Cuca explica estratégia, lamenta gol cedo e avalia momento após derrota no clássico

(Reprodução | Esporte Interativo)

O técnico Cuca falou após mais uma derrota no clássico contra o Corinthians, desta vez 1 a 0 em jogo válido pela 6ª rodada do Brasileirão. O treinador explicou opções, variações durante o jogo, e também comentou sobre o estilo do adversário.

Estratégia sem sucesso

“Quando a gente arma estratégia como a gente armou, jogando com dois volantes e dois meias chegando à frente, para serem concluidores de jogadas, para jogarem nas costas do Ralf… Quando você planeja estratégia assim e toma gol no início do jogo, você perde a estratégia do jogo, porque o jogo se torna a caráter da maneira que o Corinthians gosta, porque o Corinthians fecha bem atrás e joga no teu erro. Coisa que não iria acontecer se não tivesse tomado o gol. Eles foram felizes. O jogo se torna um jogo de força pura. Casa muito mais o estilo de jogo do Corinthians do que com o perfil do time do São Paulo. Perdemos mais divididas e algumas vezes poderíamos ter ganhado mais essas divididas.”

Adversário fechado e São Paulo sem reação

“Mudamos o posicionamento de alguns jogadores, para buscar tabela rápida. Chegamos algumas vezes com cruzamentos muito bons, faltando a conclusão. Não se trata de ter jogado mal, se trata de ter caído num primeiro gol, num erro nosso, e o jogo ficar a caráter do Corinthians. Tentado foi durante todo o jogo. Se a bola do Helinho entra, você busca a virada. Mas não aconteceu. O Corinthians se fecha como poucas equipes. Acho que o Corinthians não fez uma grande partida. Fez o gol e se fechou para jogar no contra-ataque, coisa que eles fazem muito bem. Não conseguimos sair disso. Tentamos de uma forma, de outra, e não foi suficiente para fazermos o gol. A gente está com dificuldade em fazer gol. Não tem tomado muito gol, é verdade. A gente tenta lançar uma equipe vertical. Em alguns momentos, surtiu efeito. Nos dois últimos, já não surtiu. Cabe a mim entender o que pode fazer de diferente.”

Estilo do adversário

“No meio tempo, trouxe dentro da linha de que precisávamos nos acalmar para jogar. Poderíamos ter entrado pilhados, não entramos. Ficamos observando, não era o planejado. Foi uma ocasião e surgiu o gol. Muda-se completamente o panorama do jogo. Acho que tivemos um controle maior do jogo no campo de ataque. O Corinthians teve uma ou duas chances apenas, mas teve uma vantagem. Era muito difícil reverter um placar adverso.”

Tabu continua…

“Muito ruim perder. Não é normal não ganhar na casa do rival há tanto tempo que estamos sem ganhar. Não é normal, é muito ruim. O torcedor não tem ideia de como trabalhei essa semana, desde quinta-feira reunindo, ponto todos dentro de uma sala, mostrando a importância, o fardo que a gente leva de quatro, cinco anos sem vencer. E que agora era hora de vencer. E vir aqui e tomar um gol no começo do jogo. É muito difícil, dá uma raiva enorme. Mas tem que saber administrar essa raiva, e de alguma forma tirar proveito para o próximo jogo. É o que podemos fazer.”

O que fazer?

“A gente tinha que ter forçado mais, a bola parada acabou não entrando também. É trabalhar. Não é o momento agora, depois de uma derrota, de falar de carência, de necessidade. Temos que trabalhar para quarta-feira.”

Queda de produção?

“O jogo com o Goiás foi um bom jogo, com movimentação, boas jogadas. Contra o Botafogo, foi um jogo de muita segurança. O segundo tempo contra o Fortaleza foi bom. O próprio jogo contra o Flamengo, tivemos um volume de jogo muito grande. Deu uma caída nesses dois últimos jogos e temos que recuperar o quanto antes. O time sente, por ser uma equipe jovem, é natural. Vai render cada vez mais, à medida em que tiver conhecimento maior um do outro. É a realidade. A gente sabe o que falta, vamos atrás disso. Mas não adianta pôr fogo em Roma, ficar culpando todo mundo. O maior culpado é quem escala. Prefiro que eu receba as críticas do que o jogador, que vou precisar dele na quarta-feira, no domingo. Caímos uma posição, vamos buscar ganhar em casa e recuperar posições”

Antony na seleção

Antony foi convocado pela seleção olímpica para o Torneio de Toulon, e Cuca voltou a comentar sobre: “Isso nem era para eu responder, isso aqui era mais para a diretoria, mas vou responder porque não gosto de ficar em cima do muro. A gente não pode privar um jogador de disputar uma competição como essa, de forma alguma. É uma valorização dele, do clube. Os que não estão deixando os jogadores irem podem ter represália na frente, não da CBF, mas da Fifa. Se são convocados e não vão, alguma coisa ocorre. Não adianta ficar com o Antony aqui se ele ficar com a cabeça ruim. Vamos deixar ele servir à seleção, e que ele volte mais valorizado ainda do que já é.”

Missão na Copa do Brasil

Sobre o jogo decisivo contra o Bahia na quarta-feira (29), Cuca relatou: “A gente tem mudado alguma coisa mais em cima da necessidade. Tem se mudado pouco. Mudam-se algumas peças por desgaste, o que é natural. A gente tem que deixar uma sequência para que se tenha um conjunto. Esse é o time, e a gente está buscando. Vamos buscar quarta-feira esse grande jogo. Não podemos dizer hoje quem é que vai ser o titular, porque amanhã a gente começa a trabalhar. Tentamos com Pato na ponta, não aconteceu muita coisa. Tentamos com o Hernanes, depois com o Igor Gomes. Depois com o Hudson por fora. A gente tem que mobilizar para quarta-feira fazer uma grande partida.”

Fábio Martins

Formado em jornalismo, ADM do SPFC 24 Horas desde 2012 e principal responsável pelo site e redes sociais desde 2014. Twitter: @fbiomartins1

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