Incerteza

Estamos vivendo algo nunca vivido antes, como consequência isso traz medo do desconhecido.

Vivemos o medo da epidemia.

Vivemos o medo na economia, que faz milhares perderem emprego, outros afastados e outros em home office.

Vivemos o medo do social, em que muitos avós não podem abraçar seus netos, filhos não podem abraçar seus pais e profissionais médicos se afastam da família para não os contaminarem.

E os apertos de mão?

Os abraços de amigos?

Os beijos de amor?

Tudo em cheque até a chegada de uma vacina.

E o que isso tem com o futebol? Tudo a ver.

O futebol está voltando em alguns locais, como na Alemanha, mesmo assim sem público ainda.

Futebol sem público? Sim, o futebol voltou, mas sua essência foi tirada.

Quem vai xingar?

Quem vai aplaudir?

Quem vai referenciar o drible, a jogada genial?

E quem vai incentivar o time a buscar o impensável dentro de campo?

E aqui ainda estamos um pouco longe, porque o Governo não sabe e não combate a epidemia como se deve.

Aí vem o pensamento e como os clubes vão sobreviver?

E o nosso SPFC?

Por mais que seja maravilhoso entrar no túnel do tempo e matar as saudades de anos atrás, de jogos como o contra o Liverpool ou até ver títulos da seleção; as saudades reais são do SPFC atual, saudades das defesas de Volpi, a sobriedade defensiva de Bruno Alves, a classe de Dani Alves e dos dribles de Anthony, que provavelmente serão vistos agora no Ajax.

Muitas incertezas…

Quase ninguém conhece mas” O Velho e a Flor” é do inesquecível Vinícius de Moraes.

Por céus e mares eu andei,
Vi um poeta e vi um rei
Na esperança de saber
O que é o amor.

Ninguém sabia me dizer,
Eu já queria até morrer
Quando um velhinho
Com uma flor assim falou:

O amor é o carinho,
É o espinho que não se vê em cada flor.
É a vida quando
Chega sangrando aberta
em pétalas de amor

Adriane Falcão

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