O ano de 2019 está se encerrando e o São Paulo terá uma marca relevante na passagem de ano, marca essa que não se viu com frequência recentemente.
O clube não demitiu nenhum treinador na temporada, mesmo com os diversos insucessos registrados e que causaram sérios danos ao quadro financeiro do São Paulo.
Foram quatro técnicos ao longo de 2019, começando com André Jardine. Um dos treinadores mais vitoriosos da história das categorias de base do Tricolor, Jardine foi efetivado pela diretoria de futebol ainda em 2018, após a saída do uruguaio Diego Aguirre. Porém, o clube teve um início muito irregular no Campeonato Paulista, já dando margem para as críticas ao técnico.
Jardine já era muito criticado pela falta de experiência com equipes profissionais e já enfrentava forte desaprovação fora do clube, entre torcedores e imprensa. A fatídica eliminação na Pré-Libertadores para o Talleres, da Argentina, foi a gota d’água para sua permanência.
No dia seguinte a eliminação, o São Paulo comunicou que Jardine havia sido apenas destituído do cargo de treinador da equipe profissional, mas continuaria ligado ao clube. O técnico teve um período de férias, e depois retornaria para suas funções em Cotia. Mas, entre sua saída e seu retorno, recebeu proposta da CBF para assumir a Seleção Olímpica, convite esse que prontamente aceitou, assim solicitando seu próprio desligamento do São Paulo.
Jardine foi substituído por Cuca. O ex-treinador do Santos não assumiu prontamente suas funções pois estava concluindo recuperação de uma cirurgia realizada ainda em 2018. Após cerca de dois meses sendo substituído por Vagner Mancini, que era integrante da comissão técnica na época, Cuca comandou o time na final do Campeonato Paulista, contra o Corinthians, final esta onde o Tricolor não conseguiu a taça.
O São Paulo mostrou desempenho irregular no Brasileirão, e assim, Cuca também foi questionado. O treinador reclamava constantemente da falta de tempo para treinamentos, e a sobrecarga de partidas disputadas. Cuca sempre frisava a importância da pausa no futebol brasileiro para a Copa América, e afirmava que após esse período o São Paulo apresentaria um melhor futebol.
O São Paulo ficou cerca de 1 mês sem disputar jogos, mas o retorno não mostrou nada de diferente. O time continuava com a mesma atuação de antes: fraca, questionável.
Uma derrota para o Goiás, em setembro, encerrou a paciência do próprio Cuca, que oficializou o pedido de demissão no dia seguinte. O treinador afirmou que entendia que não conseguiria extrair o melhor dos atletas naquele momento, e por isso abriu mão do cargo para que outro profissional tentasse resolver o problema.
No mesmo dia da demissão de Cuca, o São Paulo comunicou Vagner Mancini de que ele seria o treinador nos jogos seguintes do Brasileirão. Porém, uma liderança do grupo comporta por jogadores de grande importância dentro do plantel fizeram a sugestão da contratação de Fernando Diniz. Sugestão essa que foi acatada rapidamente, tanto que a negociação com Diniz já foi concretizada horas depois.
No anúncio da chegada de Diniz, o São Paulo comunicou o pedido de demissão de Vagner Mancini, que também treinou o time durante a ausência de Cuca, levando o time para a primeira final de Campeonato Paulista após 15 anos. Mancini, em áudio vazado em uma conversa com um amigo em um aplicativo de mensagens instantâneas, afirmou que saiu do São Paulo após não concordar do clube voltar atrás com a decisão de lhe dar a chance de treinar a equipe até o final de 2019. Sendo assim, foi o terceiro treinador a pedir demissão por conta própria no ano.
Três profissionais pedindo demissão do clube no mesmo ano após treinarem o time. Uma marca incomum na história do São Paulo. Assim como também é incomum nos últimos anos o clube passar os doze meses da temporada sem demitir treinadores. Agora, Fernando Diniz tem a chance de devolver o São Paulo ao caminho das glórias em 2020.
Caio Felix
Twitter – @OCaioFelix