No MorumBIS, São Paulo é derrotado pelo Atlético-MG por 1×0 no primeiro jogo das quartas de final da Copa do Brasil. O gol do adversário marcado aos 47 min do 2ºT.
Sem dúvidas, o São Paulo estava diante de um dos jogos mais difíceis em algum tempo. A perda de Juan Izquierdo na noite anterior trazia um desafio muito maior do que qualquer adversário ou competição. Na soma de tantos fatores, cobrar o normal seria até covardia, mas, apesar disso, o resultado fica muito amargo. O São Paulo perdeu para o Atlético Mineiro diante de 51 mil torcedores no Morumbis, e se complica na Copa do Brasil.
Apesar de todo o contexto difícil, o São Paulo entrou no embalo da multidão de são-paulinos que lotou o Morumbis. No 1º tempo, só faltou o gol: partiu pra cima desde o início e sofreu pouco contra o forte ataque do Atlético. A grande noite de nomes como Wellington Rato e Rafinha ajudava ainda mais nesse aspecto, com o camisa 27 criando o grande lance da etapa inicial: entortou um marcador no meio-campo, tabelou com Calleri, e na entrada da área, esquentou a mão de Everson. Na melhor investida atleticana, Scarpa recebeu com espaço e em condições de potencial próximo da área, mas Arboleda conseguiu atrapalhar o meia, mesmo sem marcar em cima.
No 2º tempo, a toada seguiu quase a mesma. O São Paulo mantinha a superioridade, porém, a marcação atleticana endureceu o jogo e dificultou a criação. Mesmo assim, o gol parecia maduro, questão de detalhe… mas nesses acasos do futebol, ele não veio; aos 43min, Lucas recebeu o cruzamento perfeito, quase na pequena área, mas não conseguiu direcionar o cabeceio. E pouco depois, aos 47, começando em uma falha de Luciano no ataque, Battaglia conferiu lançamento de cabeça e definiu para o Galo. Com o gol, o Atlético leva boa vantagem para a decisão em sua casa no próximo dia 12.
Notas:
Rafael – Pouco exigido no jogo, e fica difícil culpar pelo gol sofrido. 6.0
Rafinha – Fez um bom jogo no pacote geral, participativo em vários setores do campo. Acabou bobeando no gol. 5.5
Sabino – Como todos na linha defensiva, perde pontos justamente pelo gol sofrido. Entre os 4, foi o melhor. 6.5
Arboleda – No único lance perigoso do 1º tempo, salvou muito bem com boa leitura de jogo. 6.5
Welington – Não foi tenebroso, mas quando podia ajudar… 4.5
Luiz Gustavo – Discreto em um bom sentido, não comprometeu e foi presente quando necessário. 5.5
Bobadilla – Dos seus pés, saiu o cruzamento que deveria ser da vitória. Começa a se encontrar, jogo regular. 6.0
Wellington Rato – Primeiríssima classe, como um maestro. Apareceu nas melhores jogadas do time, em outras noites com certeza teria marcado. 8.0
Luciano – Esse 8 ou 80 é complicado, e por uma falha no ataque, gerou a falta do gol atleticano. Péssima atuação. 3.0
Lucas – Participativo como sempre, vital no ataque. Porém, ineficiente de uma maneira que custou caro. 5.5
Calleri – Faltou a bola perfeita pra ele guardar, embora tenha recebido uma boa e desperdiçado. 6.0
Reservas e comissão técnica:
Rodrigo Nestor – Nota por formalidade, não há o que analisar. 5.0
Maxi Cuberas – A intenção era aliviar nas notas de hoje pelo ocorrido com Juan Izquierdo, mas aqui não há como. Qual a justificativa para mexer no time só aos 44 do 2º tempo? Com a partida tenebrosa de Luciano e Lucas concluindo mal, por que deixar Erick e William Gomes mofando no banco? A comissão de Zubeldia precisa largar a teimosia; confiar nos 11 é muito bom, mas tem limite. 2.0
Nota geral – O mais importante é merecer a vitória, sempre; merecer aplausos independente do placar, mesmo que perder um jogo dessa maneira seja doído e machuque bastante. Mais uma vez, a falta de eficiência cobrou seu preço para o São Paulo, que podia ter perdido assim o título inédito da Copa do Brasil, na derrota para o Corinthians. Hoje, pode ter perdido o bicampeonato por conta disso. 7.5
Bola cheia:
Superação – Falhas e merecimentos à parte, a superação fica acima disso. O contexto do jogo acabou causando esse sabor amargo, é verdade. Porém, se o São Paulo levasse um resultado mais adverso hoje, sentindo o que aconteceu com Juan Izquierdo, seria totalmente compreensível. O time superou o baque com primor.
Bola murcha:
Teimosia – É complicado precisar fazer críticas a isso mais uma vez. O São Paulo já se autossabotou em diversos jogos na temporada por conta dessa confiança excessiva nos 11; é bom até certo ponto, porém precisa ter limite. Se a intenção é não colocar pressão em um jogador, deixá-lo em campo atrapalhando o time é exatamente o que não se deve fazer. Luciano é o retrato fiel disso, sempre tendo sua potencial idolatria colocada em dúvida por conta disso.
João Silvino
(YouTube: João Silvino / Twitter e Instagram: @JPSilvino_2004)