[OPINIÃO] Apesar dos pesares, uma boa impressão

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Lucas deixa o campo lesionado; um dos três machucados no 1º tempo. (Reprodução: Conmebol)

Definitivamente, foi um banho de água gelada, uma derrota com sabor amargo. Não era o retorno que gostaríamos, porém, não há motivo para desespero; ninguém quer perder, mas quando analisamos de cabeça fria, a sensação é a mesma que tanto sentimos em 2023. Um time que jogava bem, merecia sorte melhor, e mesmo assim perdia. Não existe revés pior no futebol, a dor da derrota somada a dor da “injustiça” na bola jogada.

O começo de Thiago Carpini foi tenebroso, isso não podemos negar. Todas as críticas eram justas, mas hoje, o horizonte é positivo. Nos primeiros minutos em Córdoba, era de se esperar um começo difícil, Talleres na pressão… com o estádio lotado, os argentinos entravam ainda mais empolgados. E se imagina que estudaram bem nosso time, além da tática; com certeza sabiam do nosso momento ruim. Um gol cedo lhes daria a vantagem no placar, e principalmente uma vantagem emocional.

Até os 15, 20 minutos do 1º tempo, a principal missão era segurar o Talleres. Na raça, suando a camisa, o time cumpriu. O cartão amarelo para Rafinha, antes mesmo da primeira volta do ponteiro, mostrava bem a mentalidade que o time entrou. Disposto a suar sangue, dar tudo dentro de campo, como pede um jogo de Conmebol Libertadores.

Em um desses lances de raça, um milagre na área, perdemos nosso capitão. Um grande problema, mas tínhamos Igor Vinicius para segurar. Na sequência, o time começava a crescer, encontrava espaços, e o jogo caminhava a nosso favor; o empate já seria um bom resultado, vou falar disso na sequência. No ritmo que vinha o jogo, até a vitória era possível.

Lucas também sentiu… Ferreirinha entrou, e seguimos na pegada firme, pressão. Uma postura de dar gosto, um time que não se rende, não importa o que aconteça, como nas melhores noites de Libertadores. Mas com três lesionados antes dos 45 minutos, deixando o treinador entre a cruz e a espada, o que se vai fazer? Gastar a terceira parada, e correr risco de ficar muito mais tempo com 1 a menos?

Tudo bem, evitar o gol na porta do intervalo poderia mudar os rumos do jogo, sair atrás nessa altura do relógio é sempre um golpe duro. Mas quem garante que terminaríamos com 11 em campo? Era seis por meia dúzia. Galoppo ou Luciano não iriam entrar, os dois que mudaram a partida na etapa final.

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Wellington Rato sai carregado de campo, nos acréscimos (Reprodução: Conmebol)

Luciano decidiu os rumos do 2º tempo, mais uma vez se mostrando um grande 12º jogador. Não é a primeira partida onde sai do banco e reescreve a história, funciona nesse roteiro; em tempos que não é mais unânime no time titular, é um papel bom para todos. Desde que a torcida não comece a cantar “É Luciano” no primeiro chute pra fora, claro.

Não julgo quem pede a cabeça de Thiago Carpini, de cabeça quente pela frustração. Perder de novo para o Talleres, na volta para Libertadores… porém, se a diretoria seguir a linha de continuidade, que se mostrou equivocada com Hernán Crespo e Rogério Ceni, o time tem tudo para engatar. Sem as lesões, o jogo com certeza seria outro, e um outro para melhor. Os dias de treino parecem ter surtido efeito.

Antes, o caminho mais simples era vencer as três partidas em casa, e três empates fora não seriam nada ruins, especialmente após o empate entre Barcelona e Cobresal. Com a derrota de hoje, os 100% no MorumBIS se tornaram uma questão de sobrevivência. E um triunfo fora de casa também se torna necessário, acabou a margem de erro.

Os raios de 2013 e 2016 não vão cair de novo. Quarta-feira é o segundo capítulo, e com ótimos presságios. Se a preparação física não atrapalhar de novo, a temporada promete.

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