Ei, São Paulo, cadê a sua identidade?

O que será que diria o monstro Telê Santana, vendo o atual momento do nosso São Paulo?
Talvez questiona-se, vocês pensam que estão enganando quem?
Independentemente de como fosse a avaliação, Telê saberia que não estão cuidando bem do São Paulo, é evidente o quanto as coisas estão erradas, o Tricolor nunca esteve tão exposto negativamente.

O mestre tinha cuidado de pai para filho com o São Paulo, criticava desde a grama do centro de treinamento, até o fato de aconselhar seus jogadores sobre o cuidado de gastarem seu dinheiro, Telê era e é uma excessão a regra, pois ele vive na memória do torcedor.

Se hoje em dia o mestre conseguiria ter as mesmas conquistas, é difícil mensurar, atualmente o futebol tem outro contexto de interpretação, virou um grande negócio onde a paixão foi ultrapassada pelos interesses. O que Telê Santana fez desde o início do seu trabalho, foi colocar em prática o futebol imponente e organizado que o tricolor sempre denotou em suas conquistas, um estilo de jogo que é a cara do nosso time, onde a base é bem aproveitada e é aliada a força de um elenco experiente e engajado na ideia de que o São Paulo tem que ser temido pelos adversários!

Vale dizer que o futebol não tem o mesmo sentido, que se tinha na época de Telê, onde era possível controlar um determinado espaço, premeditar as ações dos empresários, podemos usar essas justificativas para questionar se Telê teria ou não sucesso atualmente.

É muito provável que Telê não jogasse como o atual campeão brasileiro, este venceu um campeonato com um jogo que pode ser considerado como covarde, ou que pode ser admirado como articulado, inteligente, entre outros adjetivos, este futebol onde você se defende todo, o adversário erra e você e precisa ser certeiro. Se é correto ou não isso, não se define com facilidade, o que se sabe é:

O São Paulo nunca venceu assim, o São Paulo sempre saiu vencedor, quando se fez imponente, organizado e bem articulado. Os times vencedores de Telê Santana e Muricy Ramalho talvez simbolizem essas caracteristicas, times em que torcedor sabia que iria ao estádio e veria uma identidade.

O ano de 2017 ainda não acabou para nós, mas acabou para o drama do rebaixamento, isso seria trágico, não fossem algumas figuras bem interessantes:
um Profeta (Hernanes), um Pai de família (Petros), um Dio5 (Lugano), entre outros, todos que contribuiram para esse momento de alivio, sabem do seu valor e com certeza a torcida que mostrou cara de São Paulo, reconhece, até os que escolheram os momentos em que seriam efetivos, tem o seu valor.

O ano de 2017, salvo a torcida que fora brilhante, foi terrível, que nem de longe é a cara do São Paulo, se o Tricolor precisa que Dorival Junior encarne um Telê Santana e nos dê um 2018 tão vitorioso quanto o mestre nos possibilitou, não se sabe, o que se sabe é que o torcedor está cansado de ser “iludido”, ele quer e merece por tudo que fez esse ano, um 2018 muito mais digno, merece ter orgulho do time de coração, que o fez perder tantas situações, para o assistir em campo.

Agora se as coisas vão caminhar dessa maneira, não sabemos… talvez estejamos precisando de alguns Telê’s no São Paulo, por todas as partes para que a nossa identidade volte a existir.

Roger Marques

São Paulino que não sabe bater pênalti, mas que sabe como ajudar na briga!

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