Por Fábio Martins (@fbiomartins1)
O São Paulo vai para mais uma temporada e com expectativas longe das melhores depois de um 2021 frustrante. Pois o mercado da bola não tem animado o torcedor, sem tanto dinheiro e trazendo nomes em má fase.
É difícil trazer uma solução, afinal as coisas no futebol são surpreendentes. Já vi muito time criticado, inclusive o São Paulo de 2005, virar campeão, e também times como o de 2014 cheio de estrelas, não conseguirem a glória.
O futebol não tem uma matemática perfeita, mas tem um caminho a ser seguido. Ou seja, um que o próprio São Paulo quando trilha, costuma acertar, e este foi feito entre 2003 até 2011-12. Nem sempre com títulos, mas com planejamento.
Menos nomes em baixa
Geralmente nomes de qualidade, mas em baixa são acessíveis para qualquer time brasileiro. E o São Paulo tenta recupera-los, tem sido assim nos últimos anos.
Seja por questão física, psicológica ou pessoal… Nos anos 2000, o São Paulo era muito forte em recuperação nos três quesitos, o atual sofre e muito.
Nomes surgem como Rafinha e Alisson que já acertaram, ainda interesse em Douglas Costa, Wesley Moraes, e outros jogadores buscando a retomada na carreira.
A fé do São Paulo é que a dupla Rogério Ceni e Muricy Ramalho consigam mover esses atletas que tem muita qualidade técnica, mas vivem fase complicada na carreira.
O ideal: nomes em ascensão
O São Paulo de 2004 até 2011-12 sempre buscou nomes em crescimento no mercado nacional. Ou seja, muitos vão dizer sobre Josué, Grafite e Danilo vindos do Goiás, depois André Dias, todos eram destaques naquela equipe e vinham em crescimento na carreira, foi um salto.
O Mineiro, já tinha mais de 30 anos, passagem por seleção, mas sem uma chance em um clube grande. Surgiu o São Paulo, e ele que sempre foi grande jogador, sobrou. Foram muitos nomes neste período, nem todos deram certo, em 2004, vieram Marquinhos (Paraná) e Danilo (Goiás), o primeiro era mais badalado e não vingou, já o segundo…
A estratégia do São Paulo era sempre buscar jogadores em equipes ‘menores’ e com ascensão na carreira. Vivendo fases positivas, mas sem tanta badalação. Tiveram nomes como os Ramalho’s, Nildo, Velber, Jean Carlos, Rico, Dill, Adriano, Rondon, Eder, Caiuby e Francisco Alex que não destacaram como imaginado. Entretanto, os citados acima, voaram, ainda tiveram Souza (Portuguesa Santista), Lenilson (Noroeste) e Richarlyson (Santo André).
Mas tinha medalhões
Verdade, o São Paulo buscou Junior, Amoroso (no meio do campeonato) e Luizão, peças que foram cruciais. Pois não estavam com moral na Europa, já estavam perto dos 30 anos, com questionamentos aqui ou ali sobre condição física, foram decisivos e ajudaram o time. Depois Aloisio Chulapa, que foi destaque e vivia boa fase no Atlético Paranaense que decidiu a final contra o São Paulo.
Mas vale lembrar, todos estavam na casa dos 30 anos, e tinham lenha para queimar. O mais velho daquele time em 2005 era Rogério Ceni com 32 anos, a média do elenco era de 23 anos, pois contava com garotos da base que atuaram em alguns momentos da temporada.
E também tivemos aqueles que não renderam como o centroavante Christian no nível esperado, apesar dos 8 gols durante o Brasileirão.
O futebol mudou de 2005 para cá
Um fato, o futebol não é mais o mesmo, e usamos 2005, pois foi um formato inteligente que mesmo questionado na época, funcionou. Hoje jogadores destaques de Ponte Preta, Goiás, Coritiba, custam caro, e muito caro…
Isso falando dos mais jovens, como o São Paulo sondou Ivan da Ponte, Michael quando era do Goiás e Natanael do Coritiba, valores são para o futebol europeu ou os ricos brasileiros. Até mesmo o zagueiro Kanu do Botafogo, que custaria pouco mais de R$ 10 milhões no início de 2021, assustou o São Paulo, que ao mesmo tempo investiu milhões em Orejuela e anos antes no Pablo…
Tentativas frustradas depois de 2008
Vale ressaltar que o Tricolor usou a lei a favor, fim de contrato, e seguiu a linha nos outros anos, inclusive em anos sem conquistas depois de 2008. Por exemplo em 2010 quando buscou Marcelinho Paraíba, Carlinhos Paraíba, Fernandinho, Xandão, Léo Lima e André Luis, destaques de Barueri, Goiás e Coritiba, mas não renderam.
Depois em 2011 buscou Edson Silva e Paulo Miranda, o lateral-esquerdo Bruno Cortez e os meio-campistas Fabrício e Maicon, todos vieram com certo destaque na temporada anterior, acabaram questionados, mas ainda tiveram um título em 2012. É o que relatamos o futebol não tem uma matemática perfeita!
Entretanto, vemos outras possibilidades no futebol atual. Exemplo de atletas como:
Sport, mesmo rebaixado, teve o goleiro Mailson, o lateral-direito Ewerthon, o meia Gustavo e o atacante Mikael.
Ceará conta com peças interessantes há algum tempo, zagueiros Messias e Luiz Otavio, lateral-esquerdo Bruno Pacheco, o volante Fernando Sobral e o centroavante Cleber.
Bahia, também rebaixado, teve a zaga com Conti (pertence ao Benfica) e Luiz Otávio (outro),
Goianiense com o zagueiro Eder (fim de contrato), lateral-direito Dudu, volantes William Maranhão e Marlon Freitas, quase foram parar na Libertadores de 2022.
Juventude teve emprestados do Atlético Mineiro em destaque, zagueiro Vitor Mendes e o meia Castilho, além do lateral-direito Paulo Henrique (destaque na B pelo Paraná em 2020) e o ponta Sorriso que é promissor, foi sondado no Morumbi.
Até mesmo a lanterna Chapecoense, contou com o zagueiro Ignacio, que pertence ao Bahia, e o atacante Mike, ambos raros alentos na equipe.
Sem contar Juninho e Ademir que há várias temporadas são destaques no América-MG. Porém Ademir acertou ‘de graça’ com Atlético Mineiro. Enquanto o Cuiabá adquiriu em definitivo o promissor e ‘rei dos desarmes’, o lateral-direito João Lucas (do Flamengo), e o Fortaleza em grande fase vai mantendo seu elenco com diversos destaques.
Na Série B destaques já foram para outros times como Edu e Fernando Neto, mas ainda tem nomes como Alef Manga (Goiás), Moisés (Ponte), Andrey (sem clube), entre outros que são apostas com menor valor. Caso queira conferir, segue a lista que produzimos sobre a Segunda Divisão e fizemos no fim da temporada 2020 com nomes que vieram a destacar na Série A no ano seguinte…
A pressão da torcida
Claro que os nomes citados acima podem cair como uma bomba quando contratados. Pois não são grandes nomes, jogadores que buscam espaço e não são certezas, mas jogadores de nome, caros, que estão em baixa, também não seriam? E o custo é maior, além da mobilização ser mais complexa para um bom ambiente e o destaque.
O São Paulo errou muito no passado e gera sempre uma grande desconfiança do torcedor. Vão lembrar jogadores como William Farias, próprios Jean Carlos (que segue sendo destaque na B) e Robson (destaque no Fortaleza atualmente), recentemente Bruno Rodrigues… Mas não geraram prejuízo, e nos três últimos, quase não tiveram espaço no clube, trocaram Robson por Neilton e Welington Nem, depois Denilson, apostas mais caras e rendimento pior.
Em 2021 foram na contramão ao investir em Eder, William, Benitez, mesmo Rojas, tiro no pé. Enquanto Arboleda, Bruno Alves, Luciano, que chegaram sem brio no passado, destacaram-se.
Mas acredito que com a falta de dinheiro e buscando um elenco de brio, jogadores com fome de crescer na vida, carreira… Entretanto o futebol não tem uma matemática perfeita, porém acredito que o caminho seria captar esses nomes em crescimento para o sucesso.