O São Paulo venceu a primeira partida semifinal do Campeonato Paulista diante do Corinthians. Jogando no Morumbi, o Tricolor triunfou por 1 a 0 e abriu vantagem para o confronto decisivo da próxima quarta-feira (28) no estádio do rival. Em meio aos clássicos contra a equipe alvinegra, um momento especial na história dos são-paulinos completa exatos sete anos nesta terça-feira. Em 27 de março de 2011, Rogério Ceni marcava o centésimo gol de sua carreira justamente contra o Corinthians.
A partida que se tornou histórica não ocorreu no Morumbi. O palco foi a Arena Barueri, no município de mesmo nome nas proximidades de São Paulo. Aos 8 minutos do segundo tempo, com o placar já apontando 1 a 0 para o Tricolor, gol de Dagoberto, o volante Ralf fez falta em Fernandinho na região esquerda próxima da área corintiana.
De prontidão, a torcida são-paulina pediu por Rogério Ceni para a cobrança do tiro livre. O Mito atendeu. Foi até a bola, ajeitou com carinho, conversou com Carlinhos Paraíba, respirou fundo, colocou as mãos na cintura, esperou pelo apito do árbitro e partiu para a cobrança…
Apenas quatro dias antes, no dia 23 de março, Rogério havia marcado o gol de número 99 em sua carreira. Diante do Paulista, em Jundiaí, o goleiro artilheiro deixou o dele, mas não pôde evitar a derrota do Tricolor por 3 a 2.
O jogo seguinte era o clássico Majestoso. E não era um clássico qualquer. Há quatro anos sem desbancar o Corinthians, o São Paulo acumulava 11 partidas de jejum diante do rival.
Válido pela 16ª rodada da primeira fase do Paulistão daquele ano, o jogo representava a chance de reagir após a derrota para o Paulista e também de quebrar essa longa sequência indigesta. Pressão em dobro.
No primeiro tempo do clássico, pouco futebol. Muitas faltas, nervosismo e jogo truncado marcaram o início do duelo. Aos 39 minutos, o primeiro lance de perigo da partida resultou em gol. Dagoberto acertou belíssimo chute de fora da área e abriu o placar em Barueri.
O segundo tempo começou com o Corinthians pressionando. Aos 2 minutos, ótima defesa de Rogério Ceni em tentativa de Jorge Henrique. Mas o destino estava selado. Seis minutos depois, o lance que se eternizou para sempre na história do clássico.
Cobrança de falta que passou pela barreira, tocou nos dedos de Júlio César e morreu nas redes do gol corintiano. Era o centésimo gol da gloriosa carreira do Mito. E tinha que ser diante do maior rival do Tricolor. Após o gol, festa na Arena Barueri, Rogério tirou a camisa, fogos, mensagem no painel eletrônico do estádio. Tudo para celebrar a marca histórica do maior ídolo são-paulino de todos os tempos.
Nem o gol de Dentinho foi suficiente para estragar a festa. A partida, que ainda contou com três expulsões, duas do lado corintiano, acabou 2 a 1. O atacante Liedson ainda teve a chance de empatar o jogo nos minutos finais, mas, novamente, Rogério Ceni brilhou com uma ótima defesa. Não tinha jeito. Aquela era a tarde do Mito.
Sete anos depois
Em 2018, São Paulo e Corinthians encontram-se novamente envolvidos em partidas do Campeonato Paulista. Desta vez pela semifinal da competição. No primeiro jogo, o Tricolor também encerrou um longo tabu (assim como em 2011), ao vencer o rival e colocar fim a 16 anos sem triunfar no clássico em fase mata-mata de qualquer competição.
Quarta-feira, na Arena Corinthians, o Tricolor tenta sacramentar a eliminação do rival, algo que não acontece desde 2000, e de quebra chegar a final do Campeonato Paulista após longa espera.
Rogério Ceni há algum tempo já não é mais o goleiro do São Paulo. Foi brevemente o técnico, mas as coisas não caminharam como ele gostaria. Atualmente é o treinador do Fortaleza. No entanto, mesmo não estando mais presente no dia a dia do Tricolor, seus feitos representam muito na história do clube e continuam a ser lembrados.
Amanhã, dia 28 de março, o São Paulo pode fazer história caso consiga a classificação para a final do estadual. A primeira vista, algo pequeno se comparado aos feitos gloriosos do clube, mas que pode significar o reerguimento da equipe em inúmeros aspectos.
E para que esse recomeço seja possível, será necessário triunfar diante do Corinthians, o mesmo adversário no qual Rogério Ceni escreveu um dos capítulos mais memoráveis de toda sua trajetória.
Você se lembra de onde estava no centésimo gol de Rogério Ceni? Deixe seu comentário!
Álvaro Logullo