
Por Fábio Martins (@fbiomartins1)
Marcos César Vizolli, conhecido como Vizolli, assumiu o cargo de treinador interino do São Paulo na última semana após a demissão do Fernando Diniz, e apesar de praticamente 40 anos de casa, entre jogador e trabalho na base do clube, não é tão conhecido como o antigo ‘multi-funções’ do clube Milton Cruz.
Nascido em 26 de março de 1965, Vizolli está com 55 anos, e realiza um sonho de comandar a equipe profissional do São Paulo depois de passar pelo time B, Aspirantes, sub-20, e nos últimos anos atuar como um assistente fixo na comissão técnica do profissional.
Trajetória no Morumbi
Ao assumir interinamente o profissional, Vizolli contou sua trajetória no São Paulo: “Eu vim muito cedo para o São Paulo, em 1978, tinha 11 anos de idade. Subi para o profissional no final de 1984, com o professor Cilinho. Fiz minha trajetória no profissional de 1984 até 1991, depois estive no Estados Unidos por um tempo. Quando eu voltei em 1997, comecei a trabalhar com as categorias de base. Trabalhei até 2001 fazendo todas as categorias, e sai para o Japão como treinador. Voltei em 2002 e fiquei até 2019”.
Como jogador

Vizolli foi jogador do São Paulo de 1986 até 1991, e participou dos dois títulos brasileiros de 87 e 91, e o tricampeonato paulista em 86, 87 e 89. Tido como o novo Chicão, foi titular na decisão do Paulistão de 1989 contra o São José, o time de Carlos Alberto Silva atuou com: Gilmar, Zé Teodoro, Adilson, Ricardo Rocha e Nelsinho; Vizolli, Bobô (Benê) e Raí; Mário Tilico, Ney (Bernardo) e Edivaldo.
O volante marcador se definiu como atleta: “Se eu fosse um cão de guarda, acho que seria um pastor alemão”, e o ídolo Oscar falou sobre a proteção do volante em campo: “Ele fazia muito bem esta função. Parecia um cão de guarda”.
Com o longo período no clube e das glórias, Vizolli foi reconhecido e apareceu na Calçada da Fama do Morumbi, foram 84 jogos com a camisa do clube e quatro gols marcados.

Trabalho na base
Com várias etapas nas categorias de base do São Paulo, Vizolli começou trabalho no clube em 1997 nas categorias de base e permaneceu até 2001 na primeira passagem, teve breve passagem na equipe sub-15 e no sub-17 com Kleber Gladiador e Vagner Love na Copa Santiago de 2001, com colaboração da informação do Aspirantes Tricolores. Em 2002 retornou para o clube depois de breve passagem no Japão, pelo Kawasaki Frontale.
De 2003 até 2009 esteve no comando da equipe sub-20, foram sete vezes disputando a Copinha, chegou em duas decisões da Copinha, em 2004 derrota para o Corinthians e em 2007 derrota para o Cruzeiro, até que em 2009 foi trocado pelo Sergio Baresi. No período por vezes comandou times alternativos conhecido como Aspirantes, sub-23 ou ‘Time B’.
No retorno para o São Paulo em 2016 foi auxiliar do André Jardine e comandou equipes alternativas do time em Copa Paulista (campeonato profissional), Aspirantes e outros torneios. Conquistou alguns títulos comandando times alternativos do sub-18, sub-19 e Aspirantes. Foram eles a Copa Ouro sub-20 (com o time sub-19), Aspire Tri-Series (com o Sub-18), Future Cup (com o sub-19) e o Campeonato Brasileiro de Aspirantes de 2018.

Nova função
Em dezembro de 2019, Vizolli foi anunciado como novo auxiliar fixo do clube, em uma função para fazer a transição das categorias de base com o profissional do clube.
E explicou a nova função que vinha atuando de 2019 até então: “Em 2019, havia uma transição de bons garotos, campeões da Copa São Paulo, para o profissional. Fizeram uma proposta para que eu fizesse a transição natural dos meninos. Acabei ficando e agora tenho essa oportunidade. É uma continuidade difícil, mas é uma continuidade que me dá muito prazer de estar trabalhando”.
Estilo
Vizolli não é tido como um treinador de muita variação tática, nas categorias de base fazia o básico, e por vezes era ‘cornetado’, para isso terá apoio do técnico do sub-17, Menta. Mas vale ressaltar que teve importante papel na formação de diversos jovens jogadores são-paulinos nos anos 2000, e depois trabalhando junto com o Jardine.
Além da formação dos atletas, outro ponto positivo de Vizolli é o papo e a seriedade com os atletas. Sempre foi bem visto pelos jovens jogadores, são anos trabalhando em variadas funções no futebol, sempre ligado ao campo, portanto tem experiência.
Mesmo no time alternativo na Copa Paulista e no Aspirantes, trabalhou com Perri, Foguete, Junior Tavares, Militão, Pedro Oliveira, Geovane, Pedro Bortoluzo, Hugo Gomes, Paulo Henrique, alguns não tão conhecidos pelo torcedor, mas acabaram sendo negociados para clubes europeus por conta daqueles jogos.
Interino
Com pouco tempo e jogos no comando são-paulino, Vizolli não deve fazer grandes alterações no São Paulo, mas pelo que foi dito já tem trabalhado para a equipe melhorar a saída de bola, ou seja, fazer o fácil.
Realizando um sonho no comando do profissional do clube, Vizolli ainda sonha com título brasileiro, para quem foi bicampeão, participando de todo o processo, sabe o caminho, e busca no lado psicólogo, no papo, estimular o time nas últimas rodadas do Brasileirão 2020.
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