Uma notícia divulgada pelos principais portais esportivos na última semana pegou muitos torcedores de surpresa, gerando grande preocupação com o futuro são-paulino em 2020/21.
O site globoesporte divulgou uma no último dia 25 de julho uma informação de que o Conselho de Administração do São Paulo enviou uma recomendação para o Departamento de Futebol para que a folha salarial do atual plantel de jogadores seja reduzido em 50% de forma definitiva para a atual temporada, e outros portais informam que o CA também recomendou verificar a possibilidade de manter essa redução também para a próxima temporada inteira.
Este fato, por si só, já foi suficiente para preocupar os torcedores. Porém, já surgiram informações de que os atletas já estariam cientes da recomendação de redução salarial definitiva sugerida pelo Conselho de Administração (que tem como um dos componentes o atual candidato da situação para a presidência do clube, Júlio Casares), e estariam insatisfeitos com essa possibilidade. Além da insatisfação de já terem recebido menos que o combinado sem aviso prévio.
A partir desse momento, é necessário avaliar as prováveis consequências caso essa ideia seja levada adiante e acabe sendo implantada.
Nenhum jogador é obrigado a aceitar este tipo de alteração (vide exemplo do Santos, onde a gestão de José Carlos Peres chegou a reduzir salários em 70% sem comunicar os atletas ou abrir negociação). Sendo assim, existem riscos. Os atletas podem procurar meios judiciais para contestar a medida, ou até mesmo solicitar transferência para algum outro clube ao longo da atual temporada.
Caso alguma destas hipóteses se confirme, existe possibilidade do clube (que até hoje não contratou nenhum reforço para Fernando Diniz desde que ele assumiu o cargo, em setembro de 2019) passar por um processo de debandada de atletas, o que poderia levar o São Paulo, consequentemente, a passar por uma situação parecida com a vivida na temporada 2017.
O recém contratado treinador Rogério Ceni tinha em mãos um elenco minimamente competitivo com bons talentos individuais, como David Neres, Luiz Araújo e Thiago Mendes. Quando, ainda durante a pré-temporada, nos Estados Unidos, já circulavam notícias sobre problemas financeiros sofridos pelo São Paulo na época (infelizmente, hoje em dia essas notícias ainda são frequentes). Ainda no início da temporada, a gestão Leco se viu obrigada a negociar atletas para equilibrar as finanças.
Com apenas oito jogos como profissional, David Neres foi vendido ao Ajax Amsterdam. Luiz Araújo e Thiago Mendes foram vendidos ao Lille Métropole. Estes três negociações custaram caro esportivamente ao São Paulo, e os problemas financeiros da época perduram até hoje.
Com os principais atletas fora do São Paulo, somados com as reposições questionáveis e totalmente diferentes dos atletas que saíram, a queda de nível técnico do time foi abrupta. Na Copa do Brasil de 2017, queda para o Cruzeiro na quarta fase. Sul-Americana, eliminação ainda na primeira fase para o Colón, e o Brasileirão foi absolutamente catastrófico.13 vitórias, 11 empates e 14 derrotas, praticamente 1/3 do campeonato na zona de rebaixamento, com o São Paulo chegando a ser vice-lanterna.
Como parece ser procedimento de praxe no São Paulo, o treinador pagou o preço. Rogério Ceni foi desligado, mas o time continuava a ter péssimos desempenhos e resultados. E o primeiro rebaixamento da história do clube só não veio graças a Hernanes, que chegou praticamente no último momento possível e conseguiu guiar a reabilitação do Tricolor, sendo o melhor jogador do torneio.
Três anos depois, na reta final de cinco anos da gestão Leco, o São Paulo vive um novo risco de debandada de jogadores fundamentais para o time, um novo risco de mais um bom trabalho técnico ser perdido, e um risco de reviver um dos piores anos da história do clube do Morumbi.
Caio Felix
Twitter: @OCaioFelix