Nesta quinta-feira (8), o São Paulo enfrenta o Palmeiras pela décima primeira rodada do Campeonato Paulista, na casa do rival, o estádio Allianz Parque. Ainda em busca da classificação para as semifinais do Paulista, um triunfo é essencial para os comandados de Dorival Júnior respirarem na tabela. Do outro lado, a situação da equipe alviverde na competição é mais confortável, mas uma vitória significa a manutenção de um longo tabu diante do Tricolor.
A quebra deste longo jejum diante dos rivais também é combustível para os jogadores são-paulinos, que conhecem o retrospecto recente da equipe em território oponente. No mais, uma diminuição da pressão sobre Dorival Júnior e uma resposta ao apoio dos torcedores que compareceram ao último treino do time ontem, no CCT da Barra Funda, também são motivações importantes.
Com todos esses aspectos e particularidades, o São Paulo visita o Palmeiras na noite desta quinta-feira. O que pode significar um triunfo do Tricolor no Choque-Rei?
Tabus
Os torcedores são-paulinos com certeza se recordam dos poucos jogos que o São Paulo disputou na nova arena do Palmeiras, o Allianz Parque. E as lembranças não são nada boas: ao todo, um total de cinco jogos e cinco vitórias do rival. Nesses cinco confrontos, 16 gols marcados pelo Palmeiras e apenas três anotados pelo Tricolor.
Veja todos resultados e o placar agregado dos confrontos no Allianz Parque.
Palmeiras 3 x 0 São Paulo
Palmeiras 4 x 0 São Paulo
Palmeiras 2 x 1 São Paulo
Palmeiras 3 x 0 São Paulo
Palmeiras 4 x 2 São Paulo
Agregado: 16 x 3 São Paulo
Se este talvez seja o tabu mais amargo e vexatório quando se trata do Choque-Rei, ele não é o único que perdura no momento. Em Campeonato Paulista, o São Paulo não derrota o Palmeiras há nove anos. O último triunfo ocorreu em 2009, no Morumbi, por 1 a 0. De lá para cá, oito jogos, com cinco vitórias alviverdes e três empates.
Para piorar o panorama, o Tricolor é incapaz de marcar um gol diante do rival pelo estadual desde 2012. Na época, um empate de 3 a 3 em Presidente Prudente. Se considerarmos também os jogos no antigo Palestra Itália, chegamos a marca de 10 anos sem triunfo do São Paulo na casa do oponente (em todos os campeonatos). Importante ressaltar que durante 2010 e 2014, o estádio do Palmeiras ficou fechado por conta de reformas. Mesmo assim, o passado recente do Tricolor jogando fora de casa diante do rival é um fiasco.
O que ao menos conforta o torcedor são-paulino é o grande tabu do Palmeiras jogando no Morumbi. Se jogando longe de seu estádio, o Tricolor vai mal, diante da sua torcida não sai derrotado de um Choque-Rei desde 2002. Lá se vão 16 anos desde o último triunfo alviverde.
De qualquer forma, vencer o Palmeiras em seu território é uma sensação que há tempos a torcida não desfruta. Mais uma oportunidade se apresentará ao São Paulo nesta quinta-feira. Será que agora vai?
Pressão
É inegável que o trabalho de Dorival Júnior vem sofrendo inúmeras críticas, principalmente pela inconsistência da equipe durante os jogos e a latente dificuldade em marcar gols (mesmo em adversários bastante inferiores).
Os comandados de Dorival já perderam dois clássicos neste ano, para Corinthians, no Pacaembu, e Santos, no Morumbi. Uma terceira derrota para um rival e um intervalo de três meses seria algo desastroso para a continuidade do treinador são-paulino.
Mesmo com o respaldo da diretoria e do elenco, Dorival sabe que o jogo de hoje pode, sim, ter uma consequência drástica em seu trabalho. Caso perca de forma dominante, a pressão sobre seus ombros voltará mais intensa como nunca. Um empate também não seria nada ruim.
No entanto, uma vitória diante do rival representaria um período significativo de paz para toda a equipe Tricolor, além de uma perspectiva melhor sobre as fases finais do Campeonato Paulista.
Mais uma vez, Dorival Júnior tem como missão, ao final da partida, sobreviver no cargo de treinador do São Paulo. E somente um resultado positivo poderá ser seu aliado nessa empreitada.
Resposta à torcida
Diante de um clima empolgante na tarde de ontem (7), o elenco são-paulino realizou seu último treino antes de enfrentar o Palmeiras. Isso porque foi permitida a entrada da torcida no CCT da Barra Funda para acompanhar o treinamento e incentivar os jogadores.
O apoio vem em hora essencial. Nas últimas partidas houve muitos protestos e manifestações contrárias a permanência de Dorival Júnior no comando da equipe. Desta vez, a torcida decidiu por outro caminho: o do incentivo.
E o que se viu foi uma grande festa, com bandeiras, sinalizadores, fogos de artifício e, claro, gritos de apoio à todo o elenco e comissão técnica. A vitória no Choque-Rei desta quinta-feira também sacramentaria um período de paz com a torcida. Mais do que nunca, a equipe Tricolor deseja dar uma resposta a altura do comportamento visto nos torcedores ontem.
Lei do ex?
Outro aspecto que pode se tornar consequência do resultado obtido no clássico é a situação de Diego Souza. Reforço do São Paulo para 2018, o jogador ainda não convenceu com suas atuações. Iniciou o ano como titular, mas jogando como centroavante, função que demonstrou ter muitas dificuldades para cumprir.
Após alguns jogos, o camisa 9 Tricolor foi para o banco, mas sempre entrando no decorrer das partidas. No último jogo, diante do Mirassol, Diego foi, enfim, entrou posicionado em sua função de origem, no meio campo. Algo que pode representar o início da recuperação do jogador de 32 anos.
Diego Souza atuou no Palmeiras entre 2008 e 2010, com um total de 140 jogos disputados e 39 gols marcados. Enfrentar o ex-clube pode ser um combustível a mais para o meia mostrar serviço e se reafirmar. Uma boa atuação no Choque-Rei e, quem sabe, um gol anotado, são importantes para reverter o quadro atual.
Álvaro Logullo