Canhoteiro, o Garrincha do Morumbi

(Foto: Literaturanaarquibancada.com)

Talvez você que torce pro São Paulo, nunca ouviu falar de Canhoteiro, o verdadeiro Garrincha da ponta esquerda do tricolor. Nesta matéria eu tento falar um pouco de Canhoteiro, um belo jogador que se deixou tomar pelo vício do alcoolismo.

José Ribamar de Oliveira, o grande e sensacional Canhoteiro, natural de Coroatá, cidade localizada no Maranhão, nasceu no dia 24 de setembro de 1932.

Canhoteiro era um jogador que driblava até o juiz se pintasse em sua frente, foi considerado por muitos o melhor jogador da ponta esquerda que já existiu no Brasil. Entortava seus adversários como entortava um ferro. Transformou seus grandes adversários como admiradores do seu futebol humilde, descontraído e driblador. Canhoteiro sempre foi um garoto levado quando era criança, seu pai amarrava ele em um pé da mesa para não ir jogar bola com os amigos, o seu pai o Sr Cecílio, tinha um grande sonho de seu filho ser médico. O ponta esquerda sempre foi esperto mesmo amarrado no pé da mesa, ele fazia uma bolinha de papel e ficava se divertindo do jeito que desse, apenas queria uma bolinha de papel para ficar calmo e alegre. Começou sua carreira no futebol nos anos 50, no América do Ceará. Até que um dia os olheiros do São Paulo descobriram, o jovem driblador e o trouxeram para fazer uns testes no Morumbi.

CONFIRA ⇒ Os 99 homenageados no ‘Caminho dos Ídolos’

O técnico da equipe pediu para o zagueiro Turcão, conhecido como um jogador muito ríspido, para dar uma leve poupada no garoto cearense das canelas fina. Ao fim do teste o beque, atônito com o talento de canhoteiro falou “Não é que eu tenha atendido o pedido do técnico, é que não consegui acertá-lo”. Após fazer um bom teste, o jogador Canhoteiro foi comprado pelo tricolor por 100 mil cruzeiros, até então, desconhecido pela torcida do São Paulo.

Sua estreia foi contra o Corinthians, time que mais sofreu com sua magia. Logo, ganhou status de ídolo no Tricolor Paulista. Vestiu a camisa em 415 oportunidades e balançou a rede 103 vezes, todas elas com marca própria de pura magia nos pés. Na época era comparado por muitos com Mané Garrincha e, de fato, seu futebol ia de encontro com o de Mané, muita alegria nos pés e controle de bola. Não havia um conversa de boteco sobre futebol em que o ponta não fosse citado. Boteco que, aliás, era muito frequentado pelo próprio atleta.

Foi convocado para a Seleção Brasileira, entrou marcando gol contra o Paraguai. José Ribamar tinha tudo para ser o dono da posição na equipe canarinha, mas uma vida regada a álcool dificultou um pouco essa ascensão. O mesmo teve até seu nome na lista de convocados para a Copa de 1958 e certamente seria titular se não tivesse sido cortado por conta da boemia, que muitas vezes o fez se atrasar para os treinos. Também era muito amigo de Djalma Santos, o lateral que lhe marcava nos treinos, e se ele jogasse tudo que sabia, quem seria cortado era o seu amigo, economizou nos dribles…

Com o corte, ele não estendeu muito suas participações na seleção, fazendo somente 16 jogos e apenas o gol na estreia. Pelé, inclusive, costumava dizer que tinha dois ídolos: Canhoteiro e Zizinho. Em suma, Canhoteira era a filosofia da CL viva. Um boêmio nato e um gênio indomável.

Segundo meu professor de Matemática: Canhoteiro, era tão perfeito que um dia no Pacaembu em um São Paulo 4×0 Santos, Canhoteiro driblou todos os jogadores do Peixe, não fez o gol, e voltou pra sua grande área com a bola nos pés.

Se Canhoteiro tivesse vivo hoje teria proporcionado a homenagem que foi feita a todos os ídolos do São Paulo. Apesar que o Monstro da ponta esquerda só conquistou um título com a camisa do tricolor que foi o Paulistão de 1957, mesmo só tendo um título com a camisa do São Paulo ele é considerado por muitos como ídolo, pois teve uma bela historia no Morumbi, ajudou o estádio do tricolor ser construído.

“Um pé de ouro, um peladeiro, mata no peito e beija o sol, balão de couro, bola de efeito, mas que bonito é o futebol”. Esse é um trecho da canção em homenagem ao protagonista do nosso texto de hoje, que tem como compositores, Fagner e Zeca Baleiro.”

O Canhoteiro era fantástico. Arrebentava com as defesas. Driblava várias vezes em um espaço curto. Era o Garrincha da esquerda, mas só pensava em driblar para frente’’, concluiu De Sordi, sobre o mítico ponta-esquerda.

Faleceu no dia 16 de agosto de 1974. Morreu às vésperas de completar 42 anos, de derrame cerebral.

Canhoteiro o monstro da ponta esquerda!

Matheus Miguel

São-paulino desde que nasci. Comecei a frequentar o Morumbi quando tinha 13 anos de idade. Aos finais de semana vou ao CT de Cotia para ver os novos talentos que vem surgindo no São Paulo. Tenho 16 anos, nasci em São Paulo e resido em Osasco. Amo escrever sobre o São Paulo, e sou Fanático por futebol. Sonho em ser Jornalista Esportivo!

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.