Economia onde?

Montagem: Alexandre Drumond

O São Paulo anunciou a venda do Jonathan Gomes ao Sport, o clube seguirá com 35% dos direitos do jogador e estima uma economia de 1,5 milhões de reais. Neste ano, transações parecidas foram anunciadas, todas acompanhadas pelo mesmo cinismo: “o clube estima economizar” – para lembrar os dois mais notórios: Jucilei e Everton Felipe.

O primeiro teve seu contrato rescindido em comum acordo e o São Paulo obteve uma “economia” de 6 milhões de reais. Jucilei chegou ao Morumbi em fevereiro de 2017. Em três temporadas, disputou 108 partidas e marcou um único gol, contra o Fluminense. Praticamente passou o ano passado inteiro treinando em separado ou mesmo sem nem ir ao clube. Onde está a “economia” neste caso? Ao meu ver o clube deveria dizer que ‘evitaram o aumento de prejuízo em mais seis milhões de reais’, nunca em economia? Pelo simples fato do termo transparecer uma certa competência, o que não passa nem perto.

O segundo custou seis milhões de reais aos cofres do clube. Três milhões no ato, em 2018 e outros três milhões em 2019. Foi emprestado ao Cruzeiro depois de uma passagem fracassada no Athletico-Pr. Quem analisou que Everton Felipe valia seis milhões de reais? O mesmo cara que achou que um goleiro inconstante emocionalmente, com apenas uma temporada boa na carreira como Jean valia 9,8 milhões por 75% dos direitos econômicos? E se puxar de memória vem fácil outras transações absurdas como Diego Souza (comprado por 10 milhões de reais e liberado de graça), Tréllez, Thomaz, Hudson…

Depois, corrigiram esses absurdos com empréstimos e acordos e falam em economia. Falácia. É falácia dizer que emprestar jogadores que foram contratados, pagando parte dos seus salários é economia. É mentira dizer que liberar jogador para se livrar de altos salários é economia. Se a diretoria acha isso realmente, ela é mais incompetente do que imaginávamos. Não vejo economias nesses casos. Vejo bons motivos para uma auditória rigorosa nas contas do clube e uma boa explicação para a vergonha de estarmos com salários atrasados.

Alexandre Drumond

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