O técnico interino Vagner Mancini falou após duas vitórias nas quartas de final sobre o Ituano, classificação para semifinal, mirou clássico na próxima fase, ressaltou momento coletivo do time, elogiou jovens jogadores e comemorou vinda do Pato.
Achou o time?
“Acho que o São Paulo deu uma encaixada. Deu para ver contra o Palmeiras que tínhamos achado uma escalação que desse mais resultado. Contra o São Caetano não fomos bem, mas era um jogo diferente, de última rodada. Mas os dois últimos jogos contra o Ituano o São Paulo demonstrou uma liga muito forte. Uma saída de trás com muita velocidade, um time leve. Neste sentido, o melhor time do São Paulo hoje é esse”.
Momento
“É motivo, sim, até pelo que nós vivemos aqui. Parece que estou no São Paulo há oito ou dez meses de tanta coisa que aconteceu. Então, é importante dizer que tudo aquilo foi assimilado. Quando você vive em ambiente que sabe que deveria ser diferente, mas não acontece, você tem que dar sua contribuição. O torcedor do São Paulo saiu do estádio com o sentimento que o São Paulo tem feito de tudo dentro de campo para apagar o que foi visto nesses 50 ou 60 dias atrás. É muito pouco ainda. Não deixa satisfeito para achar que chegamos ao máximo. Tem muita coisa para ser corrigida. mas o São Paulo tem um Norte”.
Jovens da base
“Além de mostrar (maturidade) no tempo certo, eles acabaram dando o respaldo necessário para toda a equipe jogar. Estamos falando de um meio de campo de garotos. Luan, Liziero, Igor Gomes, Antony um pouco deslocado do setor… São atletas que jogaram muito tempo juntos na base. O São Paulo é formador de bons atletas, e isso se comprova hoje. A alma desse time é uma alma jovem, que está correndo mais, que tem hoje em diversos momentos do jogo, onde tinha um jogador do Ituano, tinha dois ou mais do São Paulo. Sentimos um pouco falta disso antes, essa vontade de se superar”
Em outro momento da coletiva, retornou sobre os jovens: “Acho que esses atletas acabaram entendendo o momento do São Paulo e aquilo que eu pedia como estilo de jogo. Eu achava que o São Paulo demorava muito na transição. Tinha bola tocada muito lateralmente para ter posse. Não estou aqui para dizer o que é certo ou erro. Meu gosto de futebol é um pouco mais objetivo. É importante também salientar que em um clássico na semifinal do outro lado tem equipe de peso. É uma equipe que vai se maturar mais ainda, dentro do jogo cada um responde de uma forma. Espero que mantenham o que vimos nos dois últimos jogos”.
Classificação com duas vitórias
“É um conjunto de coisas. Foram duas vitórias jogando bem, apresentando futebol vistoso, com velocidade, transição, muita luta pela bola. Lá atrás sofremos demais, toda a a pressão exercida. O mais importante é que depositamos naqueles que passaram a pressão exatamente o momento de uma reviravolta. Importante dizer que os atletas dentro de campo reconquistaram aquilo que é o normal. Hoje temos duas vitórias, chega a uma semifinal, fruto também daquilo que acontecia dentro do clube. Eles foram cobrados de algumas atitudes, de comprometimento como grupo”.
Exaltando coletivo
“Hoje tenho que falar do coletivo. O coletivo está fazendo a diferença. É importante que seja dito para que possa chegar fortalecido à semifinal. Não quer dizer que o São Paulo vai ter vida fácil, até mesmo porque essa equipe tem que maturar mais, tem que voltar a vencer clássicos, que é uma coisa que incomoda o torcedor e a gente. Tudo ao seu tempo. Mas acho que a resposta nesses dois últimos jogos foi significativa. Acho que o São Paulo tem tudo para entrar em uma semifinal em igualdade de condições com as outras equipes”
Coincidência?
Questionado sobre o último título Paulista do São Paulo ter sido em 2005, quando Mancini começou a ser técnico, ele disse: “Espero que seja mais do que isso. Lógico que é muito importante que o São Paulo chegue à final e ao título. Mas antes temos semifinal. Não quero falar de algo que ainda é distante para nós. Quero falar de uma evolução muito boa como equipe e grupo de trabalho. Hoje a gente tem uma satisfação muito grande de ver o São Paulo jogar. Dá a impressão que foi do dia para noite, mas não foi. Tivemos de mudar uma metodologia, a mentalidade da equipe”.
‘Visão de fora’
“Vou tocar em um ponto aqui: ano passado não estava no São Paulo, estava em outra equipe. Eu observava muito. Em determinado momento, foi dado naquele momento atenção especial a alguns atletas. Não quero que aconteça. Por isso, estou exaltando o coletivo. Não podemos individualizar o que acontece. O grupo venceu as duas partidas, o grupo se superou diante de um péssimo início de ano e o grupo vai fazer com que as coisas voltem ao normal. Onde vamos chegar não sabemos. Mas que vamos lutar muito por tudo o que sabemos que tem importância no futebol”.
Caso Pato
“A chegada do Pato é exatamente o caminho dentro de um planejamento que está sendo feito ao longo do ano. Sabemos a qualidade do Pato. Vai nos ajudar”.
Depois de algumas perguntas, Mancini voltou a falar do Pato e também do Cuca: “Temos de falar de uma outra etapa, que o time vai estar nas mãos do Cuca. Estamos de braços abertos à espera dele. A partir do momento que assumi, sabia que seria por um tempo. Ficamos felizes que ele esteja recuperado. A partir do instante que o Pato chegar, ele vai ser um ponto positivo porque tem história linda de vida de futebol, um cara agregador de grupo. Nessa reta final ele vai ajudar muito nesse sentido. Posterior a isso, vamos entrar em outro planejamento, que será o Brasileiro. Acredito muito no Pato. Sabe jogar futebol, sabe fazer gol. Ele tem identificação muito grande com o São Paulo. Isso é muito importante”
Semifinal
Provavelmente São Paulo e Palmeiras farão a semifinal do Paulistão 2019 e Mancini palpitou sobre favoritismo: “Eu acho que favoritismo neste jogo não existe. De um lado há uma camisa pesada, grande. Do outro também há. O São Paulo vive um bom momento, mas não o leva a ser favorito em um clássico. Acho que do outro lado também”.