Notas: Barcelona de Guayaquil 0 x 2 São Paulo | Libertadores 2024 – 3ª rodada

Barcelona 0 x 2 São Paulo: veja os gols e melhores momentos do jogo da Libertadores - Estadão

(Reprodução: Estadão)

Como é bom o sabor de uma vitória incontestável, sem pulgas atrás de orelha. Na estreia de Luis Zubeldia, o São Paulo joga com eficiência, bate o Barcelona de Guayaquil por 2 x 0 e encaminha a classificação. Pela primeira vez, vence um jogo oficial no Equador.

A escalação inicial, com quatro atacantes, gerava dúvidas, mas se mostrou um dos melhores pontos do São Paulo. No princípio do 1º tempo, vimos um 4-3-3, com Luciano de meia, mas com os quatro jogadores livres para se movimentar no setor ofensivo, ora caindo nas pontas, ora no meio. E com essa liberdade, veio o primeiro gol: André Silva voltou pra buscar na defesa, e encontrou um lançamento perfeito para Ferreirinha na esquerda. O camisa 47 arrancou, ajeitou e cruzou na medida para Calleri conferir. Melhor do que a mobilidade, aproximação entre os jogadores.

O restante na 1ª etapa mostrava um placar barato, 1 x 0 que era pouco. Depois de alguns sustos na volta do intervalo, com duas ótimas defesas de Rafael, o São Paulo ampliou. E com um gol de dar gosto: escanteio cobrado, o goleiro Burrai afastou mal, e Alisson pegou a sobra na meia-lua da área, limpando a marcação sem desistir do lance. Abriu espaço, e bola na rede. Cabiam mais gols, no entanto, o 2 x 0 ficou muito bem servido, e afasta as nuvens de tempestade do CT da Barra Funda. Depois de muito tempo, já passando dos 40min, Corozo saiu cara a cara com Rafael, e por sorte, recuou para o goleiro tricolor.

Notas:

Rafael – Não precisou trabalhar muito, mas quando foi acionado, fez o seu papel. Demorou, mas enfim temos goleiro. 8.0

Igor Vinicius – Recebeu até bastante a bola, mas sem participar de lances capitais do time. Por outro lado, não comprometeu. 6.0

Arboleda – Pouco acionado, fez seu trabalho quando precisou. 7.0

Alan Franco – Encontramos a dupla de zaga, as torres gêmeas do São Paulo. Atuação segura. 7.0

Welington – Mesma toada de Igor Vinicius, um pouco mais discreto do que o lateral direito. 5.0

Pablo Maia – Tem tudo para voltar a ser o Pablo Maia dos melhores dias, mas hoje, foi discreto. Atuação apagada. 3.0

Alisson – O gol da vitória, e um gol pra rever 50 vezes, todas com os olhos brilhando. Jogou com o espírito que pede uma Noite de Libertadores. 8.0

Luciano – Se movimentou bastante, mas não conseguiu ser protagonista no quarteto ofensivo. A promessa de ficar mais calmo lhe rende bons pontos, nada de cartão amarelo. 6.0

Calleri – Uma bola é o suficiente, basta receber em boas condições e ele resolve. Uns centímetros a mais de perna, e teria marcado dois. 9.0

Ferreirinha – Saiu o primeiro gol, e a besta enjaulada foi solta. Sem a afobação e ansiedade do início, mais um grande jogo. Não fosse a câimbra no 2º tempo, podia ter brilhado mais ainda. 9.0

André Silva – Se tivesse custado 50 milhões, cada centavo valeria a pena. Atacante de 1001 utilidades, uma delas na bola de média e longa distância, para iniciar o 1 x 0. 9.0

Michel Araújo – Entrou numa pequena fogueira, substituindo Ferreirinha antes do 2 x 0. Tentou ser participativo, não fez grande coisa. 6.5

Galoppo – Entrou aos 32min do 2º tempo, com o jogo encaminhado. Pouco teve tempo para fazer alguma coisa. 5.0

Diego Costa – Entrou junto com Galoppo, para fechar a casinha, e não comprometeu atrás. 6.0

Juan – Entrou junto com Rodrigo Nestor. Sem os olhos da torcida, em apoteose, é uma boa entrada com jogos resolvidos. Hoje não teve tempo pra muito, mas quem sabe um gol nas próximas para tirar o peso. 5.0

Luis Zubeldia – Merecia nota mil. O time não precisava jogar bonito, a vitória era o mais importante, mas com ela, recuperamos duas coisas importantíssimas: eficiência e aproximação, jogadores com mobilidade. A liberdade para os quatro atacantes, caso mantida, é uma bela arma para até, quem sabe, ter menos dificuldade contra retrancas. 9.5

Nota geral – Eficiência na frente, aproximação, e um jogo como pede a Conmebol Libertadores. Sem medo da cara feia dos equatorianos, do estádio em Guayaquil e nem da importância do jogo. O futuro promete. 9.0

 

Bola cheia:

Mobilidade – Um time móvel confunde a marcação, que nunca vai saber o posicionamento 100% certo para segurar um atacante. Ferreirinha jogou quase sempre na esquerda, mas tentou uma arrancada no meio, vimos Luciano cair nas duas pontas vez ou outra… até Calleri sofreu falta dura na ponta. O diferente, o repertório, fizeram muita falta no começo da temporada.

André Silva – Vontade de sobra, e futebol na mesma medida. Talvez ele não se torne um grande artilheiro, mas já mostrou que pode contribuir por outros meios. São Paulo e torcida agradecem.

Bola murcha:

Pablo Maia – Onde está você, Pablo Maia? Mais uma atuação muito discreta, o time precisa dos seus melhores dias para funcionar 100%, das suas chegadas de surpresa para finalizar de longe. Da personalidade forte, como vimos no pênalti convertido na Supercopa… precisa voltar a ser protagonista, pra já.

Calleri ou Zubeldia? – Aqui, mais uma pergunta do que uma crítica. Precisava de 90 minutos pra Calleri? Não aconteceu nada grave, mas ficou claro como os equatorianos estavam dispostos a bater no argentino, pra uma lesão e uma dor de cabeça enorme, eram dois palitos. É sim um jogador importante, crucial, mas faltou a percepção do risco, talvez de ambos os lados; tanto Calleri como Zubeldia.

 

João Silvino

(YouTube: João Silvino)

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