Como o termo “ídolo” vem sendo banalizado, por parte da torcida

Calleri, Pato, Arboleda (Ante foto, vestido com a camisa do Palmeiras) e alguns outros jogadores considerados “semi-ídolos”. O que os fez serem considerados assim? Entenda, agora.


Calleri, jogador do Espanyol (Foto: Divulgação)

SIGNIFICADO

Num significado figurado, segundo o dicionário, o termo “ídolo” seria: Pessoa ou coisa intensamente admirada, que é objeto de veneração. Num significado “tricolor”, ídolo é (ou seria) aquele que honra o manto, ganha títulos, pelo clube, e marca a história do São Paulo.

Apesar de algo pessoal, e relativo, o termo ídolo significa algo grandioso demais para “pouca coisa”. Seja onde você for investir essa palavra, saiba o poder que ela tem.

JOGADORES

O primeiro, de muitos exemplos, é o centroavante Calleri. O atacante, de 26 anos, é o jogador são-paulino com mais gols por uma única edição de Libertadores, somando 9 gols ao longo da edição de 2016. Constantemente, Calleri é pedido de volta pela torcida, que vê sua volta como ótima, o que é inegavelmente correto. Calleri é considerado por boa parte da torcida um “semi-ídolo”, o que seria uma espécie de ídolo tricolor que não conquistou títulos, além de ser considerado por uma outra parte um ídolo, mesmo, tal como Dagoberto, Richarlyson, Miranda e etc. Mas Calleri estaria apto para ser considerado um ídolo? Vejamos alguns fatos…

Apesar de marcado como o maior artilheiro do São Paulo, numa única edição de Libertadores, Calleri teve uma rápida passagem pelo tricolor, atuando pelo São Paulo durante 6 meses. Em seu pouco tempo, pelo clube, Calleri recebeu diversos cortejos da torcida, dos mais variados, sejam eles músicas, bandeiras ou frases. Mas o mais importante é que Calleri não conquistou nenhum título pelo São Paulo, além de ter tido uma péssima passagem pela Europa, em sua saída.

Outro jogador bastante venerado, pela torcida, foi o zagueiro Arboleda (antes da publicação de sua foto com a camisa do Palmeiras), que com pouco mais de um ano atuando pelo tricolor recebia mensagens como: “Você, já é ídolo! Merece ganhar algum título, pelo tricolor.”. Logicamente, Arboleda demonstrou não ser um ídolo tricolor, nem de longe, e deve trabalhar muito para retornar ao seu patamar de “semi-ídolo”, pelo clube. Entre tantos outros jogadores temos diversos exemplos, tais como: Pato, P.H Ganso, Petros e etc.

OPINIÃO

Todos estes jogadores, tiveram ou vêm tendo boa passagem pelo São Paulo, mas não podem ser considerados ídolos. A essência base de um ídolo é sua ajuda ao clube, vencendo títulos, livrando de situações difíceis (rebaixamento ou eliminação) e demonstrando amor ao clube, acima de qualquer outra coisa. Apesar de serem ótimos jogadores, tecnicamente ou “espiritualmente”, todos estes tem vários problemas em comum… A falta de um título, e mesmo que citemos jogadores como Kaká ou Falcão, o simples fato deles terem sido revelados pelo tricolor e levado o nome da instituição ao mundo os torna ídolos (mesmo que parte de mim não ache isso). Ser ídolo é viver o São Paulo, 24 horas, dentro e fora de campo, vencendo e sofrendo e o mais importante trazendo algo de relevante à instituição.

“RAZÃO”

Com o passar dos anos, o soberano vêm perdendo forças, graças às péssimas gestões à frente do clube. A torcida deseja retornar à glória de ser campeão, ter um ídolo (novo), cantar e festejar um título pelo São Paulo. Com a equipe não conseguindo as taças disputadas, toda a torcida se vê numa situação “triste”, não podendo ter ídolos realmente marcantes, então têm de apelar à um pequeno grupo de jogares que atuaram bem pelo time. Nós torcedores, não somos culpados pelo momento do nosso tricolor! Devemos cantar, gritar e vibrar, pelo São Paulo. A falta de títulos nos deixa carentes de ídolos, criando assim o famoso termo “semi-ídolos”. Isso, por sua vez, torna alguns jogadores hiper valorizados, trazendo uma grande decepção ao torcedor, caso obtenha um mal desempenho.

Ainda no assunto, é importante ressaltar que você tem o direito de considerar quem quer que seja, seu ídolo. Mas deve sempre lembrar de que temos jogadores GIGANTES em nossa história, e não podemos rebaixa-los ao nível de (bons) jogadores que não conseguiram nem um título, sequer, pelo soberano.

Pablo Araújo

Pablo Araujo

15 Anos. Amante de futebol e hater de retrancas (exceto quando gera algum título para o São Paulo).

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