O técnico Cuca foi para a entrevista coletiva após vitória contra o Santos no clássico, analisou a partida, revelou estratégias, comemorou virada contra o líder. E também foi a primeira vez que falou sobre a vinda do Daniel Alves e Juanfran.
Estratégia de jogo
“Jogo contra uma equipe de muita intensidade. Tendo alguns jogadores sem essa intensidade, não consigo marcar pressão. Escolhi os de intensidade um pouco maior e aprimorei na mudança no segundo tempo, dando ao Tchê Tchê a possibilidade de começar as jogadas. O Hernanes é importante. As trocas que a gente faz são ideias que a gente tem e terceiriza. Se dão certo, foi bem executado. O mérito é deles. Foram dois times que quiseram jogar. É difícil jogar contra o Santos. Tentamos marcar no ataque, pressionar para que eles tivessem o erro. Tem que enaltecer muito o jogo. É gostoso ver um clássico com cinco gols, com 34, 35 chutes a gol. Mesmo que o Santos tenha perdido, temos que enaltecer o jogo. Foi um jogão. Fomos melhores no segundo tempo, definimos melhor e conseguimos uma grande vitória.”
Mais sobre estratégia
“Não sentia que a gente tava preparado para fazer um jogo como aquele do Fluminense. A gente tem melhorado. Tenho confiança e gosto de jogar desse jeito, mais ao ataque, com marcação em cima. É meu jeito de jogar. Não é fácil marcar pressão 90 minutos. Jogador de frente não gosta muito de marcar. Não peço para marcarem: peço para tirarem a bola. Eu ia jogar com o Pato no 4-4-2, com o Everton na esquerda e o Toró na direita. A estratégia era de dois atacantes. Quando entra o Veríssimo na lateral direita, ele já jogou de lateral contra o Palmeiras, numa linha de quatro, e hoje também era. Abri o Pato na ponta, porque não teria tanto desgaste. Em cima disso, a gente mudou a forma de jogar. Tínhamos treinado duas ou três formas.”
O jogo
“Agradou o jogo. Foram 34, 35 finalizações. É gostoso para a torcida, para o treinador ver a parte tática do jogo. Uma pena o Antony não ter jogado. Era mais um para ser observado. Acho que ele (Tite) curtiu o jogo.”
Pato e confiança no elenco
“Tenho confiança em todos. Temos tido muita paciência com o Pato. Hoje ele foi mais competitivo. Ele tem se doado bastante. Quando sai, é por opção minha. A técnica dele é indiscutível. Fez um grande trabalho, principalmente pelos dois gols.”
Elogio para Igor Vinicius e plano para Juanfran e Daniel Alves
“O plano que tenho para eles é segunda-feira começarem a treinar com todo mundo. Temos uma semana cheia para treinar e colocar as ideias em prática. Vou dividir as ideias com eles, não com a imprensa. Antes de falar sobre eles (reforços), temos que falar sobre o jogo que fez o Igor Vinicius, marcando o Soteldo, um diferencial do Santos. Marcou e foi um diferencial no ataque.”
Mudança no segundo tempo
“Não merecíamos sair vaiados no primeiro tempo. Quero enaltecer a presença dos torcedores. Mas não achei justa a vaia. Não jogamos mal. Jogamos igual. Tivemos confiança, junto com a fortuna de jogar o time mais na frente, ter uma saída de bola mais rápida. Concluímos bem, fizemos os gols. Uma pena o Hernanes ter saído. Poderia ter mantido como estava ou segurar um pouco mais para ter o contra-ataque. O pessoal que entrou nos ajudou a vencer.”
Reforços animam?
“Contagia. São jogadores importantíssimos. São exemplos. O Daniel é incrível. Foi o último a sair dos treinos quinta e sexta. Ele gosta de jogar futebol. É bom ter isso. Imagina o aprendizado para os mais novos com o Daniel e o Juanfran. Esses caras vão ajudar muito.”
Reforços versáteis
“Muda em planos táticos. Adoro isso. Gosto muito de ter times versáteis, de mudar esquemas sem fazer trocas, e eles vão proporcionar isso. Daniel joga na segunda linha pela direita, de segundo volante, na meia, e é o lateral da Seleção. Juanfran já jogou de ala, zagueiro, lateral, segundo volante. Eles abrem o leque.”
Vão para o próximo jogo?
” Daniel entrou em dois treinos coletivos. Esperava, tinha a chance de aparecer no BID e vir para o jogo. Para domingo que vem, lógico, a ideia é contar com ele. O Juanfran da mesma forma.”
Regularidade
“É um campeonato de regularidade. Ganhamos três seguidas. Domingo é o Ceará. É um jogo difícil. Temos que nos preparar bem e pensar jogo a jogo.”
Antony lesionado
“O Antony teve uma batida contra o Fluminense. A gente espera que se recupere.”
Sobre Sampaoli
“O cara vive o futebol. É uma honra enorme ter um profissional como ele nos confrontando. Ele usa dois, três, quatro esquemas diferentes por jogo. A gente fica pensando. É gostoso ter esses embates. Agora, graças a Deus, dá pra ter uma relaxada.”
Como ficou sabendo do Daniel Alves
“Foi o Raí. A gente tinha outras opções, mas ele disse que não tinha desistido. Era difícil, porque era o melhor jogador da Copa América. O Raí e o Daniel, por ser são-paulino, juntaram as duas coisas. Méritos do Raí e do Pássaro.”
Vitória muda patamar?
“É uma vitória contra a melhor equipe do campeonato, um time muito difícil, com jogadores exalando confiança, um excelente treinador. É uma vitória que dá confiança. A gente pode e deve evoluir.”
Lesão Hernanes
“Hernanes teve lesão no adutor. A gravidade amanhã ou segunda a gente faz o exame para saber.”
Entrada do Hudson
“O Hudson deu mais liberdade ao Tchê Tchê. Eu tinha dois volantes que sabem marcar e saem bem para o jogo. A gente sabia que nesse tipo de jogo tem que matar. Não matou no primeiro tempo, e o Santos fez o gol. Criamos emoção até o final. Acho que a gente podia ter evitado o segundo gol.”