Em entrevista ao Globo Esporte SP nesta quarta-feira (27), Lucas Pratto tirou curiosidades dos tricolores ao falar sobre divergentes assuntos, desde o fracasso de Rogério Ceni como treinador até a atual fase do time, que de acordo com o centroavante, está em uma evolução constante.
Como um bom entendedor de futebol e um jogador argentino nato, com raça e dedicação, Lucas Pratto assegura que a equipe só está conseguindo uma certa evolução por ter semanas mais longas de trabalho, coisa que Rogério Ceni não teve, já que nas mãos do ex-treinador eram 4 competições: Campeonato Brasileiro, Campeonato Paulista, Sul-Americana e Copa do Brasil. Nos três últimos, o São Paulo foi eliminado ainda sob o comando do mito. Já no Campeonato Brasileiro, a equipe são-paulina se encontra na mesma situação dramática de quando Rogério Ceni comandava.
Confira trechos da entrevista de Lucas Pratto.
Melhora da equipe em campo
– Está todo mundo dizendo que mudou a postura, que o time ficou mais guerreiro, que está mais sólido. Dorival conseguiu a mudança na cabeça dos jogadores nesse tempo que só jogamos de domingo. Ele tem cinco dias para trabalhar há quatro semanas, enquanto o Rogério não teve praticamente nenhum tempo para trabalhar quando perdeu jogadores importantes. Quando você tem dias para trabalhar fica mais fácil para o jogador entender.
Jejum de gols pelo Tricolor
– Minha postura sempre foi essa, jogando no São Paulo, no Atlético-MG ou na Argentina. Acho que a torcida tem um carinho especial por mim pela entrega que mostro dentro de campo. Nunca aconteceu na minha carreira de passar tanto tempo sem marcar gols. O máximo que fiquei foram quatro ou cinco jogos. O que me preocupa não é não fazer e, sim, não ter situações de gols. – É minha obrigação fazer gols. Mas todos tenham a certeza de que faço o melhor possível. Em nenhum jogo estou com preguiça. Se quiserem me cobrar, estão no direito porque fui contratado para fazer gol e não para dar carrinho. Mas, às vezes, quando a situação não é boa, você precisa se doar. Tenho que melhorar cada vez mais para ajudar minha equipe.
Ser sempre o escalado para conversar com a imprensa
– Acho que o jogador de futebol não precisa falar toda semana. Alguns jogadores gostam mais de se expressar. Às vezes, me dizem que preciso falar para manter o bom relacionamento com a imprensa e também para me posicionar perante ao torcedor do São Paulo e ao torcedor que gosta de futebol. Na semana passada, tive muitas ligações para dar entrevista, mas tínhamos um clássico muito importante e não era hora. Agora o time está um pouco mais tranquilo, mais sólido em campo, e achei que era bom falar.
Já é ídolo?
– Não. Ídolo para mim é Hernanes, Lugano, Rogério Ceni. Sou um jogador importante para o clube. Quando a torcida gosta de um jogador, ele joga mais tranquilo em campo e, sem dúvida, isso me ajuda. Na questão da liderança é claro que me sinto importante. Fico muito feliz com meu rendimento no São Paulo.
Planejamento pífio para o ano de 2017
– Não é um problema do São Paulo, é do futebol brasileiro. Enquanto as outras ligas estão fazendo contratações, aqui é ao contrário. Deve ser o primeiro ou segundo país que mais exporta jogadores. Quando você vai contra o calendário mundial fica difícil. Futebol não tem resposta certa. Isso é que faz do futebol o melhor esporte do mundo. Acho que as coisas são mais fáceis quando você mantém uma base de trabalho e um grupo de jogadores pelo menos por um ano. Desde que cheguei, a maioria dos jogadores que estava jogando foi vendida. Também se cortou o projeto de um treinador… Mas é assim o futebol!
Demissão de Rogério Ceni
– Não me deixa mal que venda jogadores porque vão chegar novos. O que me deixa mal é que uma pessoa perdeu seu trabalho, né? Um bom treinador…Seja o treinador que for. Eu tive participação nisso, porque é culpa minha e dos meus companheiros que não conseguimos resultados dentro de campo, e um treinador perdeu seu trabalho. Talvez, outra diretoria teria mandado embora antes o treinador. Como era o Rogério que, se não é o maior ídolo do clube, é um dos três maiores, acho que ele ficou um pouco mais. A culpa da saída dele não é da diretoria e, sim, dos jogadores.
Jogo contra o Sport
– Temos um jogo que, se ganharmos, vamos deixar a zona de rebaixamento. Nosso pensamento tem de ser jogo a jogo. Não podemos pensar daqui até o final do ano em ficar na sexta posição, décima posição, porque estamos numa situação complicada. Já estamos conseguindo mostrar uma postura que os times já não querem jogar contra o São Paulo. Precisamos disso. Todos os times que vão nos enfrentar tem de saber que o São Paulo vai fazer sofrer. Isso é o que eu quero. Aí, daqui quatro jogos, se ganharmos os quatro, bendito seja. Mas primeiro é o Sport. É vencer para sair dessa situação.
Confira a entrevista do Pratto: