O ídolo uruguaio e são-paulino, Diego Lugano está com 37 anos, e vive um dilema entre seguir atuando como jogador ou se seguirá a carreira como dirigente.
“Ao máximo, porque muitas coisas se juntam, o fim de um ciclo em São Paulo e provavelmente também no futebol. Futebol foi um palco da minha vida que me encheu de experiências e emoções, e recebendo tanto carinho e reconhecimento, principalmente interno e espontâneo de todas as pessoas que cercam o clube me marcaram. O que os fãs fizeram é público, e também é incrível e emocionante, mas o reconhecimento de colegas, funcionários e amigos, pelo jeito que foi dado, sem muito show, faz-te pensar e ficar entusiasmado, porque algo ficará bem feito para receber esse carinho, especialmente em um país estrangeiro, tão grande, onde tantos jogadores e em um esporte tão bem sucedido como o futebol e em uma fase de clube que não é o melhor. Que eles o reconheçam, amem e admiram vocês dessa maneira, me fizeram sentir muito confortada e vivi semanas excitantes que preenchiam minha alma”, falou Diego Lugano sobre sua provável despedida como jogador.
Em entrevista para o jornal ‘El Observador’ do Uruguai, o atleta voltou a falar sobre as emoções da sua despedida como jogador do São Paulo, ressaltando o carinho dos torcedores e o reconhecimento dos companheiros que lhe emocionou bastante, citou a homenagem que os companheiros fizeram na véspera da partida contra o Bahia, mas voltou a frisar que não chorou na frente de ninguém.
“Estou muito grato pelo que o futebol me fez viver e o que jogamos nesta última vez em São Paulo, porque os resultados no futebol são aleatórios, porque no futebol você perde mais do que você ganha, mas esses sentimentos e os Carinho sincero e espontâneo que você os leva por toda a vida”, disse Lugano.
Lugano foi questionado se ele se imaginava como um líder quando começou sua carreira e aproveitou para citar como é um vestiário no Brasil: “Não, nunca. Porque a liderança não é imposta, é conquistada. Tenho uma atitude pró-ativa com todos os meus colegas, adoro interagir, indo ao mundo de todos. Você não sabe o que é um vestiário no Brasil agora! Porque você tem os evangélicos que vão para a cama às 10 horas da noite e vão orar; aqueles que vêm das favelas com experiências traumáticas; os meninos de 17 anos que assinam um contrato com uma cláusula de 50 milhões de euros e dificilmente podem ler; Jogadores experientes que vêm de milionários da Europa. É muito interessante ligar com cada um deles e com esses mundos, e ser parte disso. Eu gosto e isso é o que gera talvez uma confiança diferente, que mais tarde adicionou ao seu esforço, profissionalismo, nível de esporte, gera que você pode ser uma referência nos grupos.”
O ídolo são-paulino citou que esse último ano no São Paulo foi muito complicado, citou que o time nunca foi rebaixado, algo raro entre as grandes equipes brasileiras e portanto foi um grande desafio encarado, no qual ele fez parte, e comentou: “Eu era parte disso e, de certa forma, foi o último grande desafio que tive, porque o clube foi salvo e saiu com uma base sólida para o próximo ano e uma visão definitiva.”
Sem definição sobre o futuro, Lugano diz que não se sente um ex-jogador, por isso ainda mantém a duvida entre continuar jogando ou virar dirigente.
“O concreto é que eu tenho duas opções: uma, ficar para trabalhar no clube por parte da gestão esportiva, algo que recebo como um reconhecimento muito grande; outro, continue jogando em um mercado um pouco mais distante, que será outra experiência, algo que eu gosto, bem como minha família, porque nos permitirá conhecer outras culturas. Aos 37 anos e uma vida desportiva vivida, as experiências culturais o levam. É por isso que estou pensando. Eu não decidi e acho que, nas próximas semanas, vou tomar uma estrada… ou a estrada me levará! Eu acho que vai mais nesse lado: que alguma estrada me agarrará”, ídolo segue na duvida sobre o futuro.
A entrevista completa, Lugano falou sobre começo da carreira, liderança, passagem na Europa e mais.
“Hoje não me vejo com paciência para ser treinador. Como empresário, eu não jogaria porque é um ambiente complicado, além de ser um ambiente sujo, tenho muito medo da responsabilidade, a família depende de mim. Estou aterrorizado com isso, de ter que mentir e encorajar meninos de 15 ou 16 anos, porque nunca mais dormiria. A coisa mais próxima que encontro no futebol é com esta proposta de São Paulo, para trabalhar na gestão do esporte, mas também tenho muitas dúvidas sobre estar preparado e isso me atrasa um pouco nesse momento de aceitação porque eles têm uma expectativa muito alta. Grande na minha figura, e começou do zero”, falou Lugano que também citou gostar de trabalhar com jovens jogadores.
E ainda completou falando sobre suas experiências para virar um dirigente, mas ainda não sabe se está pronto: “Fiz um curso de gestão esportiva na Universidade de São Paulo e outro na de Barcelona, pela internet. E também fiz o curso de ter sido capitão da seleção por 10 anos, com muitos anos no futebol e esses conflitos dos últimos anos, que não se estuda em nenhum lugar. Mas tenho dúvidas se estou preparado para começar agora.”
Ainda em outra entrevista nesta semana, para o ‘Tirando Paredes’, Lugano respondeu perguntas parecidas, mas revelou que Cristían Rodriguez, companheiro dele na seleção e atualmente jogador do Peñarol, chamou ele para jogar no clube, mas voltou a negar: “Algum tempo atrás eu decidi que não vale a pena jogar no Uruguai.”
Lugano vai decidir o seu futuro nos próximos dias, ao que se sabe é que ele tem dois compromissos com o São Paulo em janeiro, uma partida com torcedores no dia 14 no Morumbi, e um jantar beneficente no dia seguinte, ambos organizados pelo Passaporte FC, e ao que consta só o segundo ainda tem vagas.
El excapitán Diego Lugano habló de su retiro (“que el destino decida”, dijo), del fútbol, de su vida y abordó todos los temas en una charla con @Referiuy. Mirá el video completo y la nota https://t.co/xMeExCkwU7 pic.twitter.com/OuNOzuHwkI
— El Observador (@ObservadorUY) 23 de dezembro de 2017
E aí, Diego Lugano continuará jogando futebol ou se aposentará?