Calleri e São Paulo: o casamento ideal

Foto: Getty Imagens

A conexão entre Jonathan Calleri e o torcedor são-paulino, não é de hoje. Quando chegou em 2016, sob olhares de desconfiança, o argentino mostrou de cara que se sentia em casa. O atacante estreou justamente na Libertadores, o campeonato mais amado pelos tricolores.

Foi no Peru, contra o César Vallejo, que Calleri marcou pela primeira vez pelo São Paulo. O seu primeiro encontro com o torcedor, entretanto, não foi no Morumbi. Foi no Pacaembu, contra o Água Santa, que o argentino enfim teve seu primeiro contato com o torcedor. E claro, foi as redes. Ele marcou os 2 gols na vitória da equipe por 2×1. Ali, mesmo sem saber, iniciava uma história de amor e carinho.

Identificação com a torcida

Com a sequência de gols marcados e a artilharia parcial da Libertadores, Calleri ganhou uma música própria da torcida. Referente aos seus gols marcados, gritos de “oh oh ooooh, toca no Calleri que é gol” tomaram conta das arquibancadas do Morumbi.

Imagem: Eduardo Knapp/Folhapress

Mesmo com toda a identificação com clube e carinho pela torcida, a passagem do atacante durou apenas 6 meses. Por conta de seus empresários, o argentino rodou a Europa durante cinco temporadas, se distanciando do São Paulo.

Mas não foram apenas seus gols marcados que marcaram sua primeira trajetória no clube. Foi vestindo as cores do tricolor, que o atacante representou a Argentina nas olimpíadas do Rio, em 2016.

Fora das quatro linhas, o São Paulo também foi importante para Calleri no aspecto pessoal. Isso porque o clube liberou o atacante por uns dias, para que ele pudesse acompanhar de perto o velório de seu melhor amigo, Sebastian Vladi.

Amigos desde a infância, os argentinos tinham um elo muito forte. Por diversas vezes, Vladi foi visto no Morumbi acompanhando os jogos do São Paulo por conta de Calleri. O atacante ainda homenageou seu amigo após marcar um gol contra o Vitória, em partida válida pelo Brasileirão daquele ano.

Foto: Marcos Ribolli

O carinho e identificação foram tantos, que o torcedor sabia que aquela despedida emblemática, não seria um fim, mas sim um até logo. Foram diversas janelas de transferências e na maioria das vezes, o nome de Calleri era ventilado pela mídia. Foram várias tentativas de reeditar essa parceria. O torcedor, claro, ficava esperançoso.

            VOLTA AO TRICOLOR

Após longos 5 anos, chegou a hora de Calleri enfim voltar para onde nunca deveria ter saído. Neste meio tempo, muitos atacantes vestiram a camisa do São Paulo, mas nenhum casou bem com o clube e seu torcedor. Dos mais experientes, como Diego Souza e Pratto, até as apostas, como Pablo e Chávez, ninguém deu certo.

No retorno ao clube, o torcedor fez questão de lotar o Aeroporto de Guarulhos, mesmo com a pandemia da COVID-19. O carinho e identificação são tantos, que o atacante chegou perguntando se poderia atuar pela Copa do Brasil. Infelizmente, não pôde.

Com o técnico Hernán Crespo, o retorno foi gradual. Foram três partidas entrando no final do jogo e sem muitas oportunidades. Como titular, são 3 gols em apenas 4 partidas. Não à toa, todos os gols no Morumbi, com direito a público e música na hora do gol.

Foto: Marcello Zambrana/AGIF

A conexão que Calleri tem com o clube é tanta, que o atacante afirmou ter “nascido para jogar no São Paulo”, em entrevista ao SporTV. Fato é, que desde Luís Fabiano, o são-paulino não tinha um centroavante em quem se apegar e ter como o artilheiro do time.

Acima do futebol, em primeiro lugar esta a paixão. E sobre isso, não há dúvidas sobre o sentimento de Calleri sobre o clube. O São Paulo não contratou um novo atacante, mas sim um verdadeiro torcedor dentro de campo.

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