Em entrevista ao Programa 1 x 1 no Seleção Sportv, com Cléber Machado, o ex-técnico do São Paulo FC, Dorival Júnior, falou de vários assuntos e dentre eles, logicamente, sobre a sua passagem pelo São Paulo FC.
Sobre o momento passado no Tricolor, fala que foi muito difícil, só quem estava lá dentro sabe o que passaram. Avaliou o seu trabalho:
Em 2017, saímos de uma zona de rebaixamento para terceira melhor campanha do segundo turno do Campeonato Brasileiro. Iniciamos o ano alterando a forma de jogar com muitos jogadores da base, que ainda não haviam feito nenhuma partida. Começamos este ano fazendo um Paulista abaixo da média, isso eu reconheço, porém, em fevereiro, foram apenas duas derrotas. Contra o Palmeiras, realmente merecemos a derrota, mas contra o Santos, a derrota foi mentirosa porque o São Paulo jogou muito mais que o Santos. Não dava para mensurar o que tinha sido feito, eu não tive a oportunidade de jogar uma final de fase.”
Perguntado sobre o limite para um técnico ser demitido, acha que o sistema no Brasil é falido. A ideia é jogada e amadurecida por um detalhe ou outro, da mesma forma que 04 empates são batidos durante a semana que você está há 04 jogos sem ganhar, isso vai virando um caldeirão, tem um peso muito grande.
No momento mais difícil do São Paulo, as pessoas tiveram confiança em mim, era um momento dificílimo e problemático e eu acho que o que nós fizemos dentro do São Paulo, sinceramente por tudo aquilo que aconteceu e pelo momento vivido, eu sei das dificuldades que nós tivemos e sei da importância de estarmos nesse instante e nós aprendemos com todo o processo acontecido.”
Perguntado se ele sabia que seria demitido, confessa que em dezembro/17 teve uma conversa com o presidente Leco e disse:
Presidente, deu para o Senhor ter uma ideia do que é o meu trabalho e eu gostaria de ter uma posição se eu permaneço com a sua confiança porque eu gostaria de não ter o trabalho interrompido independente dos resultados iniciais porque nós teríamos algumas mudanças importantes para 2018. Não me foi prometido nada, mas teve aquela conversa de praxe, colocação natural.”
Dorival ainda esclareceu que não houve contratação que ele não queria no São Paulo:
Não é que eu não quisesse as contratações trazidas, Nenê é um jogador que vi começar, é um jogador diferenciado. Diego é um jogador raro e sabe como ninguém entrar dentro da área. O Raí me chamou e disse que não havia dinheiro para muitas contratações. Me perguntou quais seriam as funções que precisaríamos naquele momento , então, eu disse, vamos focar em dois jogadores para os lados de campo, porque eu estava recebendo jogadores da base, mas não tínhamos condições de avaliá-los naquele momento. Então, tentamos o Everton, Scarpa, Geuvânio e Gabriel.”
A entrevista do Dorival:
Dorival ainda está desempregado, desde a sua saída do São Paulo FC.
Deuzana Rodrigues.