O profissional falou sobre trabalho no São Paulo e sobre preparação de base
Em clima de estreia no Campeonato Paulista, o SPFC 24horas traz uma pequena série de entrevistas exclusivas com profissionais ligados ao basquete. A pouco mais de 48 horas da estreia do São Paulo diante do Pinheiros, falamos um pouco sobre bastidores com Vitor Sarvas, analista de desempenho do basquete tricolor.
Em uma conversa por meio do Twitter, Vitor Sarvas concedeu respostas sobre sua trajetória na equipe do São Paulo, sobre elenco, sobre pandemia e os desafios de trabalhar com basquete nesse momento. Confira abaixo na íntegra:
SPFC 24 HORAS: Como você começou a trabalhar com o basquete e, depois, com o São Paulo?
Vitor Sarvas: Como a maioria das pessoas, eu cheguei a jogar na base mas não era bom. Porém, depois de um tempo trabalhando em outra área, fui para a faculdade de Esporte da USP já com interesse em voltar a trabalhar com a modalidade. No segundo ano de faculdade, tive a oportunidade de estagiar no Esporte Clube Pinheiros com análise, o que na época era uma novidade e foi um dos primeiros clubes a possuírem um setor dedicado, tanto para a base quanto para o adulto. Depois de dois anos lá, fiquei um tempo na área acadêmica estudando sobre análise e, quando o SPFC montou o elenco para a Liga Ouro, fui convidado a fazer parte do projeto.
SPFC 24 HORAS: Você conhece cada atleta do São Paulo, suas técnicas e suas limitações. Qual é o atleta que você mais gosta de trabalhar no elenco e por que?
Vitor Sarvas: Essa é uma resposta difícil, já que em questão de trabalho tenho pouca atuação com os atletas. Nós temos um elenco muito bom de trabalhar, o convívio também é excelente, então diria que gosto de trabalhar com o time como um todo, sem exceções.
SPFC 24 HORAS: Falando em termos técnicos, como você analisaria o desempenho do SPFC nessas primeiras temporadas de “vida”?
Vitor Sarvas: Considerando ser uma equipe nova e que se estruturou para o basquete, estamos conseguindo desempenhar muito bem. Conseguimos uma terceira colocação no NBB no primeiro ano e, considerando a dificuldade do campeonato, é um resultado excelente.
SPFC 24 HORAS: Dito isso, o que você acredita que falta para o elenco alçar voos mais altos no que se diz respeito ao desempenho coletivo e individual?
Vitor Sarvas: Tempo. É uma resposta simples mas que faz muito sentido. Com o trabalho sendo continuado, a equipe está alcançando uma maturidade e sinergia que vão facilitar demais a parte técnico-tática. Com os novos contratados tendo tempo para assimilar a maneira que o time joga o desempenho da equipe tende a aumentar, tanto ofensiva quanto defensivamente.
SPFC 24 HORAS: Qual tem sido o maior desafio para exercer o seu trabalho na pandemia?
Vitor Sarvas: A falta de jogos e de basquete em geral. Profissionalmente, pela natureza do trabalho com dados, consegui adaptar relativamente bem as funções durante a pandemia. Mas no quesito psicológico foi muito difícil ficar sem jogos novos, sem a rotina meio maluca que nós temos, fez muita falta.
SPFC 24 HORAS: Falando um pouco sobre base, você está inteirado com o elenco mais jovem? Como você analisa a formação de base do basquete de uma forma geral? Qual a importância?
Vitor Sarvas: Estamos iniciando um projeto de análise para a base do basquete, então estou começando a ter mais contato com as categorias menores. O basquete brasileiro tem evoluído aos poucos com metodologias mais modernas e eficientes, o que vai ser fundamental para a evolução das futuras gerações.
SPFC 24 HORAS: Os esportes femininos têm estado em alta, principalmente neste ano de 2020, mas ainda há uma negligência muito grande. Você acredita que o apoio/uma liga de base feminina melhoraria o desenvolvimento das atletas não só da LBF, como outras que não atingem a liga nacional?
Vitor Sarvas: Com plena certeza! Temos um potencial gigantesco para uma liga forte de base e para fomentar o basquete feminino. Além disso, precisamos trazer cada vez mais mulheres para o esporte, falo isso pois na área de análise eu conheço apenas uma mulher analista, todo o resto é homem. É muito nocivo para a modalidade essa falta de equilíbrio.
SPFC 24 HORAS: De forma geral, o que falta para o basquete brasileiro atingir um nível de competitividade, desempenho e popularidade num país ainda muito “futebolizado”?
Vitor Sarvas: Um maior investimento na base e continuar o bom trabalho com o profissional. Precisamos criar uma maior cultura do esporte ainda, existe espaço para todas as modalidades, mas o basquete tem que ser mais ligado a comunidade, daí a importância da base.
SPFC 24 HORAS: Por fim, como você imagina que será a temporada são-paulina?
Vitor Sarvas: Temos totais condições de fazer uma excelente temporada, temos uma equipe muito forte que pode jogar de igual para igual com qualquer equipe, sempre buscando bons resultados.
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O São Paulo entra em quadra neste domingo (04) diante do Pinheiros, às 11h da manhã (Horário de Brasília), no Ginásio do Morumbi. A transmissão será por conta da TV FBP, no Youtube.
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