*Os trechos (informações, números, entrevistas e mais) da matéria, em sua maioria, foram retirados e reutilizados de acervo disponível no site Painel do Basquete Feminino (PBF).*
A rica e vencedora história do São Paulo Futebol Clube não se limita somente ao futebol. O basquete feminino, por sinal, é uma das modalidades que mais ampliaram a grandeza do tricolor paulista. Em 2002, sob o comando de Janeth, o São Paulo conquistou o título do Campeonato Brasileiro. No entanto, nem todos conhecem o enredo, e por isso, o SPFC 24 Horas trouxe os bastidores e muito mais sobre a bola laranja feminina — que merece mais visibilidade e valorização — no clube.
A década de 1940 foi especial para o São Paulo não só no carro-chefe — o futebol —, mas também no basquete, potência durante a “Era Canindé”. Muito antes de retornar às atividades com o adulto masculino em 2018, o tricolor paulista havia vivido seu auge no ‘bola ao cesto’ em meados do último século, sobretudo na equipe feminina.
O time de Lais, Helena, Vanda, Elisa, Ruth, Dady e outros nomes comandados por Naim disputou o Campeonato Paulista da Capital — na época, o torneio era disputado somente entre equipes da Grande São Paulo — entre os anos de 1942 e 1944, sagrando-se campeão paulista em 1944. O clube também venceu outros três torneios de menor expressão: o Triangular Interestadual Feminino (1943), o Torneio Início do Campeonato Paulista Feminino (1944) e a Olimpíada Tricolor Feminina (1944).
Mais de meio século depois, no início dos anos 2000, o basquete feminino voltou ao São Paulo, desta vez em parceria com a Associação Atlética Guaru, assim formando o São Paulo/Guaru. Quinto colocado no Campeonato Nacional de 2001, o Guaru não atingiu a fase final da competição, apesar de mostrar potencial. Já no Campeonato Paulista de 2002, meses antes da união com o tricolor paulista, figurou entre as piores equipes do estadual.
Meu nome foi lembrado por ter sido assessor do diretor de Basquetebol na gestão anterior à do presidente Marcelo Portugal Gouvêa. Fui chamado para uma reunião na presidência, pois havia interesse na parceria com Guarulhos para disputar o nacional de 2002. O time não era bom (última posição no estadual), mas sabíamos que algumas movimentações nos colocaria na briga pelo título”, relatou Marcus de Andrade Villela, diretor de basquete do São Paulo FC na gestão do presidente Marcelo Portugal Gouvêa.
Confirmado no Campeonato Brasileiro, que contara com dez clubes, o São Paulo/Guaru, sob o comando de Alexandre Cesar Cato (treinador) e Priscila Sautchuk (assistente), optou por manter a base da equipe com a promessa de elevar o desempenho. Entretanto, o clube fez uma contratação excepcional às vésperas do nacional: Érika de Souza, à época campeã da WNBA pelo Los Angeles Sparks de Lisa Leslie e companhia, retornava ao Brasil para vestir a camisa tricolor. Com a chegada da estrela, o elenco estava fechado.
5 – Kátia Silva Cavallaro – Armadora – 25/11/83 – 1,68m
7 – Palmira Cristina Marçal – Ala/Armadora – 20/05/84 – 1,76m
8 – Simone Pontello – Ala/Pivô – 08/09/71 – 1,85m
10 – Íris de Moraes – Ala – 04/07/77 – 1,80m
11 – Ana Lúcia da Silva – Pivô – 28/01/78 – 1,91m
13 – Tatiana Dias dos Santos – Pivô – 01/04/85 – 1,83m
14 – Maria Cristina da Silva – Ala/pivô – 17/10/80 – 1,88m
15 – Érika Cristina de Souza – Pivô – 09/03/83 – 1,95m
16 – Jualiana Pinheiro Silva Gomes – Pivô – 30/05/84 – 1,85m
17 – Sandra Candido da silva – Armadora – 14/07/79 – 1,72m
20 – Tayara Maria Pesenti – Ala – 26/06/82 – 1,80m
55 – Kelly Cristina Silva Cota – Pivô – 27/04/80 – 1,87m
O início do São Paulo/Guaru no Nacional
Primeira rodada: São Paulo/Guaru 81 x 72 Automóvel Clube/Campos
Cestinha: Ana Lúcia 24 pts
Segunda rodada: São Caetano 70 x 72 São Paulo/Guaru
Cestinha: Érika 28 pts
Apesar das vitórias nas duas primeiras rodadas, ainda não fizemos uma boa partida porque estamos cometendo muitos erros. Espero que daqui por diante possamos ganhar e jogar bem. A equipe está um pouco cansada e é preciso administrar bem isso. Temos a vantagem de contar com jogadoras mais experientes, enquanto o Ponta Grossa (adversário na terceira rodada) tem uma equipe muito jovem” — disse o técnico Alexandre Cato, do São Paulo/Guaru.
Terceira rodada: Ponta Grossa/SER 41 x 84 São Paulo/Guaru
Cestinha: Palmira 20 pts
Quarta rodada: São Paulo/Guaru 79 x 78 Unimed/Ourinhos
Cestinha: Érika 24 pts
Com uma atuação explosiva de Érika no garrafão (24 pontos e 22 rebotes) e uma cesta salvadora de dois pontos de Sandrinha a dois segundos do fim, São Paulo manteve a invencibilidade e a liderança — relato do PBF após o jogo.
Ao fim da quarta rodada, o São Paulo protagonizava a vice-liderança da competição, atrás somente de Americana, favorito ao título até então.
Nosso desempenho não poderia ser melhor. Estamos invictos e isso dá uma grande motivação para a equipe. Vamos continuar nos empenhando para vencer os próximos jogos e ficar entre os quatro melhores do Nacional. Na partida contra o Santo André, precisamos ter cuidado para não sermos surpreendidos. Afinal, a técnica Laís é uma grande estrategista” — afirmou o técnico Alexandre Cato, do São Paulo/Guaru.
Quinta rodada: São Paulo/Guaru 64 x 65 Santo André
Santo André surpreende mais uma vez e quebra a invencibilidade do Guaru. Com 20 pontos e 7 rebotes de Aide, Santo André conseguiu derrotar um Guaru muito dependente de Érika (31 pontos e 14 rebotes), onde nenhuma outra atleta fez mais que um dígito em pontos. As equipes dividem a segunda classificação. — Relato do PBF.
Sexta rodada: São Paulo/Guaru 69 X 66 Black & Decker/Uberaba
O time paulista teve que suar pra ganhar da equipe mineira, que até agora é a grande surpresa do Nacional. Pelo Guaru, os destaques tradicionais: Érika (19 pts e 10 rebs) e Sandrinha (12 pts e 8 assists). — Relato do PBF.
Naquele momento, o São Paulo/Guaru tinha o restrospecto de cinco vitórias e uma derrota e dividia a segunda colocação com o Santo André. Érika era a cestinha do campeonato — 21.3 pontos de média (128 totais) — e também liderava a liga em rebotes — 13.5 (81) —, além de figurar no top 3 em tocos — 1.5 (9). Ainda pelo tricolor, Sandrinha era a líder em assistências — 5.0 (30).
A glória
Domingo, 17 de novembro de 2002, mais precisamente às 23h21, os bastidores do basquete feminino indicavam que Janeth Arcain — a melhor jogadora em solo nacional, cestinha do Campeonato Brasileiro em 1998, 2000 e 2001 e quatro vezes campeã da WNBA (além de all-star e MIP em 2001) — seria a mais nova ala do São Paulo/Guaru.
Eleita como uma das cinco melhores jogadoras do século no Brasil — em 2019 foi indicada ao Hall of Fame da FIBA —, e um dos destaques da WNBA (Liga Norte-americana de Basquete Feminino), Janeth foi oficializada no São Paulo numa terça-feira, 19 de novembro.
Estamos animadas para essa partida (próxima rodada contra o líder Americana). O time está crescendo muito e só perdemos uma partida. A grande diferença entre as duas equipes está na experiência. Americana tem jogadoras mais experientes, com passagem pela seleção brasileira. Já Guarulhos é mais jovem, mas compensamos com muita garra e entusiasmo. A chegada da Janeth vai trazer ao grupo exatamente essa experiência que está faltando. — declarou a pivô Érika, do São Paulo/Guaru.
Sequência no Campeonato Brasileiro de 2002 e fim do primeiro turno
Sétima rodada: Unimed/Americana 84 x 60 São Paulo/Guaru
Cestinhas:
Palmira 14 pts
Érika 10 pts, 14 reb
Oitava rodada: São Paulo/Guaru 71 x 67 Dom Bosco/Governo Popular
Cestinhas:
Ana Lúcia 16 pts
Érika 15 pts, 9 reb
Simone Pontello 15 pts
É uma enorme satisfação jogar o Campeonato Nacional pela quinta vez. A equipe do São Paulo/Guaru está bem na competição, disputando as primeiras colocações e espero poder ajudar nessa luta. Entrei no time porque acredito no projeto que o clube está realizando para o esporte amador. Além disso, é muito legal jogar em um time de tradição, com uma torcida de massa”, disse Janeth às vésperas de sua estreia na equipe tricolor.
Nona rodada: São Paulo/Guaru 97 x 75 Lages/Uniplac
Cestinhas:
Érika 27 pts, 12 reb
Janeth 26 pts, 4 reb, 6 assist
Empolgado pela estréia de Janeth, o Guaru não teve problemas para derrotar a equipe de Lages, que mais uma vez contou com o bom desempenho da pivô Patrícia. O resultado deixa a equipe paulista na terceira colocação na tabela, com 7 vitórias e 2 derrotas (16 pontos). — Relato do PBF.
O returno é como um recomeço. Agora temos a Janeth que é uma ótima atleta e está muito bem fisicamente. Com ela, acredito que temos boas chances de chegar às finais. O Nacional é um Campeonato equilibrado. A briga pelas primeiras posições vai ser resolvida nos detalhes. Com exceção de Lages, que não vem conseguindo bons resultados, e de Ponta Grossa, que tem uma equipe jovem e um pouco inexperiente, os demais sete times estão mostrando seu potencial e fazendo um Campeonato muito bonito” — analisou o técnico Alexandre Cato, do São Paulo/Guaru, que está em terceiro lugar, com 18 pontos.
Returno com Janeth assumindo protagonismo
Décima rodada: Automóvel Clube/Campos 66 x 67 São Paulo/Guaru
Cestinhas:
Érika 15 pts, 11 reb
Janeth 13 pts, 8 reb, 5 assist
Décima primeira rodada: São Paulo/Guaru 96 x 79 São Caetano
Cestinha: Janeth 30 pts
Com 11 jogos disputados, o São Paulo/Guaru se consolidava na terceira posição com 20 pontos: nove vitórias e duas derrotas. Segunda melhor pontuadora da liga até então com 19.1 pontos de média (210 totais), Érika, era a estrela do tricolor. Ela também marcou presença nos rebotes — 134 (12.2 por jogo) — e tocos — 18 (1.6 por jogo). Sandrinha figurava no top 2 de melhores assistentes, com 4.2 passes para a cesta em média por jogo (46 totais).
Décima segunda rodada: São Paulo/Guaru 108 x 43 Ponta Grossa/SER
Cestinha: Janeth 28 pts
Décima terceira rodada: Unimed/Ourinhos 81 x 70 São Paulo/Guaru
Cestinha: Janeth 25 pts
Não contávamos com a derrota para Ourinhos e ficamos decepcionados com o nosso desempenho. Por isso, treinamos forte durante toda a semana buscando a recuperação. A vitória contra o Santo André (próxima partida) é muito importante porque garante a classificação para a próxima fase do Campeonato. É um jogo decisivo, que define quem ficará em segundo lugar até o fim do returno. Estamos encarando esse desafio com muita responsabilidade” — afirmou o técnico Alexandre Cato, do São Paulo/Guaru.”
Décima quarta rodada: Santo André 79 x 84 São Paulo/Guaru
Cestinha: Érika 26 pts
Décima quinta rodada: Sírio/Black&Decker/Uberaba 55 x 70 São Paulo/Guaru
Cestinha: Maria Cristina 17 pts
São Paulo/Guaru já classificado para a semifinal.
Espero conseguir a vitória nos três últimos jogos para terminar esta fase na segunda colocação. Nós atingimos nosso primeiro objetivo que era chegar entre os quatro semifinalistas e agora vamos trabalhar para conquistar o título. Americana, Santo André e Ourinhos são equipes bem experientes e o nosso time ainda é muito jovem. Nós contamos com a experiência da Janeth e da Simone, mas nossa característica é a juventude do grupo. As jogadoras são muito disciplinadas taticamente, têm bastante vigor e isso nos deu bons resultados até agora. Espero que continue assim na fase final” — disse o técnico Alexandre Cato, do São Paulo/Guaru.
Décima sexta rodada: São Paulo/Guaru 73 x 81 Unimed/Americana
Cestinha: Janeth 25 pts
Faltando duas rodadas para terminar a primeira fase, o Unimed/Americana assegurou o primeiro lugar na classificação geral e segue na liderança, com 31 pontos ganhos (15 vitórias e uma derrota). Em segundo lugar está o São Paulo/Guaru, com 28 (12 vitórias e 4 derrotas), seguido do Santo André, também com 28; e do Unimed/Ourinhos, com 27 (11 vitórias e 5 derrotas). A fase semifinal começa dia 5 de janeiro e será disputada numa melhor de cinco partidas, com os seguintes confrontos: 1º x 4º e 2º x 3º. Os vencedores decidem o título — Relato do PBF.
Décima sétima rodada: Dom Bosco/Governo Popular 65 x 68 São Paulo/Guaru
Cestinha: Janeth 29 pts
Décima oitava rodada: Lages/Uniplac 53 x 99 São Paulo/Guaru
Cestinha: Érika 19 pts
Nas 90 partidas disputadas na primeira fase do 5º Campeonato Nacional de Basquete Feminino, 49 (54.4%) foram vencidas pelas equipes que tiveram o mando de quadra, contra 41 (45.6%) dos times que jogaram como visitantes. O Unimed/Americana terminou na liderança da competição, com 35 pontos ganhos (17 vitórias e uma derrota), seguido do São Paulo/Guaru e do Santo André, ambos com 32 (14 vitórias e 4 derrotas), e do Unimed/Ourinhos, com 30 (12 vitórias e 6 derrotas). A fase semifinal (melhor de cinco partidas) foi confirmada com os seguintes confrontos: Unimed/Americana (1º) x Unimed/Ourinhos (4º) e São Paulo/Guaru (2º) x Santo André (3º).
Ao fim da fase inicial, a estrela Janeth foi a cestinha do ano, com 23.3 pontos de média (210 totais). Na mesma categoria, a pivô Érika de Souza ficou na quinta colocação — 17.6 (317) —, mas seguiu no top 3 em rebotes — 11.7 (211) — e finalizou a temporada com um duplo-duplo de média, além de 1.3 tocos por partida (23), que lhe garantiram a quarta posição na categoria. Voltando à Janeth, a ala liderou a liga em assistências — 4.7 (42). Sandrinha ficou em quinto — 3.6 (64).
Fase final e sonho do título nacional
Semifinal – São Paulo/Guaru 1×0 Santo André: Santo André 78 x 92 São Paulo/Guaru
São Paulo/Guaru derrotou o Santo André por 92 a 78 , no ginásio Pedro DellAntonia, em Santo André. As cestinhas foram a ala Janeth e a pivô Erika (10 rebotes), ambas do São Paulo/Guaru, com 28 pontos cada uma. – Relato do PBF
Essa vitória fora de casa motivou ainda mais a equipe. Santo André começou bem a partida, mas nós conseguimos tirar a diferença e virar o jogo. Agora elas vêm com tudo para cima da gente e vão querer vencer de qualquer maneira para empatar a série. Nós temos que manter a tranquilidade e aproveitar a vantagem de jogar em casa para fazer dois a zero” — disse a pivô Érika, do São Paulo/Guaru.
Semifinal – São Paulo/Guaru 2×0 Santo André: São Paulo/Guaru 86 x 79 Santo André
Cestinha: Érika 28 pts
Semifinal – São Paulo/Guaru 3×0 Santo André: São Paulo/Guaru 69 x 57 Santo André
São Paulo/Guaru finalista. O time tricolor fechou a série em casa, ao bater a equipe de Santo André por 69 a 57. Mesmo com problemas na armação, o time fez 3 a 0 contra um Santo André guerreiro, mas atordoado com problemas físicos e elenco limitado e improvisado. Na última partida da série, Janeth (20 pts) e Érika (18 pts, 11 rebs) mais uma vez foram os destaques. Palmira (10 pts) confirmou o talento. — Relato do PBF
A relevância de Janeth Arcain
Dias antes da decisão, a ala do São Paulo/Guaru foi eleita por leitores do Painel do Basquete Feminino (PBF) o destaque do basquete feminino na temporada. Na grande final, Janeth buscava seu terceiro título nacional, assim como Helen Luz, adversária e estrela do Americana.
O caminho foi jogar em equipe, com alegria e responsabilidade (sobre a classificação diante de Santo André na semifinal). Nossa principal virtude é acreditar que a busca de um objetivo e a caminhada até ele, tem que ser em uma unica direção. O que mais me motivou a vestir a camisa do São Paulo/Guaru, foi por eu poder estar ao lado dos atletas do CFE, e também a torcida São Paulina e ao Guaru, a busca de um titulo inédito para ambos. Tudo em nossa vida conta como experiência, desafio, aprendizado e trabalhar com um grupo jovem e um técnico que também busca seu reconhecimento, me dá mais garra e vontade de vencer” — comentou a estrela Janeth Arcain.
Quanto à final, temos que entrar em quadra com seriedade e responsabilidade, mas também com muita alegria e tentar aproveitar a vantagem de jogar em casa. O que pode fazer a diferença no jogo é a garra e a vontade de vencer que a nossa equipe tem. Acredito que a pressão esteja com o time de Americana, pois se classificou em primeiro lugar e está há mais tempo jogando juntas” — completou.
Decisão nacional
AS CAMPANHAS
Unimed/Americana
22 jogos – 42 pontos (95.5%)
20 vitórias e duas derrotas
1.804 pontos pró (média: 82.0) e 1.375 pontos contra (média: 62.5)
São Paulo/Guaru
21 jogos – 38 pontos (90.5%)
17 vitórias e 4 derrotas
1.659 pontos pró (média: 79.0) e 1.434 pontos contra (média: 68.3)
Americana, além da melhor campanha, havia vencido o São Paulo em duas ocasiões na primeira fase: 84 a 60 e 81 a 73.
“Nossa expectativa é a melhor possível. É a minha primeira final, mas nosso time começou a jogar o Nacional há pouco tempo. Além disso, já disputamos uma decisão do Paulista [em 2000]”, comentou Alexandre Cato.
“Procuro trabalhar em conjunto com o treinador para conseguir o melhor desempenho possível para a equipe. Americana foi melhor na primeira fase. A responsabilidade é toda delas. Mas podemos surpreender”, disse Janeth.
Jogo 1 – São Paulo/Guaru 79 X 66 Unimed/Americana
Resumo do jogo por PBF:
O primeiro jogo da série que define o campeão nacional de 2002 foi uma confirmação de que surpresas marcaram, marcam e sempre marcarão o basquetebol. Bola ao alto, um São Paulo perdido assiste Americana abrir um confortável 2-8 no placar, diferença ancorada em dois lances de Roseli.
Com passes desastrosos e bolas perdidas pelo tricolor, a vantagem passa a 4-14. Para completar o circo dos horrores para a equipe de Alexandre Cato, Érika, um dos dois pilares de sustentação do time faz duas faltas. Parecia que ali naufragaria o sonho tricolor. Sem Érika em quadra, e com Helen ainda no banco aguardando o momento de entrar, tudo sugeria que Americana começaria o playoff com uma imponente vitória na casa do adversário. Mas só pareceu. Janeth não se intimidou com o 4-14. Fez de tudo: pegava o rebote na defesa, trazia e concluía.
Em uma série de lances seus, incluindo uma bola de três, duas jogadas de Íris e uma bola de três de Palmira, tudo estava mudado. O fim do primeiro quarto mostrava um placar de 21-18.
O segundo quarto foi equilibrado. Érika retornou e já iniciou a apresentar suas jogadas, como numa entrada, um antepasto. Mal sabiam as meninas de Americana que o prato seria servido no terceiro quarto. Intervalo: 36-33.
No terceiro quarto, Érika explodiu em quadra. Não havia quem a detivesse: Geisa, Êga e Reda fracassaram redondamente e a pivô do São Paulo repetia sempre o mesmo lance, seja recebendo livre ou se aproveitando do rebote de ataque. Logo a vantagem pulou: 60-40. Americana não esboçava reação e nem vontade pra tal.
O ritmo apressado acabava por eliminar Helen do jogo. Mesmo em quadra, pouco a armadora podia fazer. Salvava-se Silvinha em alguns lances de velocidade e bolas de três e Êga que no garrafão de Guaru fez o que Érika fazia do lado contrário. Parecia que Ana Lúcia nem estava na sua frente. O quarto quarto serviu apenas para selar a vitória do time da casa. Janeth segurou o jogo, a bola e com alguns lances apenas decretou o placar final: 79-66.
Janeth – 25 pontos, 7 rebotes, 6 assistências, 3 recuperações, 37 minutos
Érika – 22 pontos, 16 rebotes, 3 recuperações, 2 tocos, 31 minutos
Maria – 10 pontos, 6 assistências, 1 rebotes, 3 recuperações, 29 minutos
Ana Lúcia – 8 pontos, 4 rebotes, 2 recuperações, 31 minutos
Íris – 7 pontos, 3 rebotes, 17 minutos
Sandra – 4 pontos, 3 recuperações, 2 rebotes e 2 assistências, 30 minutos
Palmira – 3 pontos, 1 assistência, 13 minutos
Pontello – 1 rebote, 7 minutos
Estamos muito confiantes após a vitória no primeiro jogo. Isso mostrou que podemos vencer Americana, que até agora só teve três derrotas no Campeonato. Nossa a equipe tem jogadoras com pouca experiência, que junto com a Janeth e a Érika mostraram que são capazes de disputar o título de igual para igual. Estamos motivados e esperamos vencer o segundo jogo em Americana” — falou o técnico Alexandre Cato, do São Paulo/Guaru.
Jogo 2 – Unimed/Americana 73 X 83 São Paulo/Guaru
Resumo do jogo por PBF:
O jogo iniciou equilibrado. Em São Paulo, se destacava a pivô Simone Pontello, que sonseguia aproveitar bem os buracos de uma defesa mais atenta à dupla Janeth & Érika. No entanto, num lance ainda no primeiro quarto, Pontello torceu o tornozelo e deixou a quadra. Ainda assim, uma bola de três de Janeth, no último segundo, marcava a (pequena) vantagem: 20-24.
No segundo quarto, Americana veio melhor. Marcando por zona, o time estrangulou o ataque tricolor. Em contra-ataques rápidos, finalizados por Geisa, a equipe de casa reverteu o placar. Um São Paulo desacertado, com muitos erros de passe, e de lances livres (principalmente com Érika) viu a vantagem crescer com 2 bolas de três pontos de Sílvia Gustavo e 1 de Helen. O segundo quarto acabou assim: 43-37.
Assim como no primeiro jogo, Guaru voltou mais ligado no terceiro quarto. Beneficiado por faltas afobadas de Êga e Sívia Gustavo, ambas com 4, e por lances individuais de Janeth e pela boa entrada de Íris, o time deslanchou. Mas sem poder contar com apresentações convincentes de suas armadoras e com boas participações de Silvinha, o placar estacionou: 59-60. No quarto quarto, a entrada de Maria no São Paulo, que substituiu uma apagadíssima Ana Lúcia, o time mais uma vez explodiu. Em duas cestas de Érika, uma de Kátia e uma de Maria, o São Paulo abriu a vantagem que lhe daria a vitória: 61-68.
Uma bola de três pontos de Êga era a promessa de uma reação de Americana, mas Sandrinha esfriou a intenção com outra bola de três: 64-71. Americana reduziu a vantagem: 72-77. No auge da tensão, Janeth e Êga se estranharam e levaram uma falta técnica cada. No lance a seguir, Janeth mais uma vez fez a diferença. Uma bola de dois a 56 segundos do final enlouquecia o técnico Paulo Bassul: 72-79. Não dava mais para Americana.
Janeth – 20 pontos, 6 rebotes, 3 assistências, 37 minutos
Érika – 19 pontos, 17 rebotes, 4 roubadas, 1 toco, 40 minutos
Maria – 16 pontos, 4 roubadas, 1 rebote, 27 minutos
Sandra – 9 pontos, 3 roubadas, 29 minutos
Pontello – 8 pontos, 2 rebotes, 1 assistência, 9 minutos
Íris – 7 pontos, 5 roubadas, 5 rebotes, 1 assistência, 25 minutos
Palmira – 2 pontos, 2 rebotes, 6 minutos
Kátia – 2 pontos, 6 minutos
Jogo 3 – Unimed/Americana 72 X 88 São Paulo/Guaru
Resumo do jogo por Estadão:
A equipe de Americana não conseguiu resistir ao São Paulo, comandado por Janeth. A lateral teve a ajuda de Érika, que marcou 16 pontos e pegou 11 rebotes, e de Maria, considerada uma das revelações do campeonato, que marcou mais 15. O São Paulo/Guaru mandou no placar desde o início da partida. Venceu o primeiro quarto (20 a 18) e o segundo (21 a 15).
Perdeu o terceiro (15 a 17) por uma cesta de diferença, o que não alterou a vantagem. No último período, o técnico Paulo Bassul, de Americana, tentou motivar as jogadoras nos pedidos de tempo, mas as fisionomias abatidas de Helen, Silvinha e Roseli — três das principais jogadores da equipe — mostravam que dificilmente conseguiriam reverter a desvantagem, que chegou a 11 pontos. A diferença aumentou ainda mais e o São Paulo ganhou o quarto e último período por 32 a 22, para fechar o jogo com vantagem de 16 pontos.
São Paulo/Guaru Campeão Nacional! Na terceira partida do playoff final, a equipe tricolor venceu o Unimed/Americana por 88 a 72 (41 a 33 no primeiro tempo), no ginásio Centro Cívico, em Americana, e fechou a série em três a zero. As cestinhas foram a ala Janeth, do São Paulo/Guaru, e Ega, do Unimed/Americana, com 33 e 21 pontos, respectivamente. Nos dois primeiros jogos, o São Paulo/Guaru ganhou por 79 a 66 (Guarulhos) e 83 a 73 (Americana). A ala Janeth foi a cestinha da competição, com a média de 23.9 (358 no total), e eleita pelo segundo ano consecutivo a MVP do Nacional.
A equipe de Americana é uma equipe briosa mas o São Paulo/Guaru entrou nos playoffs com mais determinação em busca dessa conquista inédita. Mais uma vez, cada uma de nós soube fazer a sua parte e conseguimos a terceira vitória para fechar a série. Esse título é muito importante para mim porque coroa o ano de 2002 onde fui campeã paulista (Unimed/Ourinhos) e brasileira (São Paulo/Guaru). Pretendo continuar jogando basquete por muitos anos e ganhando outros títulos” — disse a ala Janeth.
JANETH FOI A MVP DO NACIONAL 2002 E DESTAQUE NAS ESTATÍSTICAS
Além do título de campeã e de ter sido a MVP do 5º Campeonato Nacional de Basquete Feminino, a ala Janeth Arcain, do São Paulo/Guaru, foi o destaque em dois fundamentos das estatísticas: cestinha com a média de 23.9 (358 no total) e nas assistências, com 4.4 (66). Aos 33 anos, Janeth ganhava três das cinco edições do Campeonato Nacional (1999/Santo André, 2001/Vasco da Gama e 2002/São Paulo); sendo eleita três vezes a MVP (1999, 2001 e 2002) e cestinha quatro vezes (1998, 2000, 2001 e 2002).
Acho que não existe um segredo para o sucesso da minha carreira. Na verdade tenho uma cabeça boa, sou muito positiva e trabalho com seriedade. Também procuro sempre me cuidar e me preparo da melhor forma possível para cada competição. Em todos os grupos onde vou jogar levo esse meu lado positivo. Aqui, no São Paulo/Guaru, todas as minhas companheiras me receberam muito bem e o grupo teve o mesmo objetivo desde o início: ser campeão. O importante é que planto uma semente nos clubes em que jogo” — disse a ala Janeth
A união foi ponto alto da equipe, pois naquele ano tínhamos meninas importantes de alto nível e meninas da base de Guarulhos; nos unimos muito para conquistar este título e treinamos muito também. A equipe foi, sem dúvida, um espetáculo porque muitos não acreditavam em nossa equipe, mesmo tendo Janeth no elenco. Mas, fomos lá e ganhamos da potência da época que era Unimed/Americana”, explicou a ex-pivô Simone Pontello, campeã Mundial com a Seleção Brasileira em 1994.
O que mais recordo é que eu era bem jovem, treinava quatro vezes por dia (com minha categoria e com o adulto) e pude fazer parte de um grupo bom e com raça. Joguei ao lado de uma das grandes jogadoras, Janeth Arcain, e pude aprender bastante com ela, tanto na questão da postura, quanto de jogo; ela me orientava bastante e era atenciosa. Jogava de armadora na época mesmo sendo lateral, então era fácil, pois passava a bola para ela e estava tudo certo; lógico, tínhamos um time massa e comprometido”, destacou a lateral Palmira Marçal.
Eu era muito nova e tinha uma energia tremenda, estava cercada de jogaras experientes, então tudo ficava mais fácil, Se não me engano, este foi meu primeiro título, tínhamos umas torcida maravilhosa, que estava sempre nos apoiando”, complementou a pivô Erika de Souza.
O trabalho, como sempre, foi de desafios, muita motivação e dedicação. Com a parceria ficou de muita responsabilidade, pois não seria só a equipe e a cidade, mas um clube grande e tradicional, que já tinha experiências vitoriosas no esporte amador. E com a contratação da Janeth Arcain, a equipe mesclou juventude de qualidade, oriundo do trabalho nosso de 15 anos da base até então, e uma atleta de muita superação técnica e vencedora”, comentou Cato.
Muito bom ter um sonho realizado e dividido com o São Paulo FC, acredito que o custo benefício foi o melhor dos últimos anos e arrisco a dizer que até hoje mesmo. Quatro das atletas campeãs surgiram da base de Guarulhos, que começamos 15 antes, e uma delas guarulhense, a Sandra Cândido (Sandrinha) muito orgulho. E as demais vieram completando as categorias infanto-juvenis na época, e com um trabalho primoroso da preparação física (Professora Priscila Sautchuk) e da fisioterapeuta Andrea Formigoni, o nosso grupo de trabalho sem dúvida foi o melhor. Teríamos que enfrentar equipes como Americana, com técnico e jogadoras de seleção, e as demais equipes também de altíssimo nível”, acrescentou o treinador.
O Cato e a Priscila fizeram um excelente trabalho, que aliado à experiência da Janeth Arcain, grande nome da equipe na competição, e a força do grupo, resultaram nesta conquista inédita para o clube”, finalizou Marcus de Andrade Villela.
O ano de 2003
Pela conquista do Campeonato Nacional em 2002, o São Paulo/Guaru foi escolhido para representar o Brasil na 1ª Copa do Mundo de Clubes de Basquete, em Samara e Iekaterinburgo, na Rússia. Todavia, o tricolor havia perdido grande parte dos destaques na campanha do título. Segundo o diretor adjunto de basquete do São Paulo, Marcus Villela, o grupo seria reforçado para o Mundial.
“Vamos tentar conversar com as principais atletas do país. Na nossa lista estão nomes como o de Janeth, Érika, Ellen, Alessandra, Kelly, dentre outras. Faremos o que for possível”, disse.
Antecedente ao Mundial, o Campeonato Paulista de 2003 estava prestes a começar. O São Paulo/Guaru fechou seu elenco para a disputa do estadual.
06. Rosângela Aparecida Pereira – Rosângela – ala/pivô
08. Simone Pontello – Pontello – ala/pivô
10. Kátia Silva Cavallaro – Kátia – armadora
11. Ana Lúcia da Silva – Ana Lúcia – pivô
12. Gilmara Justino – Gil – ala/pivô
13. Karla Cristina Costa – Karla – ala/armadora
14. Maria Cristina da Silva – Maria – ala/pivô
16. Juliana Pinheiro Silva Gomes – Juliana – pivô
17. Sandra Cândido da Silva – Sandra – armadora
18. Luciana Teixeira de Oliveira – Luciana – pivô
50. Cléia Crepaldi – Cléia – ala/armadora
77. Palmira Cristina Marçal – Palmira – ala/armadora
Técnico: Alexandre César Cato
A atuação do tricolor paulista no estadual, contudo, foi abaixo do esperado. O São Paulo finalizou a primeira fase na sexta colocação. Já nos playoffs, caiu precocemente para o São Caetano nas quartas de final, que fechou a série contra o São Paulo/Guaru por 3 a 0. O jogo final foi decidido somente no tempo extra, com vitória apertada do São Caetano por 105 a 100. As cestinhas da partida foram Fernanda (28 pontos), pelo Santa Maria/São Caetano, e Palmira (31 pontos), em favor do São Paulo/Guaru.
Preparação para o Mundial de Clubes
Faltando poucos dias para a disputa do Mundial Interclubes de Basquete Feminino, o São Paulo/Guaru se preparou para enfrentar uma de suas maiores dificuldades, o fuso horário russo.
A atleta geralmente leva cerca de 3 dias para se adaptar ao fuso de determinado país, sendo assim, resolvemos antecipar essa situação”, disse o técnico Alexandre César Cato sobre o trabalho de antecipação que será supervisionado pelo fisiologista da equipe, Rodrigo Chaves e pelo preparador físico, Roney de Oliveira.
Para solucionar esse imprevisto, a equipe alternou seus horários de treinos três dias antes do embarque a Rússia, com isso as atletas trocaram o dia pela noite, mudando inclusive hábitos alimentares.
Janeth, que estava na WNBA, retornou ao São Paulo para a disputa do mundial, assim definindo a equipe do São Paulo/Guaru: Sandrinha, Janeth, Alejandra Chesta, Cléia, Karla, Kátia Denise, Ana Lúcia, Casé, Palmira, Simone Pontello e Tiffani Johnson.
O São Paulo/Guaru não se privou da tática e, além da própria Janeth, garantiu mais uma atleta da WNBA em seu grupo. O técnico Alexandre Cato optou pela contratação da pivô Tiffani Johnson para garantir experiência ao garrafão. A jogadora não teve muito tempo para treinar com o grupo — fez apenas dois treinamentos com a equipe antes de embarcar para a Rússia.
O São Paulo caiu no grupo A da competição, que reuniu oito equipes. Na chave do tricolor estava a equipe representante da WNBA, o UMMC Ekaterinburg (campeão europeu e russo) e o Wooribank Hansae (campeão coreano). No grupo B. Canberra Capitals (campeão australiano), Volgaburmash SGAU Samara (vice-campeão russo), US Valenciennes Olympic (vice-campeão europeu e campeão francês) e o Mambas de Moçambique (vice-campeão africano e campeão moçambicano).
Vamos enfrentar as campeãs da Euroliga, mais as meninas da WNBA, vai ser um torneio difícil, mas estamos confiantes. Vamos com a filosofia de jogar com versatilidade e força, mas respeitando os adversários”, disse Cato.
O mundial
Primeiro jogo: “a equipe de basquete feminino do São Paulo/Guaru fez sua estréia na primeira edição do Campeonato Mundial Interclubes da Federação Internacional de Basquete (FIBA) diante da equipe Ekaterinburg, atual campeã russa e européia. No jogo de estréia, a equipe liderada pelo técnico Alexandre Cato perdeu por 83 a 52. A cestinha da equipe foi a ala Palmira Marçal, que marcou 16 pontos em sua primeira oportunidade internacional. Janeth esteve bem: 14 pontos, 8 rebotes. Atrás: Kátia (09), Karla (07), Tiffani (04) e Alejandra (02). O tricolor até que deu trabalho, terminando o primeiro tempo em 40 a 33, mas no segundo caiu frente a um adversário muito mais poderoso.”
Segundo jogo: “o São Paulo/Guaru perdeu mais uma vez no Campeonato Mundial Interclubes. Desta vez, contra o time que representa a WNBA (liga norte-americana de basquete profissional). A equipe comandada pelo técnico Alexandre Cato perdeu por 87 a 62. A cestinha tricolor foi a estrela Janeth que marcou 20 pontos. A ala Palmira Marçal, marcou 8 pontos e anotou 3 rebotes.”
Terceiro Jogo: “o São Paulo perdeu mais uma. Desta vez, para o coreano Wooribank Hansa por 80 a 75. Num jogo muito disputado, a equipe liderada pelo técnico Alexandre Cato chegou a ficar a 4 pontos da vitória, mais deixou escapar faltando apenas 14 segundos para o final da partida. Nos últimos 4 segundos a equipe coreana fechou o placar com um cesta de 2 pontos, vencendo a equipe brasileira por 80 a 75. Janeth mais uma vez foi a cestinha do jogo, anotando 26 pontos, 2 assistências e 8 rebotes. A ala Palmira marcou 13 pontos, 2 assistências e 7 rebotes.”
“Na disputa pelo sétimo lugar, São Paulo/Guaru bateu o Mambas por 90 a 72, com 29 pontos, 9 rebotes e 6 assistências de Janeth, 18 pontos de Tiffani Johnson, 17 pontos e 12 rebotes de Kátia Denise e 13 pontos de Palmira. Com investimento reduzido e pouco planejamento, o tricolor paulista despediu-se do mundial como a segunda pior equipe do torneio.”
Campeonato Brasileiro de 2003
Com a base da equipe que havia disputado o Campeonato Paulista, o São Paulo/Guaru chegou para defender o título nacional. Contudo, o time são-paulino foi irregular na fase inicial e finalizou a competição na quinta colocação, vencendo cinco de 14 jogos disputados. Nas quartas de final, o São Paulo deu mais trabalho do que se poderia prever ao Uberaba, mas perdeu a série por 2 a 1 e foi eliminado precocemente do Brasileirão de 2003.
O ano de 2004
Questionada, a parceria seguiu em 2004 para a disputa do Paulista e Campeonato Brasileiro. No estadual, o São Paulo/Guaru amargou a última colocação com o péssimo retrospecto de duas vitórias e dez derrotas. No entanto, o regulamento ajudou o tricolor, e se classificou aos playoffs. Nas quartas de final, o Pão de Açúcar/Fio/Ourinhos confirmou a sua vaga ao derrotar o São Paulo/Guaru por 89 a 70. Com este resultado, o time comandado pelo técnico Antonio Carlos Vendramini fechou a série melhor-de-três com duas vitórias e nenhuma derrota.
Já no Campeonato Brasileiro de 2004, o São Paulo/Guaru fechou novamente a primeira fase em quinto lugar e com cinco vitórias em 14 jogos, repetindo o retrospecto de 2003. Mesmo jogando um basquete melhor, o tricolor foi mais uma vez eliminado pela equipe de Ourinhos, que não teve problemas nas quartas, eliminando o São Paulo/Guaru por 3 a 0.
O fim
Por pressão política e falta de resultados, o São Paulo encerrou a parceria com o A.A Guaru e se despediu do basquete feminino no início de 2005. Hoje, 16 anos depois, o tricolor ainda não tem expectativa de retorno com a modalidade no feminino. No entanto, o eminente sucesso do masculino pode ampliar as chances de um possível projeto visando a Liga de Basquete Feminino (LBF). Recentemente, o ídolo são-paulino e atual coordenador técnico do futebol Muricy Ramalho, cobrou mais investimentos dos clubes de camisa no cenário nacional.
Levante a bola delas e valorize o basquete feminino.
Diego Marcondes