo

“Desde pequeno eu via o Raí jogar no PSG, a história de que ganharam do Barcelona no Intercontinental. Desde pequeno queria jogar fora do país. O São Paulo me deu essa oportunidade. Quero seguir trabalhando, aprendendo, quero ser uma melhor pessoa. Quero que as crianças do Brasil me vejam não só como um jogador, mas sim como uma grande pessoa.”

Vai jogar onde?

Ponta de origem, mas lateral há muito tempo, Juanfran falou sobre posição: “Temos uma grande equipe. Posso jogar em muitas posições, não tem problema. Posso fazer a lateral direita ou esquerda. Eu quero jogar, ajudar, seja um minuto ou noventa. Que eu seja um exemplo para meus companheiros, eu deixo a vida em campo, fiz em toda a minha vida. Por isso saí com um grande carinho da torcida no Atlético de Madrid. Eles viam que eu trabalhava, trabalhava, trabalhava e deixava a vida pela camiseta.”

E completou falando que está nas mãos do técnico: “Eu jogarei onde o Cuca quiser, vou deixar a vida pela camiseta do São Paulo. Se pode dizer muito, como estou fazendo agora, mas tenho certeza que estarão felizes em ter um jogador como eu no São Paulo.”

Daniel Alves

“Acredito que o São Paulo, quando pensou em mim e no Dani, pensou em dois jogadores de hierarquia, que podem ajudar a equipe em qualquer posição. Falei com o Cuca, tem um plano um pouco secreto (risos). Não posso contar. O São Paulo ganha muito com a nossa chegada. Não só pelo jogador, mas como pessoa. Vamos ajudar os mais jovens a serem melhores jogadores. Dani sabe, nos falamos. Queremos ajudar a equipe em qualquer posição. Cuca, com seu plano, já nos disse onde vai nos colocar.”

Companheiros brasileiros e ídolos

“Ídolos? Tenho dois aqui, um na direita e outro na esquerda. Pássaro também (brinca o espanhol). Lugano é um irmão para o Godín, e Godín é um irmão para mim. São dois ídolos, espero conseguir fazer um pouco que eles fizeram aqui. Eu gosto dos brasileiros. Já tive muitos companheiros brasileiros. Sempre tive boas relações com eles.”

Sistema do Cuca e vivência com Simeone

“Todos esses anos no Atlético tiveram uma equipe muito forte, que ficou muito tempo junta. Era a mesma defesa. Eram muitos jogadores que estavam há muito tempo juntos. O Simeone tem uma forma de jogar que é sair no contra-ataque. Agora é diferente. São Paulo não é uma equipe de contra-ataque, mas sim de jogar, ter a bola, ter jogadores de qualidade. Vou me adaptar rápido, porque tenho muita qualidade. Não vou ter problema em me adaptar. Penso que a equipe precisa acreditar em seu treinador, e nós acreditamos no Cuca. Percebi desde o primeiro dia que cheguei isso. Tenho certeza de que é o melhor treinador que poderíamos ter.”

Acostumado com ‘estilo Libertadores’?

“O Diego Simeone nos dizia que nossa equipe era muito semelhante às equipes da América do Sul. Não dávamos uma bola por perdida. A torcida do Atlético é incrível, muito parecida ao que se vive na América do Sul, na Libertadores. Já me contaram que o São Paulo é uma equipe de Libertadores. As pessoas querem vir ao estádio ver a equipe jogar a Libertadores, que é muito importante. Tomara que possamos ser um time de Libertadores.”

Copa do Mundo no Brasil em 2014

“Gostei muito quando estive no Brasil, com a seleção espanhola. Fizemos uma Copa ruim. Ganhamos a última partida, a única que joguei, então saí um pouco feliz (risos). Fiz uma grande partida, ganhamos, mas está claro que foi um Mundial triste, éramos os atuais campeões. Mas agora só tenho a dizer coisas boas de São Paulo, do Brasil, da comida. Está claro que há mais equipes aqui em São Paulo, rivais diretos nossos. Minha família agora é São Paulo. Espero que as coisas se saiam bem aqui, quero conquistar muitas coisas aqui.”

Vivência de finais e pressão no São Paulo

“Já joguei onze ou dez finais com o Atlético. Ganhei oito e perdi duas. Essas cicatrizes da Champions são para a vida toda, ajudam a querer ser mais ambicioso. Acredito que temos que ter humildade. Sei que no São Paulo a pressão é grande, ainda mais com esses anos sem títulos. Mas temos que ir jogo a jogo. No Atlético íamos assim, partida a partida. Amanhã ganhar do Santos, semana que vem do Ceará e ganhar, ganhar, ganhar.”

E completou falando sobre Libertadores, torcida presente: “Com essa humildade e pensamento, podemos voltar a realizar esses sonhos. Mas agora estamos longe, nem estamos jogando a Libertadores. Algo que me sinto contente na minha passagem no Atlético de Madrid, a torcida cantava que estava orgulhosa dos jogadores. O que mais quero é que a torcida são-paulina esteja orgulhosa do trabalho que fazemos.”

Filosofia de jogo e também de vida

“Para mim, o mais importante é ganhar. Podemos trabalhar e trabalhar para ganhar. Eu quero vencer, sempre. Podemos jogar melhor ou pior, mas para mim é igual, o que mais quero é vencer. Me considero um vencedor, não porque ganhei muito, mas por querer ganhar sempre. É essa filosofia que o Lugano fala, algo está mudando. Acredito que seja bom jogadores da Europa virem ao Brasil, acredito que seja bom para os jovens. O jogador tem que ser inteligente fora de campo, vou tentar passar isso para os mais jovens aqui do São Paulo. Não se ganha só com qualidade, precisa trabalhar.”

Conversas com brasileiros antes de vir para o Brasil

“Quando eu já sabia que eu ia assinar com o São Paulo, pude falar com o Felipe (zagueiro). Ele me disse que ia gostar muito. Me disse que eu vinha para um grande de São Paulo. Está claro que o futebol brasileiro, os jogadores… É um pouco mais tranquilo que a Europa. Venho de um futebol com o Simeone de intensidade, todos os dias. Não tinha um dia sem intensidade com Simeone. Tenho falado com o Dani que temos que tentar trazer isso ao São Paulo, ajudar nossos companheiros a serem melhores. Minha chegada foi muito boa, todos me receberam bem. Me respeitam, sabem o jogador que sou e que não vim para passear.”

Fábio Martins

Formado em jornalismo, ADM do SPFC 24 Horas desde 2012 e principal responsável pelo site e redes sociais desde 2014. Twitter: @fbiomartins1

Este post tem um comentário

  1. tiago

    realmente é um jogador diferente em todos os sentidos

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