Exclusivo: Revelado pelo São Paulo, Mazola exalta Cotia, elogia Muricy e fala sobre sua passagem pelo futebol asiático

Por: Alex Bispo e Fábio Martins

(Foto: Reprodução)

Depois da entrevista exclusiva com o ala Danilo, do Basquete, conversamos exclusivamente com o Mazola, atacante revelado na base do São Paulo em 2008 e que atualmente está sem clube.

Canhoto e habilidoso, Mazola surgiu com certa moral na base do São Paulo, foi um dos destaques da equipe semifinalista na Copinha 2008, quando o time foi eliminado pelo Figueirense.

Mazola vivenciou o Centro de Treinamento de Cotia basicamente em sua fundação, foi quando estava nas categorias de base do São Paulo, e comentou sobre o local: “Fiquei em Cotia uns quatro anos e lá é ótimo. Tem tudo! A comida é boa, escola, professor, computador, não precisa sair de lá pra nada”, mas relatou uma situação: “O problema é que tem alguns garotos que se acomodam”.

Atualmente com 30 anos, Mazola surgiu em tempos de ouro do São Paulo, a equipe vinha do bicampeonato brasileiro, e em 2008 conquistou o tricampeonato, tempos de Muricy Ramalho no comando do clube: “Ele me deu a primeira oportunidade. Tenho um carinho e respeito muito grande. Me colocou no time titular com 19 anos em um treino e a minha perna tremia. Ele é muito diferenciado, me dava confiança. Era a oportunidade da minha vida. Eu errava uma jogada ele mandava parar e voltar o lance, então me chamou de canto e me disse que tinha toda a confiança dele e que eu era muito talentoso. Encheu minha bola”.

Apesar de tido como grande promessa, o habilidoso atacante fez apenas quatro partidas no profissional do São Paulo, quando surgiu em 2008 teve duas oportunidades, depois em 2010 teve mais um jogo e por fim após os empréstimos para Paulista e Guarani, fez um jogo na estreia de 2011 contra o Mogi Mirim, foi para a reserva em mais dois jogos e seguiu para o futebol japonês…

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Com contrato no São Paulo, Mazola foi emprestado diversas vezes de 2010 até 2013, inicialmente foi para o Paulista de Jundiaí e Guarani, depois foi para Urawa Reds do Japão, e atuou por dois clubes chineses, até acertar em definitivo com o Portimonense de Portugal.

Na equipe de Campinas, Mazola teve um bom momento e quase chegou na seleção brasileira: “O Mano (Menezes) foi ver um jogo meu para analisar se eu já podia ir para a seleção principal, mas o que estavam falando era para a seleção de base. Teve um jogo entre Guarani e Santos que o Mano foi pra me ver e ver o Neymar. Quer coisa melhor que isso?! Mas fui para fora do país e cai no esquecimento”.

No futebol asiático, Mazola também teve bons momentos e, relatou: “Dos três países que joguei o Japão é o mais desenvolvido no futebol. Uma partida reúne cerca de 35 mil pessoas no estádio. Já na China, quando cheguei só tinha o Conca e o Muriqui. Depois contrataram o Drogba e o Anelka e então o futebol começou a ter mais visibilidade”.

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Com vivência no mundo do futebol, o ex- são paulino contou um causo curioso: “Antes do jogo eles serviram sopa de tartaruga. Meu intérprete explicou que teve um time que tinha tomado a sopa e perdeu de 5, mas que fazia muito bem para a imunidade. Eu me recusei a tomar (risos)”.

Nos últimos anos, Mazola atuou por pelos clubes brasileiros, Figueirense, Ceará e CRB, passou também por Jeonbuk da Coreia do Sul e Guizhou Zhicheng da China.

Mazola no Jeonbuk da Coreia do Sul em 2017. (Reprodução)

Atualmente, Mazola está sem clube após passagem curta pelo São Bento, relatou que teve uma proposta para voltar ao futebol da Ásia, mas que quer permanecer no Brasil.

Gostaria que você falasse um pouco sobre a base do São Paulo como foi a integração, durante os anos, a Copa São Paulo até a chegada ao elenco principal?
R: A Copa São Paulo foi bem legal, mas saímos na semifinal. Desse elenco apenas o Sergio Mota vingou. Fiquei em Cotia uns quatro anos e lá é ótimo. Tem tudo! A comida é boa, escola, professor, computador, não precisa sair de lá pra nada. O problema é que tem alguns garotos que se acomodam.
Eu devo muita coisa ao São Paulo. Se tenho alguma coisa hoje é porque o São Paulo acreditou em mim. Claro que eu queria ter feito gol e ficado mais tempo, mas não tive oportunidade.

Como foi para você jogar a Copa São Paulo 2008 em Guarulhos (duas fases) sua cidade natal?
R: Jogamos no Flamengo de Guarulhos. Passamos todas as fases, ganhamos de boas equipes, como o Grêmio, e quando pegamos o Rio Branco perdemos por 1 a 0. Foi diferente, quando cheguei minha mãe estava lá. Tinha gente que eu vi quando era moleque e estavam lá pra me ver.

No time principal, qual o foi o principal fator por não ter conseguido a sequência no campo?
R: Eu era muito novo e o time estava em um bom momento, com bons atletas. Por isso o São Paulo me emprestou.

Como foi para você trabalhar com o técnico Muricy Ramalho?
R: Ele me deu a primeira oportunidade. Tenho um carinho e respeito muito grande. Me colocou no time titular com 19 anos em um treino e a minha perna tremia. Ele é muito diferenciado, me dava confiança. Era a oportunidade da minha vida. Eu errava uma jogada ele mandava parar e voltar o lance, então me chamou de canto e me disse que tinha toda a confiança dele e que eu era muito talentoso. Encheu minha bola. Foi quando tive a oportunidade na Sul-Americana. Depois sai do São Paulo e fui para o Guarani. Eu estava fazendo uma boa temporada e fomos jogar contra o Fluminense. Então vem ele, bate nas minhas costas no aquecimento e me diz que era pra eu continuar jogando como estava que eu iria pegar uma Seleção (Brasileira). Senti até vontade de chorar.

Após a saída do São Paulo além de jogar no Brasil, atuou tanto na China, Coreia e no Japão, conte para gente um pouco sobre o futebol asiático?
R: Dos três países que joguei o Japão é o mais desenvolvido no futebol. Uma partida reúne cerca de 35 mil pessoas no estádio. Já na China, quando cheguei só tinha o Conca e o Muriqui. Depois contrataram o Drogba e o Anelka e então o futebol começou a ter mais visibilidade.

A principal dificuldade era a comida. Você não sabe que tipo de carne está comendo. É tudo com muito molho. Eles comem cobra, carne de cachorro, cérebro e intestino dos animais.

Antes do jogo eles serviram sopa de tartaruga. Meu intérprete explicou que teve um time que tinha tomado a sopa e perdeu de 5, mas que fazia muito bem para a imunidade. Eu me recusei a tomar (risos).

No Brasil, seu melhor momento foi quando jogou pelo Guarani? Onde foi até sondado sua convocação para a seleção brasileira?
R: Foi sim! O Mano (Menezes) foi ver um jogo meu para analisar se eu já podia ir para a seleção principal, mas o que estavam falando era para a seleção de base. Teve um jogo entre Guarani e Santos que o Mano foi pra me ver e ver o Neymar. Quer coisa melhor que isso?! Mas fui para fora do país e cai no esquecimento.

O que o São Paulo futebol Clube representa para você até hoje? Sonha em um dia voltar ao clube que o revelou?
R: Sonhar sonho, mas é distante. Você tem que estar na hora certa e no lugar certo.

Como projeta a sequência da carreira após a passagem pelo São Bento, já tem alguma coisa próxima de ser fechada?
R: Pretendo jogar até onde conseguir. Tive uma proposta pra Indonésia, mas quero ficar no Brasil. Acho que tenho futebol pra jogar aqui.

Qual o recado que você deixa para o torcedor que gosta de acompanhar o seu trabalho e para o torcedor do São Paulo?
R: Agradecer pelo carinho. Sempre que estou em algum lugar chega algum torcedor e fala de algum jogo que me viu. O comentário principal era que na época eu tinha cabelo (risos).

Fábio Martins

Formado em jornalismo, ADM do SPFC 24 Horas desde 2012 e principal responsável pelo site e redes sociais desde 2014. Twitter: @fbiomartins1

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