Nesta segunda-feira (18) uma triste notícia para a torcida são-paulina, faleceu aos 99 anos, Laudo Natel, um grande dirigente na história do clube.
Laudo Natel foi muito ativo no clube nos anos 50, 60 e 70, ou seja, participação crucial na construção do Estádio do Morumbi, e na montagem de times históricos que conquistaram vários Campeonatos Paulistas e mais tarde o Brasileirão.
Natel também foi governador de São Paulo por um curto período nos anos 60, mais precisamente entre 66 e 67, foi vice-governador do Ademar Pereira de Barros entre 63 e 66.
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O CT de Cotia tem como nome oficial de Centro de Treinamento Laudo Natel, em homenagem ao épico dirigente da história são-paulina. Que inclusive, participou da cerimônia na época, foi homenageado com vida.
Mesmo com mais de 90 anos, Laudo Natel sempre esteve ativo de alguma forma no clube, por vezes era chamado por Juvenal Juvêncio, que também já faleceu, para falar com o conselho do clube, e pedia sempre união em prol do São Paulo Futebol Clube. Outro detalhe é que a família Natel, como o o sobrinho Roberto Natel, também fazem parte dos bastidores do clube, inclusive pode ser candidato a presidência no fim do ano.
São Paulo soltou nota oficial sobre o falecimento:
O São Paulo Futebol Clube informa e lamenta, com imenso pesar, a morte de Laudo Natel, grande Patrono do clube e ex-presidente, aos 99 anos de idade. Natel nos deixou na manhã desta segunda-feira (18), em São Paulo, capital.
Nascido em São Manoel, no interior de São Paulo, no dia 14 de setembro de 1920, Laudo cresceu em família humilde. Menino de fazenda, ele percorria mais de 8 km por dia para completar o estudo primário.
Tornou-se bancário, peregrinando entre agências de várias cidades do estado como Pirajuí, Lins e Marília. Evoluindo e conquistando, dia após dia, destaque em sua profissão, em 1946 mudou-se para a capital paulista, mudando radicalmente não somente a própria vida, como também a do clube pelo qual se apaixonou: o São Paulo Futebol Clube.
Sócio do Tricolor desde que na cidade chegou, Laudo Natel foi apresentado à diretoria do São Paulo, especialmente ao presidente Cícero Pompeu de Toledo, por Luís Campos Aranha, justamente como a peça central de um projeto que revolucionaria o clube. Essa tríade reunida foi fundamental para a construção dos alicerces nos quais hoje se sustenta o Tricolor do Morumbi.
Laudo Natel então se tornou diretor de finanças (à época, tesoureiro), em 1951. Entre as primeiras providências que tomou estão: a divulgação anual e pública do balanço financeiro do clube – o São Paulo foi o primeiro clube no Brasil a tomar tal atitude transparente, mesmo ainda sem nenhuma obrigação legal –, como também a mais controversa de todas: vender o Canindé para abatimento de dívidas e capitalização.
A partir disso, Laudo, Cícero e toda a coletividade são-paulina se lançou no maior empreendimento de um clube brasileiro em toda a história: a construção do maior estádio particular do mundo, desde então. A duras penas e graças, principalmente, a “venda de idéias”, o Morumbi foi erguido em longos 18 anos de construção e 12 de jejum em títulos.
“Foi um milagre de fé, que a gente acreditou. Costumo dizer que, se existe um lema, um título, ao qual possamos batizar o Morumbi, certamente é: Fé e Perseverança.”
Superando a descrença, as dificuldades, a falta de dinheiro e mesmo a boataria, Laudo entregou aos são-paulinos, em 25 de janeiro de 1970, um patrimônio ainda hoje inigualável entre os clubes brasileiros: O Estádio Cícero Pompeu de Toledo.
35 anos depois, o Tricolor batizou o recém-inaugurado CFA de Cotia, em honra a todos os serviços e anos que prestou ao clube, com o nome de Centro de Formação de Atletas Presidente Laudo Natel, o maior projeto patrimonial do São Paulo, após o Morumbi.
A aquele que proporcionou que o sonho se tornasse realidade, nos presenteando com dedicação e trabalho, o São Paulo Futebol Clube presta eternas homenagens.
Serviços prestados ao São Paulo Futebol Clube:
- 01/03/1952 – 27/04/1954 Diretor Financeiro
- 20/04/1954 – 15/04/1958 Conselheiro Eleito
- 27/04/1954 – 17/04/1956 Diretor Financeiro
- 17/04/1956 – 29/04/1958 1º Tesoureiro
- 15/04/1958 – 13/04/1962 Conselheiro Eleito
- 30/04/1958 – 19/04/1960 Presidente da Diretoria
- 10/06/1958 – 30/04/1964 Membro Nato da Comissão Pró-Estádio
- 19/04/1960 – 16/04/1962 Presidente da Diretoria
- 13/04/1962 – 23/04/1966 Conselheiro Eleito
- 16/04/1962 – 16/04/1964 Presidente da Diretoria
- 08/05/1962 Intitulado Sócio Benemérito
- 16/04/1964 – 29/04/1966 Presidente da Diretoria
- 23/04/1966 – 25/04/1970 Conselheiro Eleito
- 29/04/1966 – 16/04/1968 Presidente da Diretoria
- 23/08/1966 Membro Nato da Comissão Pró-Estádio
- 16/04/1968 – 05/05/1970 Presidente da Diretoria
- 28/05/1968 – 30/04/1970 Membro Nato da Comissão Pró-Estádio
- 05/05/1970 – 28/04/1972 Presidente da Diretoria (a)
- 30/10/1972 Membro Nato do Conselho Consultivo
- 30/10/1972 Intitulado Grande Patrono
- 08/05/1973 Empossado Conselheiro Vitalício
- 31/01/1979 Membro Nato do Conselho Consultivo
- 04/04/1994 Agraciado com a Ordem da Perseverança São-Paulina
- 30/04/1996 – 30/04/2000 Consultor da Presidência
- 24/10/2000 – 30/04/2002 Presidente de Honra da Comissão Pró-Estádio