Diegos: Confiança e vibração

Foto: Djalma Vassão / Gazeta Press

Confiante no trabalho do Aguirre, inicio a coluna de hoje com o elogio feito na coletiva ao nosso camisa 9, Diego Souza: “é um baita centroavante, que faz gol todos os jogos”.  Quem disser que sempre acreditou ou aquele clássico “nunca critiquei” certamente será, no mínimo, leviano.

Há um mês, talvez um pouco mais, quase saiu do São Paulo para o Vasco. Caso tivesse ido, teríamos jogado no lixo uma contratação de 10 milhões. Na ocasião, as críticas foram apenas pela questão financeira e do desperdício; não havia quem o ‘bancasse’ entre os titulares e fizesse tanta questão dele em campo. Certa vez, ouvi José Silvério descrever um giro de Ronaldinho Gaúcho, na ocasião um pouco fora de forma, assim: “parece uma carreta manobrando em rua sem saída”. A frase se aplicava à movimentação do nosso 9.

Diego Souza parece mais focado e o resultado tem vindo: gols. É isso que esperamos de um camisa 9. A propósito, como acho estranho o Diego Souza, de 9. De 7, 8, 10, até de 11, passaria. Mas, segue o jogo. Se vem dando certo, que seja o 9. Eu daria a 10 – mais a cara dele – que hoje é do peruano Cueva, que nem joga mais. Diego calou minha boca (tem calado; e não só a minha) guardando seus gols. E um fator importante no SPFC: vibração. Temos demonstrado isso de forma gradativa, como combate à apatia que assolava nossos jogadores há anos. Talvez, a expectativa de uma vaguinha na Copa pesava também para Diego. Ao não garantir convocação e com a conversa de Aguirre, Raí e cia. LTDA, o artilheiro parece mais ligado e até mais leve.

Durante a elaboração desta coluna, lembrei de algumas entrevistas pós-jogo, ainda no gramado, em que Diego Souza afirmou mais de uma vez que o time caminhava no rumo certo e que, ao entrosar, daria trabalho. A nós, de fora, resta-nos acreditar e torcer.

Comparativo

Fechamos o ano de 2017 com Lucas Pratto. De perto, no campo, a movimentação também não era seu forte. Dificuldades de se antecipar e prever a jogada. A vontade sobrava. Pouco antes, em 2016, Calleri deixou saudades. Não sei se arrumamos um 9, mas, colocamos um cara mais técnico para o toque final e arremate. E ainda tem o Gonzalo Carneiro para somar na parte ofensiva. Everton tem ajudado e se entrosado.

Sobre Diego Souza, comemorei a chegada e pouco antes do papo da negociação com o Vasco, confesso que não teria me importado tecnicamente com sua saída. Com os gols, ele se sente mais confiante e transmite isso ao time. Com a confiança da equipe, se arrisca mais, o time se propõe mais a jogar e as coisas acontecem.

Ainda sobre ataque…

Marcos Guilherme não fica. Não deu negócio com o Atlético-PR, mas, preciso cornetar a posição tricolor nesse caso: poupar o rapaz de fazer os 7 jogos, que o impediriam de se transferir para outro clube brasileiro é inadmissível. Com contrato vigente, que jogue. Se ele não puder jogar em outra equipe, é um problema dele, não nosso. Já perdemos jogadores em decisões por contratos com datas de término poucos dias antes da final.

Invictos

Mais importante que estar invicto é conquistar o que eu chamo de “pontos improváveis”. Depois do Botafogo e Palmeiras, teremos o Furação, na Arena da Baixada, onde o retrospecto é péssimo. Esse é um jogo para mostrar o que a torcida pode esperar no Brasileirão. Outros exemplos de “pontos improváveis” são a Chapecoense, em SC, entre outros, em que o retrospecto deixa muito a desejar.

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Diego Machado

Locutor, jornalista, mestre de cerimônias. Autor do livro 'Nem Tudo é Poesia. Ou é?'. Sambista/ cavaquinhista (horas vagas)

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