Neste domingo (3) após o empate com o Bahia, o zagueiro e ídolo Diego Lugano concedeu sua última entrevista coletiva como jogador do São Paulo.
Em sua entrevista despedida, Lugano disse que “Sinto uma paz interior por ter dado tudo que eu tinha para o São Paulo, por ter recebido também do São Paulo coisas que nunca sonhei…” e completou, “Sou o cara mais feliz do mundo por ter vivenciado momentos de derrota, vitória, alegria, tristeza, sempre com intensidade, uma lealdade, uma dedicação, e uma intensidade que deixa neste momento muito tranquilo para tomar qualquer decisão nos próximos dias”.
A entrevista do Diego Lugano ainda no gramado
Sobre estar preparado para seguir atuando, Diego Lugano disse que essa pergunta é sempre complicada para os jogadores, “O momento de parar você nunca sabe certamente como é”, e revelou que em 2014 ele achava que era o momento de parar, mas que se recuperou de uma lesão e deu a volta por cima na passagem pelo Paraguai e também no São Paulo, o que lhe mantém com a possibilidade de seguir atuando, afinal ficou um longo tempo parado e diz que existe um vazio por causa deste período, por fim frisou que escuta a opinião de profissionais para saber sobre o físico.
“Esses últimos meses no São Paulo foram tão intensos, tão lindos, não tive tempo de pensar”…
A última coletiva como jogador, Lugano não escaparia sobre o futuro, e uma das questões abordadas foi se aceitaria um cargo no clube, mas voltou a dizer que não sabe a resposta neste momento e que não abriu dialogo, pois ainda tem uma situação interna indefinida e que só definirá o futuro daqui algumas semanas quando estiver longe do “barulho”.
Lugano disse que o mais difícil da vida é ser coerente, aliar o que você fala e o que você faz, portanto revelou que sempre mirou em suas atitudes diárias ao invés de discursos bonitos, “Atitudes pequenas e diárias vão fazendo que seu entorno seja bom”.
Com dois filhos mirando o futuro de jogador, o uruguaio disse que na idade deles a prioridade são os estudos, depois dos 18 anos definirão se serão jogadores, mas deu sua dica: “Você tem o talento de receber, incorporar, a quantidade de informações que o atleta tem…”, frisando que atualmente o jogador tem toda informação, massa muscular, velocidade, deficiência psicológica e etc, se o atleta tiver o talento de receber isso e crescer, é crucial no futebol atual segundo o ídolo são-paulino.
A reflexão de mais um ano brigando contra o rebaixamento, “Esse ano complicado do São Paulo serviu para que a instituição se reencontra a si mesma”, em seguida ressaltou que o time, diretoria e torcida se uniram, esta é a lição que fica. “Esse ano vai ficar lembrado não pela luta contra o rebaixamento, mas o ano que o São Paulo se reencontrou, tirou a essência do torcedor nobre e leal, apaixonado pela instituição que vai servir nos próximos anos para brigar por títulos.”
O capitão são-paulino também falou sobre a importância dos atletas mais velhos passarem a experiência aos mais jovens, ajudar na transição daqueles que estão começando uma nova etapa na vida. “Você vê o Brenner, menino de 17 anos, estreando em um time mundial como o São Paulo, você abre um mundo arredor dele, muito amplo, mas também muito perigoso, temos o mínimo da obrigação de passar certos recados que não são táticos e nem técnicos, pois isso todo mundo fala na base.”
Por fim, Lugano falou sobre o reconhecimento da torcida e da imprensa como “Resultado do trabalho”, mas o reconhecimento interno de quem vive com você o dia a dia “é o que mais me conforta, pois você vê a marca que você deixa”, o ídolo uruguaio falou sobre a homenagem que recebeu na noite de sábado (2), feita pelos companheiros de time e comissão técnica, revelou que cobraram as lágrimas dele, mas a resposta foi: “Eles estavam esperando que eu chorasse, mas não vou chorar na frente deles, nunca!”
