O torcedor são-paulino jamais se esquecerá desta terça-feira, 20 de julho de 2021. Jogando no estádio Presidente Juan Domingo Perón, popularmente conhecido como Cilindro, o SPFC foi muito bem e eliminou a Academia: Racing 1×3 São Paulo na peleja de volta das oitavas de final da Copa Libertadores da América 2021. Com o 1×1 no jogo de ida, o Tricolor avançou às quartas de final.
Desde o primeiro instante, o São Paulo era seguro e intenso como nos melhores momentos do Campeonato Paulista 2021. Faltava, é bem verdade, a boa exibição técnica. Se emparelhava a partida contra os mandantes, a bola começou a sorrir para os tricolores aos 42 minutos: após grande desarme e lançamento de Miranda, Marquinhos recebe no comando do ataque e chuta cruzado, na trave esquerda. No rebote, Emiliano Rigoni abriu a contagem.
Logo aos dois minutos da segunda etapa, Martín Benítez serviu Marquinhos na área e ele mesmo dobrou a vantagem são-paulina. Com onze, Igor Liziero começou a jogada, Marquinhos recebeu na esquerda e Rigoni, de novo, anotou. O gol de honra, marcado por Javier Correa, aos dezessete minutos, em chute rasteiro no canto esquerdo, acendeu o alerta: foram dez ou quinze minutos de domínio da Academia. Sem conseguir marcar, entretanto, o SPFC afrouxou o adversário e se tranquilizou rumo ás quartas de final.
Notas
Titulares
Tiago Volpi – abusando de saídas de bola perigosas e sem ir para a bola no gol do Racing, fez grande defesa enquanto o Racing pressionava em busca do segundo gol. Partida irregular. Leva a média: 6
Robert Arboleda – sempre bem no apoio pelo lado direito, foi pouco pressionado e soube ser seguro sem aparecer tanto assim: 7
Miranda – partida digna de um dos grandes zagueiros da história do São Paulo. Limpou todas as bolas chegadas à área e colaborou com um lançamento que deixaria Gerson com inveja: 8,5
Léo Pelé – recebeu um cartão amarelo logo no começo da partida após falta dura em Copetti, mas foi seguro ao marcar quem aparecia no canto esquerdo. Dos três zagueiros, foi o que teve atuação mais apagada – o que não quer dizer que foi mal: 6,5
Igor Vinícius – pior jogador do São Paulo na partida. Pouco colaborou ofensivamente (grande trunfo técnico do atleta), deu sorte de não ser exigido ofensivamente. No segundo tempo, se notabilizou por tomar diversas decisões erradas: 5
Igor Liziero – sem tanta liberdade para sair jogando e avançar, fez uma partida bastante segura – inclusive participando de um dos tentos tricolores: 7
Gabriel Sara – ponto fraco do meio de campo são-paulino tecnicamente falando. Colaborou com a vitalidade de sempre, mas foi menos decisivo que os companheiros do setor: 6
Martín Benítez – enquanto teve pernas para jogar e ficou em campo, colocou os companheiros na cara do gol, pelo menos, quatro vezes. Se não é dos atletas mais intensos e nem colabora tanto defensivamente, não precisou disso para brilhar: 8
Wellington – sereno como todo o time, soube segurar o ímpeto dos adversários no lado esquerdo – o que foi ainda mais necessário após o cartão amarelo de Léo Pelé. Quando desceu, foi bem. Pela composição e, sobretudo, pela maturidade e tranquilidade, parece ter desbancado Reinaldo de vez: 8
Marquinhos – grande surpresa do time titular do Tricolor, parecia jogar há tempos com os companheiros. Se posicionou como poucos, deu alternativas, mostrou boa capacidade técnica. Como jovem, é natural que oscile – o que não aconteceu hoje, em que esteve sempre em alta: 8,5
Emiliano Rigoni – decisivo, poderia ser chamado, hoje, de “Emidas Rigoni”: transformou a jogada em que seus pés tocaram a bola em ouro. Dois gols, melhor em campo e atuação inesquecível em Racing 1×3 São Paulo: 9
Reservas
Luan – demorou para performar melhor, mas, quando aquecido, foi o esteio para impedir que o Racing seguisse pressionando o São Paulo: 7
Rodrigo Nestor – podendo usar e abusar da bola longa, conseguiu bons lançamentos e teve liberdade para agir após a a entrada de Luan. Poderia ser mais agudo, mas não dá para reclamar: 7
Reinaldo – jogou pouco e pouco fez, mas mostrou tranquilidade em uma partida praticamente ganha: 6
Gerais
Hernán Crespo – apostou em jogadores mais descansados e soube compensar a leveza do time motivando a dupla de ataque a buscar jogo no meio de campo, também ajudando a marcação. Hoje, incontestável: 9
Nota geral – Libertadores, Argentina, fora de casa, classificação. Apesar dos dez ou quinze minutos de sufoco do Racing após sofrer o primeiro gol, impossível reclamar: 9
Bola cheia
Dupla de ataque – nem o torcedor mais otimista esperava Marquinhos com tanta tranquilidade e personalidade; Emiliano Rigoni segue em grandíssima fase.
Recuperação física – mais do que não perder jogadores contundidos, o time, pela primeira vez em muito tempo, mostrou imposição física e intensidade.
Tranquilidade – se a fase é complicada no Brasileirão e as cornetas do apocalipse por vezes ameaçam tocar, os jogadores sempre pareceram estar acima disso.
Miranda – vale a repetição: não é humano o que ele jogou hoje. Pode não ter sido o melhor do jogo no cômputo geral, mas é daquelas atuações inesquecíveis
Bola murcha
Relaxamento – após o tento argentino, que consolidou o Racing 1×3 São Paulo, o SPFC parcu momentaneamente de jogar. Certos vacilos não podem ser aturados.
Abraços