O São Paulo FC nos últimos dias entrevistou cerca de 10 técnicos estrangeiros na busca pelo substituto do demitido Fernando Diniz. Apesar da grande quantidade de entrevistados, o clube selecionou técnicos com estilos de jogo parecido, não necessariamente formação tática parecida, mas sim no conceito de jogo, conceito este semelhante ao que Fernando Diniz estava propondo no time. Sendo assim a expectativa para a próxima temporada ainda é o estilo de jogo que mantém a posse e controle da partida, que chega em conjunto e bloco, que varia o lado do ataque e por diversos momentos marca em linha alta. Mas para isso ter sucesso é necessário sempre acertar a execução, algo que não vinha mais acontecendo, além claro da falta de vontade e gana de vencer ou lutar pela jogada.
Após tentativas e tratativas, o clube chegou ao seu alvo principal: Hernán Crespo (sim, aquele ex atacante argentino) tem o estilo bem conceitual da posse de bola e financeiramente é o que mais se encaixa ao orçamento do clube. Crespo estava no Defensa y Justicia da Argentina e conquistou a Copa Sul-Americana desta última temporada.
Sendo assim, segue algumas características de como joga o time de Hernán Crespo.
FORMAÇÃO TÁTICA: No DyJ Crespo vinha jogando em uma formação pouco ousada, o 3-6-1 (3-2-4-1). A tão preferida formação de parte dos São-Paulinos começando com 3 zagueiros pode estar de volta, mas desta vez em um estilo bem diferente daquele 3-5-2. Neste caso do Crespo, a formação é para superlotar a parte central do campo e deixar os laterais jogarem como alas bem ofensivos. Ainda há também a opção de jogar em 4-3-3, 4-5-1, 4-1-4-1, 4-2-3-1; essas formações também mantém a posse de bola no intuito de deixar o lado oposto no 1×1 para jogadores rápidos ou os laterais em condições tranquila de cruzamento.
CONCEITO DE JOGO: Com os três zagueiros, meio campo lotado e alas ofensivos. O time treinado por Hernán Crespo foca na troca de passes desde o primeiro terço do campo, o goleiro também por diversas vezes faz parte da criação primária (em alguns momentos, o goleiro do DyJ se alinhou aos zagueiros). Crespo gosta que o centroavante saia de sua zona de conforto e ajude os meio-campistas na construção das jogadas e assim abra espaço para infiltrações dos companheiros, Luciano já tem essas características e realiza muito bem essa função. Sendo assim, teremos um time pouco mais espaçado e rápido mas que não deixa de construir de pé em pé.
MARCAÇÃO ALTA E BAIXA: Como Crespo gosta que seu time marque em linha alta, é necessário um meio campo de muito vigor físico e zagueiros bons em cobertura, um meio campo com boa capacidade de interceptar passes para explorar o posicionamento ruim do adversário. Para a marcação baixa, a linha defensiva resulta em 5 jogadores e uma segunda linha com 4 jogadores , o atacante marca o passe dos zagueiros/volantes.
ELENCO: É nítido que o São Paulo precisará contratar alguns jogadores, fortalecer esse elenco seria prioridade da direção independente de quem seria o técnico, agora com a chegada do Crespo o clube poderá ir atrás de zagueiros, volantes, um meia armador e atacantes de velocidade, jogadores estes que fariam parte do estilo do novo técnico. Ainda sendo possível a saída de mais alguns jovens para fazer caixa e recuperar a finança do clube, São Paulo precisará analisar bem as novas contratações para não cometer os mesmos erros da gestão anterior.
Ainda sobre o atual elenco, algumas peças poderão ter uma mudança no posicionamento para se adequar ao novo estilo. Daniel Alves por exemplo seria uma opção de jogar como o ala direito e dar espaço a um outro meio campista de ocupar a posição; Igor Gomes poderá jogar mais centralizado e com mais opções de passes igual como se consolidou na base; Nestor poderá enfim receber sua oportunidade como o segundo meio campista já que tem como característica bons passes, finalização de média/longa distância e diversos momentos pode cobrir a subida do lateral esquerdo; Paulinho e Toró também podem receber mais oportunidades durante a temporada e Pablo deverá receber diversos conselhos do novo técnico que foi um grande centroavante.
A diferença entre um trabalho e outro se da ao fato de que Diniz juntava quase todos perto da linha da posse da bola e na criação da jogada para sair em conjunto enquanto Crespo pede para que apenas alguns jogadores se aproximem do companheiro como opção de passe e tenta criar espaços na linha defensiva do adversário com movimentações, além de preferir pontas rápidos na equipe titular.