Se você acompanhou o time feminino do São Paulo em 2020 sabe que a temporada não foi totalmente ruim, mas poderia ter sido muito melhor!
Agora que o tricolor já apresentou seus reforços e renovações para 2021, é importante analisarmos a última temporada para avaliarmos dois pontos: o que ficou de aprendizado do último ano e qual pode ser o impacto das novas contratações para o rendimento do time.
TEMPORADA DE 2020
Em 2020, a equipe participou de 3 competições: o Campeonato Brasileiro A1, o Campeonato paulista e a Copa Paulista. Onde o São Paulo até conseguiu boas posições -tirando a do campeonato paulista – mas, ao analisar todo o contexto, vemos que poderia ter sido bem melhor.
Em partes, a responsabilidade desse rendimento não ter sido tão bom fica por conta da falta de uma contratação. Quando assistíamos os jogos, ficava claro que o clube encontrou ótimos nomes no mercado para a temporada. Porém, o meio de campo, que havia sofrido baixas importantes, não ganhou muita atenção.
Assim, em alguns jogos, principalmente contra equipes mais fechadas, era nítido que o time sentia falta de uma meia de criação. Isso alinhado a falta de objetividade, que acontecia em alguns momentos, prejudicaram o time em momentos decisivos. Como ocorreu no Brasileirão.
BRASILEIRÃO
É importante frisar que o primeiro ano do São Paulo na principal competição nacional não foi ruim! O tricolor terminou o campeonato na 3° colocação, com chances de ir para Libertadores, caso Avaí ou Corinthians vençam edição de 2020 da competição (que acontecerá em março de 2021).
O tricolor começou o campeonato com uma certa oscilação. Nos cinco primeiros jogos a equipe venceu dois, perdeu dois e empatou um. Quando parecia que o time havia encontrado uma forma de jogar, veio a parada por conta da pandemia e a equipe ficou um bom tempo sem atuar.
Assim que voltou, a oscilação se fez presente, novamente. Porém, logo encontrou a estabilidade necessária para se classificar para a próxima etapa do campeonato. Na fase de grupos, o time disputou 15 jogos, foram oito vitórias, três empates e quatro derrotas. Nessas partidas marcaram 33 gols e sofreram 11.
Na primeira etapa do mata mata, o São Paulo pegou uma pedreira: o Santos. Mesmo sendo um adversário difícil, as são paulinas fizeram um confronto equilibrado, onde perderam muitas oportunidades, e conseguiram eliminar as sereias na segunda partida, a qual venceu por 2×0, após o empate sem gols no primeiro jogo.
Desta forma, se classificou para a semifinal, onde enfrentaria o Avaí Kindermann. A falta de objetividade se fez, mais uma vez, presente nos dois jogos – principalmente o segundo –, e dessa vez foi fatal. Como sempre, o time criava uma série de oportunidades pelas pontas, mas na hora de chutar no gol faltava a pontaria.
Assim, o time poderia ter saído com a classificação, não fosse os erros de finalização das atletas. O resultado agregado ficou em 3×2, e o time foi eliminado. Ficando apenas com a disputa do Paulista.
CAMPEONATO PAULISTA
No campeonato paulista, parecia que a história seria outra. O São Paulo conseguiu se classificar na primeira
colocação de um grupo onde existiam equipes Palmeiras e Ferroviária.
Mas, logo na primeira fase da parte eliminatória da competição, o time encontrou um Red Bull Bragantino muito organizado, e acabou sendo desclassificado com um placar agregado de 2×1.
Ao todo foram 7 jogos, 4 vitórias, 1 empates e 2 derrotas, 46 gols feitos e 5 gols sofridos.
Com a eliminação nas quartas de final da competição, o tricolor conquistou uma vaga para disputar a Copa Paulista junto com outros 3 times: São José, Santos e Taubaté.
COPA PAULISTA
A Copa Paulista foi a única chance de título do São Paulo na temporada. A equipe chegou na final após derrotar o Taubaté por um placar agregado de 5×0.
Para conquistar o troféu precisava derrotar o Santos. Na primeira partida, com uma chuva de gols perdidos, o time perdeu por 2×0.
Precisando de uma vitória, fora de casa, por, no mínimo, dois gols de diferença, as são paulinas entraram em campo buscando o gol. E, finalmente, conseguiram encontrar a objetividade que faltou em outras ocasiões. Assim, venceu o Santos por 2×0.
Nos pênaltis, o time do Morumbi acabou errando três e perdendo o título.
CONTRATAÇÕES
Notando o problema no setor de criação, nesta temporada o clube contratou 5 jogadoras que podem atuar no meio campo. O time tem como principal aquisição Carla Nunes, artilheira do Brasileirão 2020, mas além dela, o tricolor encontrou boas opções no mercado.
Com essas novas jogadoras e com as renovações (16 atletas renovaram seus contratos) a equipe tende a ter um meio de campo mais criativo e competitivo para este ano. Além disso, todos os setores do São Paulo contam com bons nomes. Então, se o tricolor conseguir ajustar os erros individuais que cometeu nas últimas competições, deve alcançar posições melhores nesta temporada.
Eu tenho acompanhado o SPFC desde o A2, e depois que perdemos por incompetência e descaso do clube, Otilia e Ary, além da Valéria que foi para Espanha, as reposições foram em outras posições. Nossa comissão técnica tanto quanto ao Lucas Piccinato , quanto ao Thiago Viana ambos vindo do projeto com o Centro Olímpico, são fraquíssimos. O time não tem padrão de jogo, não tem organização. Se percebe erros de fundamentos, posicionamentos e não há correção. Existe muitas excelentes jogadoras baratas, quase nenhum custo, mas o futebol feminino não é prioridade, nem mesmo no site do clube. A gente assiste, acompanha, enxerga e quem não prioriza, não enxerga. Além da comissão técnica ser fraca e não especializada. Contratos de 1 ano, não há olheiros, diretor de estrategia e estatísticas, nutricionistas, treinadores especializados. Não tem um depto de marketing do feminino, na verdade nem camisa delas mesmo tem. O SPFC esta há 500 anos luzes de Corinthians, Palmeiras. E este ano o A1 será muito equilibrado e se não se cuidar vai passar vergonha e cair para a A2. O futebol feminino evoluiu muito e não cabe mais aventureiros e amadores. E na verdade é o nome do clube SPFC que esta em jogo. Ponto positivo foi ter contratado a excelente Micaelly.