Chegadas de Nenê e Tréllez permitem novas possibilidades ofensivas ao São Paulo

Santiago Tréllez e Nenê, quarto e quinto reforços do São Paulo para 2018, foram apresentados na tarde desta segunda-feira (29). (Foto: Reprodução)

O São Paulo apresentou nesta segunda feira (29) mais dois reforços para o elenco tricolor: o meio campista Nenê, de 36 anos, que estava no Vasco, e o atacante colombiano Santiago Tréllez, de 28, vindo do Vitória da Bahia. Surge agora a dúvida nos torcedores sobre como o treinador Dorival Júnior irá organizar o time, principalmente no que diz respeito ao setor ofensivo.

Com a saída de Lucas Pratto e Gilberto, o São Paulo se viu sem opções para o comando de ataque. Diego Souza, apesar de não ser um centroavante nato, chegou e agrada Dorival para exercer essa função. Com isso, o jovem Brenner, que estreou no time principal ano passado, foi deslocado para a ponta esquerda, outra posição carente no tricolor.

Apresentação dos reforços

O que vimos nos primeiros jogos da temporada foi um Diego Souza ainda perdido, menos participativo do que se espera e tentando se acostumar com a posição. Da mesma forma, Brenner, atuando improvisado, demonstrou dificuldades técnicas e físicas jogando pela ponta. Lucas Fernandes atuando no setor também foi mal, assim como Júnior Tavares. Do trio de ataque, o único que esteve melhor posicionado foi Marcos Guilherme, no extremo direito do campo.

Com Diego Souza jogando de centroavante, Dorival optou por Shaylon de meia armador, compondo o meio junto com Jucilei e Petros – os dois melhores jogadores do São Paulo neste início de ano. Mas Shaylon oscilou bastante em suas atuações. Mostrou boa técnica e visão de jogo, mas deficiências para finalizar jogadas. A perspectiva é de que o garoto evolua.

Raí falou sobre a dupla e citou elenco ‘quase’ fechado

O peruano Cueva é uma incógnita. Atuou apenas em uma partida, entrando no segundo tempo, e depois não foi mais relacionado. O atleta conversou com Raí e a diretoria, mas ainda é desconhecido o seu futuro no tricolor. Não se sabe qual será seu nível de comprometimento, nem sua condição física e mental para entrar em campo. Sem dúvida nenhuma, se o peruano estiver disposto a competir e bem físicamente, é titular na equipe, desempenhando uma função tática importantíssima. Pode tanto atuar centralizado, quanto caindo pelo setor esquerdo da linha ofensiva. Mas, no momento, o prudente é pensar no São Paulo sem ele.

Opções táticas

Com a chegada de Nenê e Tréllez, abrem-se novas possibilidades táticas para Dorival Júnior. O ex-meia vascaíno brigará, a princípio, com Shaylon por uma vaga na armação do São Paulo. Já Tréllez, apesar de também não ser um centroavante fixo, é o jogador que mais se aproxima do perfil da posição. Resta saber se Dorival vai abrir mão de ter Diego Souza no comando de ataque.

Com Tréllez no ataque, Diego Souza pode ser recuado para o meio campo e atuar na função que mais rendeu em sua carreira. Neste caso, um quarteto seria formado no meio com Jucilei, Petros, Nenê (Shaylon) e Diego Souza. Mais a frente, Marcos Guilherme e Tréllez. Um 4-4-2 tradicional. Brenner e Lucas Fernandes ficam como opções no banco.

Mas sabe-se que Dorival gosta do esquema 4-3-3. Se o treinador optar por manter essa formação, Tréllez pode ser deslocado para a ponta esquerda, onde atualmente está jogando Brenner, com Marcos Guilherme pela direita e Diego Souza de referência. Apesar de não ser um velocista, o colombiano atuou por algumas vezes nessa posição durante sua passagem no Vitória. Nesse cenário, Brenner é o reserva imediato de Diego Souza. Shaylon e Nenê concorrem pela vaga de meia mais ofensivo, com Lucas Fernandes também nessa disputa. Sem esquecer de Caíque e Paulinho Boia, que brigam pelas posições nas pontas.

A “reintegração” de Cueva (entre aspas porque ele não foi de fato afastado) abriria um leque ainda maior de possibilidades. O que ainda incomoda o torcedor são-paulino é a falta de opções pelas pontas. O peruano poderia ser uma boa solução. Os dois garotos, Caíque e Paulinho Boia deixaram boas impressões até então, mas ainda estão crus. São boas opções para o segundo tempo das partidas. Brenner marcou contra o Corinthians, mas claramente está desconfortável atuando pela ponta. Não é sua posição de origem. Com o anúncio do desinteresse da diretoria em contar com Maicosuel para o decorrer da temporada, mais um jogador de ponta foi descartado. Lucas Fernandes também foi improvisado na posição e não agradou.

Tréllez não chega para solucionar o problema no ataque tricolor. Mas talvez possa permitir que outras peças se encontrem em campo. Diego Souza pode render mais, jogando pelo meio, logo atrás do colombiano, e chegando a área para finalizar com frequência. Outra alternativa é o próprio Diego desempenhar uma função semelhante a de Hernanes (sem qualquer tipo de comparação com o Profeta), mais recuado e permitindo um avanço maior de Nenê, caso ambos joguem juntos. Com Tréllez de centroavante e Diego mais atrás, seria possível dar mais mobilidade à Marcos Guilherme, que flutuaria pelo ataque, fazendo infiltrações, sem ficar tão preso ao setor direito.

No entanto, a primeira impressão é de que Dorival Júnior não ficou tão empolgado com a chegada dos novos reforços. Em entrevista, o treinador revelou que acredita serem grandes jogadores, mas que ele e sua comissão estavam trabalhando com outros nomes. Dorival ainda aguarda a contratação de um atacante de lado. Devido a essa declaração, imagina-se que o treinador insistirá com Diego Souza como referência, Brenner pelo lado e Shaylon na armação por mais alguns jogos. Mas as chegadas de Tréllez e Nenê, dois atletas que estão em forma e já podem jogar, devem bagunçar um pouco a cabeça do treinador são-paulino.

Enquanto isso, o torcedor vai ficando impaciente. Os resultados não aparecem e as contratações feitas pela diretoria suscitam questionamentos. É nítida a falta de planejamento e critério na hora de contratar. Nenê e Tréllez chegam na tentativa de apagar o fogo que começa a se alastrar pelo Morumbi. Não foram aquisições pontuais e cirúrgicas para o plantel são-paulino. Qualquer torcedor sabe que o time ainda carece de laterais e ao menos mais um atacante de lado. Todos também sabem do potencial que vem de Cotia, refletido em Brenner, Caíque, Shaylon e Paulinho Boia, mas ainda há um medo em queimar esses meninos antes do tempo.

E para você, torcedor são-paulino? Como organizar esse time a partir de agora?

Álvaro Logullo.

Álvaro Logullo

21 anos, estudante de jornalismo e devoto do São Paulo FC. Filho, neto, irmão e sobrinho de são-paulinos. Apaixonado por estádios de futebol, pretendo ir a todos os jogos do Tricolor, no Morumbi, em 2018. Porque se a fase é ruim, o amor é eterno!

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